Acorda, estuda. Come alguma coisa, estuda. Faz uma pausa rápida, estuda. Assim é o dia do vestibulando de medicina até a hora de dormir. Pelo menos era o que acontecia com Maylon Wellik, de 21 anos. O estudante passou no curso após muitas dúvidas, tropeços e três anos e meio de dedicação
Foi através do ENEM que ele conseguiu uma vaga pelo ProUni na FMJ, Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte, em Ceará. Mas o que mais chamou atenção foi a sua história de superação até ingressar na vida acadêmica da saúde.
“Tudo começou quando eu tinha sete anos. Eu falei para minha mãe: quando crescer, quero ser médico”, conta. Sua mãe, Dona Mariolanda dos Santos Carvalho, é enfermeira e gostou da ideia desde o início. Passaram-se os anos e Maylon não mudou de opinião.
Mesmo sabendo que ainda não estava preparado para entrar na faculdade de medicina, o estudante prestou o ENEM e outros vestibulares no terceiro ano de seu colegial, “quando veio o resultado que eu não tinha passado, fui ao cursinho e mudei totalmente minha rotina. Eu começava estudar 6 horas da manhã e ia até meia noite (ou até mais, dependendo do dia)”.
Maylon calcula 15 horas diárias de estudo entre as suas pausas e refeições. Ele comenta que a vontade de passar na faculdade era tanta que não se incomodava com a rotina pesada. Mas o fim do ano chegou e as listas dos aprovados também. Infelizmente, o nome de Maylon não contava em nenhuma delas.
O estudante foi para o segundo ano de cursinho. A partir desse momento, a empolgação começou ceder lugar para o cansaço e a pressão. “Eu já não estudava a mesma quantidade de horas. Comecei dormir mais cedo”, explica.
Durante esse período, ele esteve mais próximo à dúvida se conseguiria, de fato, ser aprovado em medicina. “Você espera por aquilo a vida inteira, mas fica com um sentimento de incapacidade, acha que não vai conseguir”, desabafa.
Com o psicológico abalado, seu rendimento não era mais o mesmo. Tinha ótimos feedbacks no cursinho, tirava boas notas nos simulados, mas não conseguia boas colocações em vestibulares tradicionais. Foi então que, por mais um ano, não conseguiu a aprovação para o curso.
“É uma pressão muito chata. Primeiro você se autopressiona. Depois, começa ver amigos cursando a faculdade, já fazendo parte da vida universitária ou, até mesmo, se formando”, descreve. O estudante conta que perdeu 10 kg entre má alimentação e estresse. Maylon desistiu de sua vocação e decidiu entrar na faculdade de engenharia.
Ele ficou em casa durante o primeiro semestre do ano passado (2014). Aproveitou esse tempo para sair com amigos e descansar. Logo no início do semestre seguinte, entrou na Federal Rural de Recife (Ufrpe) pelo Sisu para cursar engenharia civil. “Percebi que aquilo não era pra mim. Foi, então, que decidi continuar no meu foco”, comenta.
Ao ser questionado sobre algum tipo de arrependimento durante o tempo que ficou mais próximo dos cálculos, Maylon sorri e responde com um ar de leveza “não mesmo. Acho que só passei por conta da engenharia”.
Foi por meio da engenharia que ele conheceu novas dinâmicas de estudo, aprendeu a controlar a ansiedade e abstraiu. Como estava mais tranquilo, resolveu prestar o ENEM novamente. Foi então que ele conquistou uma nota boa e, com isso, teria ótimas chances de passar.
Logo no início deste ano, 2015, Maylon se candidatou a algumas faculdades. O estudante se perdeu no calendário de divulgação dos resultados e se esqueceu de conferir a listas de aprovados.
Moisés Ribeiro, até então um desconhecido, o procurou no facebook e contou que ele havia passado em medicina na lista de espera da UFMA, Universidade Federal do Maranhão. Muito surpreso, Maylon só acreditou ao ver seu nome no site. Uma felicidade e um desprazer: a data para matrícula já estava encerrada.
“Eu fiquei meio nervoso com o coração palpitando muito rápido, porque você quer muito passar. De repente, você consegue, mas ao mesmo tempo não vai cursar”, explica a sensação daquele momento desastroso. “Fiquei triste e feliz, tudo junto”, completa.
Maylon decidiu voltar ao cursinho e estudar com muito foco durante um semestre. Usou, novamente, o ENEM feito em 2014 para concorrer às vagas do meio de ano. O resultado foi o melhor possível: ele conseguiu uma vaga na Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte com bolsa integral.
As aulas começaram no dia três de agosto e a ficha não caiu até agora. Depois de tanto tempo de esforços, dúvidas e estudos, Maylon entrou na faculdade de medicina. O mais curioso é que aquele mesmo menino que havia avisado sobre a vaga do Maranhão, o Moisés, hoje é seu colega de classe.
Hoje o sentimento de incapacidade foi substituído por uma satisfação pessoal sem tamanho. Segundo o universitário, a sensação é indescritível, “eu definitivamente estou no lugar certo”.
É por isso que mesmo que a caminhada seja longa e, por alguns momentos, você pense em desistir: não se esqueça daquilo que te moveu até agora, o amor pela profissão. Como o próprio Maylon diz “basta ter muito foco, perseverança e realmente botar a cabeça nos estudos”, que no final tudo dá certo.
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