Não podemos negar: se há uma matéria que tem assunto para dar e vender é a de História. Afinal, são milhares e milhares de fatos, eventos e acontecimentos que mudaram a humanidade, marcaram épocas e proporcionaram os avanços culturais, sociais e políticos que temos hoje. Esse é o caso, por exemplo, da Conjuração Baiana.
Se você não está por dentro do que foi esse movimento, não se preocupe! Neste post, você vai encontrar uma visão geral a respeito dele e, de quebra, vai entender por que ele é tão cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio. Acompanhe!
A Conjuração Baiana foi um movimento de adesão popular que, como o nome já entrega, aconteceu na Bahia, em 1978, unindo desde escravos até pessoas da elite que se sentiam exploradas, sem liberdade comercial e com zero importância para a Coroa Portuguesa.
É interessante pontuar que essa rebelião nunca chegou a ter qualquer embate real com o governo português, pois ela foi reprimida ainda no início. No entanto, foi o suficiente para agitar toda a população local, além de ser crucial para promover o debate sobre vários temas.
Por exemplo, os problemas sociais e econômicos que assolavam a região, a abolição da escravidão, os porquês de o Brasil ainda ser uma colônia enquanto outras nações se rebelavam contra os respectivos colonizadores e a influência e a intromissão massiva de Portugal no comércio local.
Menos de seis anos antes da Conjuração Baiana, a Coroa Portuguesa já tinha reprimido outro levante colonial de grande expressão: aInconfidência Mineira.
Isso acabou contribuindo para deixar os governadores das capitanias hereditárias em estado de alerta para identificar e reprimir com antecedência novas rebeliões. No entanto, a verdade é que eles nem precisaram de muito esforço.
A razão disso é que pessoas que participavam das reuniões às escondidas promovidas pelos líderes do movimento — e que, consequentemente, sabiam quais eram os próximos passos do grupo — entregaram todos os planos para o governo local.
Esse, por sua vez, não pensou duas vezes e mandou logo prender todos os suspeitos de envolvimento com a insurreição para depois realmente investigar o que era fato ou só boato. A ideia por trás dessa decisão era bem simples: uma vez encarcerados, os participantes do ato não poderiam ir adiante e iniciar conflitos armados.
Com isso, a divulgação dos ideais da Conjuração Baiana foi drasticamente reduzida e as pessoas passaram a temer serem associadas a ela, em especial porque naquela época qualquer denúncia ou rumor já podia ser o suficiente para levar a pessoa para trás das grades.
Depois da repressão do movimento, as pessoas que o lideravam foram identificadas e condenadas à forca. Mas não acabou por aí. O governo fez questão de que, depois de mortos, eles fossem decapitados e suas cabeças expostas para toda a população em diferentes pontos da capital baiana.
Até aqui, já falamos sobre o que foi a Conjuração Baiana e como ela terminou. Porém, não podemos deixar de aprofundar nos detalhes desse movimento, não é mesmo?
Afinal, são eles que nos ajudam a entender melhor as motivações e o que contribuiu para que o levante tenha ganhado tanta força naquela época. Por isso, fique atento!
Vários fatores contribuíram para que a Conjuração Baiana ganhasse força entre as pessoas, mas alguns pontos se destacam. O primeiro deles é que em 1763 a Coroa Portuguesa elevou a cidade do Rio de Janeiro à condição de capital do Brasil Colônia, colocando de lado Salvador — que ocupou essa posição durante 214 anos.
Isso, é claro, irritou muita gente que não gostou nem um pouco da mudança, especialmente a elite e os comerciantes locais que perderam os privilégios de morar na principal cidade da nação e viram a queda na concentração do fluxo de transações comerciais nacionais e internacionais, respectivamente.
Em meio isso, a cidade passou a sofrer com as baixas do setor alimentício que, por sua vez, encaminhava os resultados das colheitas e safras para o Sudeste, deixando, assim, a capital baiana totalmente desabastecida.
Para completar, Salvador era o local com maior concentração de escravos na colônia, e esses viviam em situação precária, alguns, inclusive, em total miséria. Vale mencionar que mesmo a população negra alforriada não fugia muito a esse cenário, já que era constantemente marginalizada.
Tudo isso serviu como base para os ideais que citamos no primeiro tópico, impulsionando os colonos a desejarem a independência total do Brasil e a possibilidade de se instaurar um governo que atendesse a demandas sociais, econômicas e de democracia que os cidadãos baianos tinham.
A Conjuração Baiana, mesmo acontecendo por debaixo dos panos — já que toda e qualquer rebelião no Brasil Colônia era terminantemente proibida —, conquistou pessoas de diversas classes sociais e categorias profissionais.
Afinal de contas, a insatisfação com os rumos do governo português era generalizada. Não é para menos que os líderes do movimento representavam muito bem essa diversidade.
Prova disso é que as ações eram encabeçadas por militares (como Lucas Dantas e Luís Gonzaga), alfaiates (como Faustino dos Santos e João de Deus), comerciantes de joias (como Luis Pires), professores (como Moniz Barreto) e médicos (como Cipriano Barata).
Os líderes e os participantes da Conjuração Baiana se inspiraram em dois movimentos anteriores (e já bastante famosos na época) que tinham objetivos parecidos com os que eles defendiam: a Inconfidência Mineira e a Revolução Haitiana.
O primeiro ocorreu no nosso país, mais especificamente no Sudeste, no ano de 1789. Ele buscava pôr fim à repressão e ao domínio que Portugal exercia na região de Minas Gerais, que era o principal ponto de extração do ouro de toda a colônia.
Para que isso fosse possível, só existia uma saída: a independência do Brasil — que seguiria os passos do iluminismo e as transformações que esse movimento trouxe para a Europa.
Já o segundo aconteceu no Haiti, um pequeno país da América Central que foi colonizado pela França. Entre 1791 e 1804, a população local — que era composta em sua maioria por escravos — se rebelou contra os franceses que moravam na região e controlavam os engenhos. O intuito era acabar com a vida de tortura, sofrimento e exploração que a escravidão causava.
O conflito durou mais de uma década, mas a vitória foi, enfim, conquistada depois de uma série de batalhas contra o exército de Napoleão. Com isso, a antiga colônia se converteu em uma nação independente e livre.
Como já foi dito, a Conjuração Baiana acabou sendo suprimida muito cedo. Porém, os ideais de liberdade e luta contra a colonização permaneceram bastante vivos entre os cidadãos.
Tanto é que, cerca de duas décadas depois, já em 1822, ela serviu como base para uma nova rebelião com forte apelo social e militar: o movimento da Independência da Bahia, que desejava a emancipação de Portugal e também do próprio Brasil — que agora já travava uma luta à parte para se tornar um país soberano.
Como você viu, a Conjuração Baiana foi um verdadeiro divisor de águas na história do Brasil. Não por ser bem-sucedida no que pretendia, mas por ter apoio popular e levantar temas importantes durante a colonização do Brasil.
É o caso, por exemplo, do fim da escravidão, da independência do país, do combate à desigualdade social e, inclusive, da discussão por modelos de governo menos autoritários. Não é à toa que esse conteúdo deve sempre ser estudado pelos vestibulandos!
Então, gostou de saber mais a respeito desse movimento? Pois agora é hora responder os exercícios sobre o tema e se informar sobre quais outros assuntos de História caem no Enem para se preparar devidamente. Podemos, inclusive, ajudar você a elaborar um plano de estudos. Que tal?
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