Existem vários fatores causadores de poluição que podem interferir diretamente no meio ambiente, principalmente nos grandes centros urbanos. Muitas pessoas se preocupam apenas com a emissão de gases do efeito estufa ou com o desmatamento, mas existem problemas que estão mais próximos do que se imagina.
A produção de lixo nas grandes cidades é uma das maiores causas de poluição. Para se ter uma ideia, em uma cidade como São Paulo, onde cada pessoa produz uma média de 800 g a 1 kg de lixo todos os dias, a quantidade diária de lixo gerada passa a casa das 15.000 toneladas! E não apenas a quantidade é problemática, mas também os efeitos dessa acumulação nos lixões e aterros.
O chorume e o risco de contaminação da água são alguns desses problemas. Quer saber mais sobre o chorume? Então continue lendo este post!
O chorume nada mais é do que aquele líquido escuro que se encontra em áreas com acúmulo de lixo. É o resultado da decomposição e putrefação de matéria orgânica, sendo muito encontrado nos lixões a céu aberto. Além da coloração escura, possui textura viscosa e um cheiro muito forte.
É um líquido altamente poluente, que se origina dos processos de decomposição biológica, química e física dos resíduos. É muito comum encontrar sua presença nos lixões, pois esses são depósitos de lixo a céu aberto, sem nenhum tipo de tratamento.
Os lixões são terrenos baldios, geralmente afastados dos grandes centros urbanos, onde o lixo da cidade é acumulado de maneira desleixada e sem preocupação com os resultados desse acúmulo. A eliminação do lixo costuma ser feita, principalmente, pela incineração, o que causa ainda mais problemas para o meio ambiente.
Existem alguns fatores causadores do chorume, sendo um dos principais o excesso de umidade no lixo. Naturalmente mais úmido, o lixo acaba por ganhar ainda mais água nos períodos chuvosos, infiltrando no solo e contaminando-o. A constituição da matéria orgânica e a presença de bactérias decompositoras fazem com que o processo seja acelerado.
A formação do chorume é um processo de ocorrência natural quando há acúmulo de matéria orgânica, sendo que ele é o resultado da própria decomposição da mesma. A decomposição acontece, basicamente, em duas etapas diferentes.
Na primeira etapa, ainda há presença de oxigênio no meio, sendo que a decomposição é feita por bactérias aeróbicas, que consomem o gás, fermentando o lixo e liberando gás carbônico.
Já na segunda parte da decomposição, as bactérias anaeróbicas entram em cena quando o oxigênio não está mais disponível no sistema. Elas quebram gordura, amido e proteína, transformando essas substâncias em ácido acético. Daí vem o pH ácido do chorume.
Existe um tipo muito específico de chorume: o necrochorume. Ele é produzido por meio da decomposição de cadáveres enterrados em cemitérios, sendo que é composto por duas substâncias altamente tóxicas: a cadaverina e a putrescina.
Diferentemente do chorume e do necrochorume, explicados acima, o biochorume é a substância resultante das caixas de compostagem encontradas comumente em fazendas e residências. É resultado da decomposição de matéria exclusivamente orgânica, sendo muito rico em nutrientes e utilizado como biofertilizante.
O acúmulo de chorume no meio é um grande problema ambiental. Pode causar a poluição dos lençóis freáticos e outros mananciais e depósitos aquíferos subterrâneos. Mais diretamente, o chorume contamina o solo no local onde é formado.
Além de todo o transtorno causado para com o meio ambiente, o chorume tem um potencial enorme de provocar impactos para a própria saúde humana e a dos animais. Isso porque o controle da infiltração e da qualidade das águas subterrâneas é difícil e custoso. Em locais de baixa renda, atingidos diretamente pela falta de saneamento, a utilização de água contaminada com chorume é muito provável de acontecer.
O quadro é ainda pior se considerarmos a alta concentração de metais pesados no chorume. Como esses metais tendem a se acumular nas cadeias alimentares, a contaminação pelo seu consumo é um risco sério e bastante real, já que a própria utilização de água contaminada na irrigação de plantações pode significar o adoecimento de populações inteiras.
No caso do necrochorume, o risco ambiental é ainda maior, uma vez que a prática de enterrar os mortos acelera o processo, depositando a matéria orgânica a ser decomposta já no subsolo. Caso as práticas de sepultamento não sejam feitas corretamente, de acordo com a legislação ambiental, a contaminação dos aquíferos é ainda mais preocupante.
Existem algumas maneiras de tratar o chorume, evitando assim que o mesmo contamine as reservas de água do meio ambiente.
O processo de recirculação consiste na drenagem do chorume, captando-o e acumulando-o em um poço específico. Após a captação, ele é realocado no aterro. Por meio do uso de drenos, o líquido é distribuído em redes e, contando com microrganismos, tem sua ação tóxica atenuada.
Esse é um método acessível, de baixo custo, que inclui algumas etapas, como: filtragem para separação dos sólidos e líquidos (caixas de areia e gradeamento); tanques de decomposição com bactérias anaeróbicas e aeróbicas; e tanques de compostagem, para transformação do material em adubo orgânico.
Esse tipo de tratamento envolve a utilização de plantas como agentes despoluidores de materiais e recursos contaminados. Necessita ocorrer em um ambiente de equilíbrio, no qual as plantas serão responsáveis pela purificação.
Os aterros sanitários são locais controlados para depósito e tratamento do lixo. Lá, o chorume é recolhido por meio da instalação de um sistema de drenagem que impermeabiliza o solo. É por ele que o chorume é recolhido e levado para os tanques utilizados no tratamento biológico. Lá ocorre a retenção dos metais pesados, de modo que a água possa retornar despoluída ao meio ambiente.
A produção de chorume é um dos maiores problemas ambientais enfrentados pelos grandes centros urbanos, uma vez que pode atingir não apenas o solo e a água, mas também os seres vivos de maneira direta. Seu tratamento é essencial para a preservação do meio ambiente.
Por isso, lixões ultrapassados precisam ser substituídos por aterros sanitários controlados, onde o chorume naturalmente produzido pelo acúmulo de matéria orgânica possa ser tratado e realocado.
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