Quem nunca esbarrou por aí com versos de um poema de Carlos Drummond de Andrade bom sujeito não é. Parafraseando João Gilberto, queremos apenas dizer que o poeta de Itabira está tão presente em nossas vidas que é praticamente impossível nunca ter lido nada dele.
Versos famosos, como “No meio do caminho tinha uma pedra”, “E agora, José?” e “Mundo mundo, vasto mundo, mais vasto é o meu coração” — só para citar alguns —, já fazem parte da literatura mundial, e Drummond é um dos poetas mais cobrados em questões de Enem e vestibulares pelo Brasil.
Saiba, agora, mais sobre a vida de Carlos Drummond de Andrade e conheça a sua obra!
A história de Carlos Drummond de Andrade começa no interior de Minas Gerais, na cidade de Itabira do Mato Dentro, em 1902. Seus pais, Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, eram proprietários rurais e tiveram 14 filhos.
Não era fácil encaminhar todos eles à escola, mas eles conseguiram. Carlos foi para um colégio interno em Belo Horizonte (MG) em 1916, mas teve de retornar por problemas de saúde. Em 1918, foi enviado a Nova Friburgo (RJ), onde terminou o colégio.
Em 1921 um ano antes da Semana de Arte Moderna, Drummond publicava seus primeiros artigos em jornais locais. Formou-se em Farmácia na Universidade Federal de Minas Gerais em 1926, já casado com Dolores Dutra de Morais.
Teve 2 filhos: Carlos Flávio, que viveu apenas durante 30 minutos, e Maria Julieta, falecida poucos dias antes do pai.
Durante a maior parte de sua vida foi funcionário público, mas também escrevia e publicava livros, ganhando reconhecimento ainda em vida. Morreu no Rio de Janeiro, em 1987, deixando um legado para a Literatura.
Drummond escreveu literatura infantil, crônicas e narrativas em prosa. Porém, é mais conhecido e lembrado pelos seus poemas, tão famosos que podem aparecer no Enem. Veja trechos de alguns!
“Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.”
“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili,
que não amava ninguém.”
“E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu, a noite esfriou,
e agora, José?”
“Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.”
“Chego à sacada e vejo a minha serra,
a serra de meu pai e meu avô,
de todos os Andrades que passaram
e passarão, a serra que não passa.
A cada volta de caminho aponta
uma forma de ser, em ferro, eterna,
e sopra eternidade na fluência.
Esta manhã acordo e não a encontro,
britada em bilhões de lascas,
deslizando em correia transportadora
entupindo 150 vagões,
no trem-monstro de 5 locomotivas
— trem maior do mundo, tomem nota —
foge minha serra vai,
deixando no meu corpo a paisagem
mísero pó de ferro, e este não passa.”
O poeta é famoso pelas suas frases, além dos poemas marcantes. Veja algumas:
Sem dúvida, as melhores crônicas de Drummond estão no livro Contos de aprendiz, em que ele revisita sua infância e adolescência, trazendo as primeiras experiências — o beijo, o sorvete, festa — com pureza do olhar de quem já chegava perto dos 50 anos.
Confira algumas histórias:
Algumas das principais obras de Drummond são:
O que a biografia de Carlos Drummond de Andrade não conta? Qual o sentimento do mundo que o poeta guardava atrás do bigode? Ele era introspectivo? Conheça agora algumas curiosidades sobre a vida de Drummond:
Além dessas peculiaridades, tem um fato na vida do poeta que realmente demonstra sua humildade, totalmente mineira: ele nunca quis se candidatar a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL)!
O poeta itabirano seguiu a cartilha dos precursores do movimento Modernista brasileiro, os irmãos Oswald e Mário de Andrade: versos livres, rimas soltas, sem nenhum formalismo. Apenas interessava o teor, o conteúdo da expressão. Pedra no caminho, por exemplo, foi publicado no terceiro número da Revista de Antropofagia de Oswald, em 1928.
Os poemas de Drummond, porém, ultrapassaram a temática nacionalista do Modernismo, e acabaram por levar o mais alto grau de sofisticação em termos de reflexão sobre a existência humana a uma linguagem singela, fácil de ser lida. Talvez esteja aí o seu grande mérito.
A prova de Linguagens do Enem contém questões de Literatura e geralmente trata de escritores brasileiros, como Carlos Drummond de Andrade. Não deixe nenhum conteúdo de fora dos seus estudos e amplie seus conhecimentos com o Plano de Estudos.
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