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Milícia: o que é e como funciona no Brasil!

A prova de redação do Enem costuma utilizar muitos assuntos que estão em destaque no Brasil. Nesse sentido, um assunto que tem grandes chances de ser tema da prova de redação do Enem é a milícia.

Você sabe o que é milícia, como ela atua, qual a sua história e como elas se inserem no contexto do Rio de Janeiro? Trouxemos tudo isso e muito mais sobre as milícias para você, neste post! Continue lendo para descobrir e aumentar suas chances de ter uma boa nota na redação!

O que é milícia?

A milícia é um poder paralelo, que não integra as forças armadas ou de polícia de um país, composta por militares, paramilitares ou civis armados. De acordo com a Anistia Internacional, as milícias utilizam da força para extorquir a população em determinados territórios urbanos ao redor do mundo.

As milícias nem sempre foram apontadas como organizações criminosas, principalmente em sua atuação nas zonas de guerra em países e territórios como o Oriente Médio. Lá, o conceito de milícia era voltado para uma composição extraoficial de forças de combate, geralmente em situações de guerra civil e resistência contra inimigos variados.

Entretanto, a ideia de milícia ganhou uma nova abordagem a partir do momento em que esse tipo de organização tomou os centros urbanos, ocupando espaços nos quais a presença do Estado é quase nula, como as favelas do Rio de Janeiro.

Nesse novo tipo de organização, as milícias são compostas por agentes públicos de segurança, particularmente policiais militares (ou ex-policiais) e também por civis armados.

Como as milícias atuam?

Dentro do contexto atual, o termo milícia passou a ser utilizado para denominar os grupos criminosos compostos por agentes e ex-agentes da lei, além de civis, que exercem um tipo de controle extorsivo sobre comunidades periféricas nas grandes cidades brasileiras.

A função e o objetivo das milícias é, em um contexto macro, obter vantagens políticas, econômicas e sociais. Na prática, é esse tipo de objetivo que separa as milícias de outros grupos criminosos, como os grupos de extermínio.

Atuando em comunidades carentes e que estão à margem do alcance ou, muitas vezes, do interesse do governo, as milícias oferecem diversos tipos de “serviços”, cobrando pela segurança (contra o crime e contra elas mesmas), vendendo água, botijões de gás e outros produtos, além de se inserirem no contexto do tráfico de drogas local.

É possível considerar a milícia urbana como uma evolução, por assim dizer, dos grupos de extermínio. Enquanto esses grupos funcionavam apenas à base da extorsão de taxas de proteção dos moradores, a milícia foi além e dominou uma série de serviços básicos, aumentando assim seu poder de influência e seus lucros ilegais.

Com regras diferentes para cada grupo, é possível encontrar milícias que atuam mais discretamente, proibindo bailes funk em comunidades e sem desfilar pelas ruas com seu armamento pesado, mas exercendo seu poder de maneira firme e cruel.

Ao mesmo tempo, é muito comum encontrar grupos de milicianos que estimulam atividades como os bailes e fazem rondas pelas comunidades deixando bem claro seu poder de fogo.

Fato é que as milícias dominam, hoje, boa parte do território periférico de grandes cidades como o Rio de Janeiro, onde se expandem a passos largos. Em um misto de falta de estrutura e desinteresse do governo, as milícias se apoiam até mesmo na corrupção de alguns políticos, garantindo a sua atuação em troca de votos das comunidades durante as campanhas eleitorais.

Foto: Tropa de Elite 2 – Zazen Produções

Como surgiram as milícias?

Segundo alguns estudiosos, como o antropólogo Paulo Storani, é possível destrinchar o surgimento das milícias cariocas em três períodos diferentes, sendo o primeiro deles do início dos anos 1980. Nessa época, organizações da comunidade ofereciam autoproteção, sendo compostas pelos moradores e trabalhadores da própria comunidade.

O segundo passo para o avanço das milícias como as que conhecemos hoje formou-se a partir do momento em que agentes do Estado receberam moradias em conjuntos habitacionais, particularmente na parte oeste do Rio. Esses agentes se organizaram para combater a instalação de traficantes em suas comunidades.

Por fim, as milícias avançaram para as organizações criminosas que conhecemos hoje em dia, quando policiais enxergaram a oportunidade de exploração de atividades econômicas nas comunidades carentes, principalmente após a expulsão dos traficantes.

Milícias no Rio de Janeiro e a política

O Rio de Janeiro é, sem dúvidas, o principal centro de atuação das milícias nos dias de hoje. Em um processo de gradual substituição nos destaques do crime, saiu a figura do traficante “bandido” para o miliciano “político”, uma vez que eles atuam também na esfera política das comunidades.

Essa penetração no governo é tão grande que hoje já se chegou ao ponto de descobrir a ligação entre deputados eleitos que oferecem, há tempos, cargos públicos em seus gabinetes para milicianos e seus familiares. Esse é o caso, por exemplo, do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL) que, quando deputado estadual do Rio de Janeiro, chegou a homenagear o chefe de milícia e ex-tenente da Polícia Militar, Adriano Magalhães de Nóbrega.

O atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, também já defendeu o miliciano Adriano Nóbrega, além de defender a atuação de grupos de extermínio na Bahia, no ano de 2003.

Há uma grande dificuldade em combater as milícias. Além do respaldo dado por alguns políticos, o próprio fato da milícia ser composta por agentes do Estado torna esse combate muito mais complexo do que possa parecer.

Um bom exemplo de como as milícias atuam no Rio de Janeiro é o filme Tropa de Elite 2. Nele, a relação entre milicianos e políticos fica muito clara, bem como a forte estruturação entre o poder do governo e a atuação desses grupos nas comunidades ao redor da cidade.

A atuação e os riscos à população trazidos pela existência da milícia atingiram um ponto que tornou este assunto o centro de discussões em todo o país. Por isso, são grandes as chances desse tema ser cobrado na prova de redação do Enem.

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