Confira as dicas do nosso professor
Falta menos de um mês para a 2ª fase da Fuvest e agora é hora de amarrar todo o conteúdo que você adquiriu durante os seus estudos. Para esse momento, a dica do prof. Érico Cândido, de Geografia e Atualidades, é focar em temas mais amplos que podem ser trabalhados de forma interdisciplinar.
Como exemplo, ele cita, “o desastre de Mariana, os conflitos da Síria e a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia”. Que tal começar com isso agora? Veja um resumo de cada tópico e complete seus resumos:
1. Desastre de Mariana (MG)
Foto: reprodução/divulgação
No dia 5 de novembro de 2015, o município de Mariana, em Minas Gerais, passou pelo maior desastre ambiental do país: aconteceu o rompimento da uma barragem da Mineradora Samarco.
O distrito de Bento Rodrigues foi inundado por uma enxurrada de lama, composta também por óxido de ferro. Ao todo, foram liberados cerca de 35 milhões de metros cúbico com o acidente.
Essa quantidade de lama afetou 35 cidades do estado de Minas Gerais e chegou ao Espírito Santos (em apenas 5 dias). De acordo com o Portal Brasil, 600 famílias ficaram desabrigadas e o acidente provocou 19 mortes.
Até agora, o Ministério Público Federal denunciou 22 duas pessoas da Samarco que cuidavam dos assuntos da barragem. Entre os crimes que responderão, estão: homicídio qualificado quando se assume o risco de morte, lesão corporal e crimes ambientais.
De acordo com o Ibama, o desastre ambiental acarretou na morte de milhares de peixes, sendo que das 80 espécies presentes na região, 11 estão ameaçadas de extinção. Um laudo técnico parcial chegou a conclusão que é impossível dar um prazo de retorno da fauna do local.
2. Conflitos na Síria
Foto: reprodução/divulgação
Os conflitos na Síria começaram como um protesto pacífico contra o ditador Bashar al-Assad e acabou virando uma guerra civil. Já faz 5 anos que o país está sofrendo com a violência e repressão.
O início de tudo foi no dia 15 de março de 2011, quando a primavera árabe chegou ao país. A partir do mês de agosto, os manifestantes, jovens, estudantes e ativistas em geral pegaram em armas. Foi, então, que a ONU classificou como uma guerra civil em 2012.
O contexto econômico não estava bom. Antes de começar as manifestações, a Síria já contava com altos índices de desemprego, repressão e corrupção. O regime autoritário estava cada vez mais forte e fechado.
Bashar al-Assad assumiu o poder no ano 2000, sucedendo seu pai que estava há 30 anos no comando – que havia proibido partidos de oposição política.
Como os casos de torturas e mortes de manifestantes foram ficando cada vez mais evidentes, a população foi às ruas, no final de junho de 2011, para exigir a sua saída do poder. O que não adiantou.
O conflito foi ficando cada vez mais complexo com a participação de grupos radicais e milícias. Neste momento, o Estado Islâmico já estava bem consolidado e aproveitou a fragilidade do país para recrutar mais pessoas ao grupo. Outro grupo radical que já atuava era a Frente al-Nusra, afiliados da al-Qaeda.
Foto: reprodução/divulgação
Segundos dados das Organização das Nações Unidas, essa guerra já provocou a morte de pelo menos 400 mil pessoas e fez mais de 4,5 milhões de sírios procurarem outros países para viver.
Os refugiados foram para países vizinhos como Turquia, Egito, Iraque, Jordânia e Líbano. Além disso, parte de população procurou abrigo na Europa – o que também contribuiu para a saída do Reino Unido do bloco econômico (entenda isso mais abaixo).
De acordo com o Centro Sírio de Pesquisas Políticas, a expectativa de vida do país estimada em 2015 caiu de 70 anos para 55,4. O pior é que ainda não se vê uma solução política para acabar, de vez, com o conflito.
3. Brexit
Foto: reprodução/divulgação
O termo “Brexit” é uma junção das palavras “Britain” – que se refere à Grã-Bretanha – e a palavra “exit” – que significa saída.
Tudo começou em 2015, quando o então Primeiro-Ministro, David Cameron, afirmou em sua campanha política que faria uma consulta à população inglesa para perguntar o que eles preferiam: sair da União Europeia ou permanecer no bloco.
Ele aconteceu, de fato, no dia 23 de junho de 2016, indicando que 52% da população queria a retirada britânica. Isso não quer dizer que o Reino Unido já saiu da UE, mesmo porque esse processo é lento e requer a decisão do Parlamento britânico, por exemplo.
Resultados diferentes
Como o Reino Unido é formado por diversos países (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), nem todos os resultados parciais foram parecidos. A votação indicou que algumas regiões do Reino Unido preferiram continuar no bloco:
Escócia: 62%
Londres: 59,9%
Irlanda do Norte: 55,8%
A vontade da Escócia de permanecer no bloco econômico é tanta que até já cogitou a possibilidade de consultar a sua população para saber se fica ou sai do Reino Unido.
Foto: reprodução/divulgação
As pessoas que queriam permanecer no bloco acreditavam que era melhor por conta do livre trânsito, do livre comércio, da possibilidade de trabalhar e estudar em qualquer país da UE. Eles viam vantagem na padronização da gestão pública, da economia e da redução das distorções sociais entre os membros.
Já as pessoas que queriam sair do bloco, destacavam como problemas a entrada de imigrantes (especialmente os de fora do bloco), a concorrência com a mão-de-obra mais barata de países mais empobrecidos do bloco, a concorrência comercial com produtos importados mais baratos que os nacionais, a necessidade de custear parte do desenvolvimento dos países mais empobrecidos do bloco, o insuficiente protagonismo do Reino Unido na UE, questões de soberania e defesa.
O que pode acontecer com a saída?
Circulação de pessoas: as regras de trânsito de pessoas entre Reino Unido e a União Europeia podem ser alteradas – eliminando a passagem livre, por exemplo.
Circulação de bens, serviços e livre comércio: podem ser rompidas, caso não entrem em acordo termos comerciais e econômicos alternativos.
Retração econômica: saída de empresas, deslocamento de capitais para outros países da UE, desvalorização da Libra. Analistas afirmam que pode ocorrer uma retração de 6% do PIB nos próximos anos, além de déficit público de £30 bilhões (cerca de R$150 bilhões)
Saída de países do Reino Unido: Escócia e Irlanda do Norte sinalizam que podem realizar um referendo para decidir pela separação do Reino Unido e, assim, poderem continuar integradas à UE.
Servir de exemplo: pode estimular que outras nações deixem o bloco. A Grécia já discutiu essa possibilidade, por exemplo. Além dela, a França tem levantado o questionamento sobre essa questão.
Aproveite para revisar também alguns dados importantes sobre o Estado Islâmico, questões de saúde como zika vírus e informações sobre as Olimpíadas.
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