Produção artística foi realizada durante o período da Revolução Francesa e Revolução Industrial
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
O período entre o final do século XVIII e início do século XX apresentou grandes transformações. Foi nesse momento que ocorreram algumas revoluções, mudanças de ideologias e sistemas políticos.
Isso fica claro ao visitar a exposição Arte na França: de Delacroix a Cézanne, do MASP. Ela reúne obras de importantes nomes da Escola de Paris, como o neoclássico Ingres, os impressionistas Degas e Monet e os pós-impressionistas Cezanné, Van Gogh e Gauguin.
Muitos desses quadros são testemunhas de rupturas de natureza social e cultural desta época, quando a arte alcançou uma nova posição crítica e ganhou mais projeção no país. A exposição que acontece até o dia 25 de outubro, exibe retratos, paisagens e naturezas-mortas, além das cenas históricas e de cotidiano.
Com o desenvolvimento de um novo pensamento baseado na liberdade, a França contestava as formas de repressão como o absolutismo monárquico. Um artista que sempre transmitiu essa mensagem por meio de ironias foi Courbet. Seus traços realistas também combatiam a arte convencional.
A exposição destaca trabalhos de Renoir, Toulouse-Lautrec, Modigliani e Manet. Mais do que isso, ela apresenta as obras de Delacroix e Cézanne juntas para que o visitante veja a transição entre a tradição e o moderno.
Também são exibidos itens do arquivo histórico e fotográfico do MASP, como correspondências sobre doações, aquisições, convites, folhetos de exposições, recortes de jornais, revistas e fotografias que recuperam parte da história das obras.
Nesse momento da história, a sociedade ainda era dividida entre três estados: o clero, a nobreza e burguesia/camponeses/sans culottes.
Com a influência das ideias iluministas e percepção dos benefícios vividos exclusivamente pela nobreza e pelo clero, a burguesia – em busca de participação política – e os camponeses – insatisfeitos por serem submetidos à servidão – se mobilizaram e defenderam seus interesses com a revolução.
Com isso, a Revolução Francesa marcou a ascensão da burguesia como classe dominante.
Em decorrência a conquista das classes mais baixas e com o desenvolvimento de um pensamento nacionalista e liberal, esse período foi marcado pelo descontentamento da burguesia à monarquia absolutista e da classe operária pelas condições de trabalho.
Foi então que se desencadearam as “ondas revolucionárias”. Os primeiros movimentos de 1820 não foram suficientes para abalar as monarquias europeias. Já a “segunda onda revolucionária”, em 1830, provocou mais impacto principalmente na França.
Após a morte de Luís XVIII, no ano de 1824, quem assumiu o poder do país foi Carlos X, um representante conservador que tentou restabelecer o absolutismo. Em julho de 1830, a população de Paris, descontente com a situação, se revoltou. O combate durou três dias e, depois isso, o rei foi deposto.
Desta forma, Luís Filipe subiu aos tronos, mas a população ainda não estava satisfeita. Algumas manifestações populares levaram a abdicação do rei e a proclamação da Segunda República. Tempos depois, o cenário francês retrata o fim da aliança entre a burguesia industrial e a classe trabalhadora.
Informações da exposição
Os interessados na exposição devem ir até o museu no endereço Avenida Paulista, número 1578 (próximo ao metrô Trianon). O horário para visita é de terça a domingo das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30) e de quinta-feira das 10h às 20h (bilheteria até 19h30).
Os ingressos custam R$25,00. Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam meia-entrada de R$12,00. Para mais informações, acesse o site.
Com informações do MASP
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