Filme aborda o genocídio de 1994 e mostra o conflito travado pelos tutsis e os hutus
A sugestão dessa semana é o filme que aborda um importante conflito regional ocorrido na África e que resultou em cerca de 1 milhão de mortos. Vocês já ouviram falar dos Tutsis e dos Hutus? Pois bem, o longa Hotel Ruanda retrata justamente sobre o genocídio de 1994.
A história baseada em fatos reais e dirigida por Terry George em 2005, conta a trajetória de Paul Rusesabagina, um africano da etnia dos hutus que salvou milhares de pessoas em seu país.
Paul morava com sua família no hotel mais luxuoso de Ruanda, o Milles Collines Hotel, situado na capital Kigali. Usou a sua condição financeira para pagar pela a vida de muitas pessoas. Acredita-se que ele tenha abrigado 1268 refugiados no hotel. Após ajudar muito, Paul levou sua família para Bélgica, onde reside até hoje.
Hotel Ruanda mostra ainda como foi a participação de órgãos internacionais, como a ONU, exemplo. A instituição desistiu do país, salvado poucos e de maioria estrangeira. Vale a pena assistir ao longa para reforçar algumas ideias e fixar os dados desse episódio.
Entenda o conflito: contexto histórico
Quando a África foi colonizada, os países europeus ignoraram a presença das tribos e delimitaram áreas visando apenas a região. A Bélgica colonizou a Ruanda e o Burundi – naquela época as duas regiões de terra estavam unificadas. Isso colocou em conflito de grupos étnicos muito diferentes.
Existiam dois grupos predominantes: os tutsis e hutus. De acordo com o filme, as tribos eram divididas de acordo com suas características físicas. Os tutsis eram mais altos, com o nariz um pouco mais fino e pele um pouco mais clara.
Durante a ocupação belga, os tutsis (que eram minoria) receberam poder político e privilégios como melhores condições de educação e saúde. Logo, em troca eles apoiavam o governo belga.
Os anos se passaram e algumas iniciativas foram tomadas para amenizar essa diferença entre os dois grupos. Os tutsis continuaram líderes mesmo depois da independência do país. Vale lembrar que exatamente por esse caráter de ter menos espaço diante da sociedade, a exército cedia treinamento para formação de milícias e abasteciam os hutus com armas.
Quando o poder parou nas mãos dos hutus, eles se vingaram – até mesmo porque, o estopim foi um atentado a um presidente hutus. Deu-se então início ao genocídio de 1994. São estimadas 1 milhão de mortes e muitos outros feridos.
Em 2002 o general Augustin Bizimingu foi levado para um tribunal na ONU e foi condenado à prisão perpétua. Para relembrar alguns aspectos importantes de um dos principais conflitos civis do século XX, assista à aula.
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