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Tratado de Tordesilhas: o que foi, mapa e mais!

Você, com certeza, já ouviu falar no famoso Tratado de Tordesilhas, mas talvez ainda não saiba da sua importância real na História e como ele basicamente deu início ao que viria a ser o Brasil. Esse tratado assinado na transição da Idade Média para a Idade Moderna.

Podemos dizer que ele deixou claro, de vez, que o poder dos monarcas agora estava acima do poder dos papas, e a Igreja já não colocava as cartas na mesa como antigamente.

Como esse pedaço da história europeia esbarra totalmente com a nossa, por causa das grandes navegações, esse é um tema extremamente importante para os vestibulares, especialmente para a prova de Ciência Humanas e suas Tecnologias do Enem.

Venha com a gente para conhecer um pouco mais desse trato entre Portugal e Espanha!

O que foi o Tratado de Tordesilhas?

O Tratado de Tordesilhas foi um trato entre Portugal e Espanha, assinado pelos reis, que determinava como seria feita a divisão de novas terras inexploradas que fossem descobertas pelas embarcações dos dois países.

Mas antes, para entender a importância do Tratado de Tordesilhas para a História, temos que entender as razões pelas quais ele foi idealizado e implementado.

Com a desbravamento do Novo Mundo por Cristóvão Colombo em 1492, a Espanha reivindicou boa parte do que seriam as Américas. Portugal contestou essa dominação espanhola, causando assim tensões entre os dois países.

Para evitar que algo drástico tomasse efeito e amenizar a briga por terras, a Espanha, decidida a manter seus descobrimentos, uniu-se ao Papa Alexandre IV para elaborar um tratado que agradasse Portugal e mantivesse seus interesses praticamente intactos. Foi assim que, em 3 de maio de 1493, surgiu a Bula Inter Coetera.

Bula Inter Coetera

A Bula Inter Coetera foi uma linha de marcação no mapa, um meridiano, que definia quais partes de terra ficariam destinadas ao desbravamento e exploração por parte de Portugal e da Espanha.

O ponto de referência usado para essa demarcação foram as ilhas de Cabo Verde, domínio dos portugueses. Portanto, a Bula Inter Coetera era a linha que destinava todos os domínios inexplorados que ficavam 100 léguas a oeste de Cabo Verde à Espanha, e todos os domínios ainda não desbravados situados a leste seriam destinados à coroa portuguesa. 

O problema dessa marcação é que, para o Rei João II, de Portugal, seu país estava saindo lesado do acordo, perdendo territórios importantes e já adquiridos.

Foi assim que, reunindo-se com os Reis Católicos Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, ele propôs uma revisão do tratado anterior e sugeriu a criação de uma missão diplomática destinada à renovação da divisão territorial. Surge assim o Tratado de Tordesilhas.

O novo tratado nada mais era do que um remanejamento da linha sugerida pela Bula Inter Coetera para uma linha que satisfizesse Portugal.

Discutido e acordado no município de Tordesilhas, na província de Valladolid, na Espanha, o tratado moveu a linha imaginária que destinava as terras ainda por descobrir de 100 léguas a oeste de Cabo Verde para 370 léguas.

Uma diferença gigantesca, levando em consideração que Portugal passou de ter nenhum território nas Américas a uma parte territorial importantíssima, que eventualmente seria motivo de tensões.

Consequências do Tratado de Tordesilhas

Tendo como meta desbravar as Índias, Pedro Álvares Cabral acabou, dizem que por equívoco, chegando à costa brasileira. Esse fato sempre gerou tensões entre os dois países envolvidos no Tratado de Tordesilhas.

Era de se estranhar que, sem nenhum conhecimento prévio, Portugal tivesse solicitado o movimento da linha da Bula Inter Coetera para um número de léguas bastante específico que, mais tarde, culminaria na coincidência do erro de Pedro Álvares Cabral da descoberta do Brasil, país com um potencial gerador de riquezas inimagináveis.

Outro problema que causava incômodo na Europa era o modo como essa divisão arbitrária fora feita. Uma espécie de “clube do bolinha”, no qual constavam como membros únicos Espanha e Portugal.

A França foi um dos países mais vocais a questionar esse tipo de arbitragem, tendo seu Rei Francisco I chegado a pedir a assinatura do Adão bíblico para provar a validade e direito único de Espanha e Portugal sobre a linha imaginária.

Com questionamentos de outros países acerca de sua validação, o Tratado de Tordesilhas acabou não se provando o gerador de paz que prometia.

Alguns dos problemas que surgiram logo no começo do desbravamento do Brasil foram o corso (autorização do governo de um país para navios atacarem navios de nações inimigas), a pirataria e o contrabando.

Em sua maior parte, essas brigas eram lideradas por missões francesas que tinham como objetivo organizar o povo indígena contra os portugueses e frustrar o crescimento da coroa.

Mesmo sofrendo com eventuais ataques da França ou de outros países, Portugal seguiu expandindo com sucesso seus domínios territoriais na América do Sul, chegando, inclusive, aonde não deveria.

Em 1680, em busca de expansão comercial na bacia do Rio da Prata e na região andina, firmou um estabelecimento próximo à Colônia de Sacramento em Buenos Aires. O novo porto gerou tensões e conflitos armados, culminando em um novo tratado de 1750, o Tratado de Madrid.

Tratado de Madrid

O Tratado de Madrid tinha por objetivo substituir o já exausto Tratado de Tordesilhas e colocar de vez um fim na briga de terras e expansão indesejada entre Espanha e Portugal.

O tratado foi assinado por João V, de Portugal, e João VI, da Espanha, em 13 de janeiro de 1750. O acordo se sobrepunha ao Tratado de Tordesilhas e tinha como meta clara definir pela última vez os territórios pertencentes aos dois países.

Tendo em vista a nova demarcação proposta pelo Tratado de Madrid baseada do Mapa das Cortes, que atendia à importância de rios e montanhas para a demarcação territorial, mantendo a ideia de que o que já pertencia a um ficava com o próprio, o novo tratado teve em seu novo desenho o que mais se aproximou do Brasil que temos hoje.

Agora que você já sabe bastante sobre o Tratado de Tordesilhas, que tal se aprofundar mais e ficar cada vez mais seguro com os conteúdos do vestibular?

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