Olhe à sua volta. Olhe para você. Tudo. Praticamente tudo tem nome. É próprio do ser humano nomear as coisas que o rodeiam, as pessoas, lugares e sentimentos. Na Morfologia, a palavra que dá nome aos seres também recebe um nome: é o substantivo.
Neste artigo, você vai compreender o que é substantivo, como ele se classifica e se flexiona, além de fazer alguns exercícios retirados de vestibulares e do Enem. Acompanhe!
De acordo com os gramáticos tradicionais, essa classe de palavras reúne os vocábulos que designam os seres. Isso é fácil, mas o que são seres? Como falamos na introdução, ser refere-se à substância de uma pessoa, objeto, ação, qualidade, estado. Para classificar os substantivos, é preciso conhecer seu sentido.
Do ponto de vista sintático, isto é, do comportamento da palavra na frase, os substantivos atuam como núcleo de um sintagma nominal (sujeito, objeto, complemento etc.), podendo ser acompanhados de outras palavras, como artigo, adjetivo e pronome — que concordam em número e gênero com o substantivo.
Vamos exemplificar para ficar bem claro?
Os termos destacados são os sintagmas nominais, cujo núcleo — o substantivo — está em negrito.
Atenção para não confundir substantivo e adjetivo na hora de fazer uma análise morfológica. Algumas palavras promovem essa confusão. Veja a diferença:
Amiga e gata são adjetivos nesse caso, pois qualificam o sujeito (ela). Já nas frases seguintes, elas cumprem o papel de substantivo e são determinadas por artigo, pronome e adjetivo:
A classificação dos substantivos leva em consideração sua formação e seu sentido. O substantivo coletivo, por exemplo, expressa a ideia de um conjunto de seres da mesma espécie (cardume, bando, século). Acompanhe os demais tipos.
O substantivo comum é aquele que nomeia os seres de uma mesma espécie:
Em contrapartida, o substantivo próprio designa um ser específico dentro da espécie.
Substantivo concreto não se refere apenas ao que é palpável ou real. Qualquer ser que a imaginação apresenta é concreto.
Chamamos de substantivo abstrato o que depende de um ser para existir. Aqui incluem-se qualidades, sentimentos, ações e estados.
Por exemplo, não existe pescaria (ação) sem pescador, coragem (qualidade) sem corajoso ou cegueira (estado) sem cego.
Quando é formado por apenas um radical, é chamado de substantivo simples. É o que ocorre com:
O que é formado por mais de um radical (em uma só palavra ou não) é o substantivo composto.
Entram na categoria de substantivo primitivo os que não são derivados de outras palavras do Português:
Já o substantivo derivado, como o nome indica, é formado a partir de outra palavra por acréscimo de afixos:
Como esta é uma classe de palavras variáveis, vamos encontrar formas diferentes na Língua para expressar gênero, número e grau. Cada uma com muitas especificidades. Por isso, a flexão do substantivo é um conteúdo a ser estudado com calma e concentração.
A seguir, veja as regras mais comuns, seguidas de exemplos de substantivos.
Gênero de palavras não é o mesmo que gênero sexual, mas, em relação a seres vivos, pode haver coincidência. Nas demais palavras, o gênero é uma convenção. Por exemplo, lápis é um substantivo masculino, e caneta, feminino.
O mais comum é formar o feminino acrescentando-se a desinência -a ou outra: aluno/aluna, folião/foliona. Porém, existem vocábulos que usam radicais diferentes para fazer essa flexão, como pai/mãe, cavalo/égua.
Esse tipo especial usa uma palavra (masculina ou feminina) sem especificar o sexo e, geralmente, designa animais. A diferenciação é feita com uso das palavras macho e fêmea: onça macho/onça fêmea. Ou seja, não existe a forma “onço”!
Também apresenta uma forma para ambos os sexos, mas se refere a pessoas: o cônjuge, a criança, o sujeito. Nunca use “a cônjuge” ou “o testemunha“, OK?
Há uma forma para designar substantivo masculino e feminino, e essa diferenciação é feita pelo determinante (artigo ou pronome) que o acompanha, como em o/a motorista, um/uma fã, esse/essa pedestre e outros.
A flexão em número é ainda mais complexa. A forma mais comum de marcar o plural é com a desinência -s, (casa/casas), porém, há regrinhas para terminações específicas de palavras, tanto simples quanto compostas. Veja exemplos:
O grau do substantivo refere-se ao tamanho dos seres e pode ser aumentativo ou diminutivo. Em linguagem metafórica, pode expressar desprezo, carinho etc. A forma analítica é dada com o acréscimo de um sufixo, como -ão e – inho.
Já o analítico é formado com a presença de um adjetivo:
Vimos, até aqui, uma parte — os temas principais — do conteúdo de substantivos. Como esse é um tema amplo e cheio de detalhes, pode ser aprofundado, certo?
A melhor forma de aprender e verificar se você realmente entendeu a matéria é por meio de exercícios. Vamos lá? Arraste para baixo e veja as respostas!
1. (UFU – adaptada) Talvez seja bom que o proprietário do imóvel possa desconfiar de que ele não é tão imóvel assim.
A palavra destacada é, respectivamente:
a) substantivo e substantivo.
b) substantivo e adjetivo.
c) adjetivo e verbo.
d) advérbio e adjetivo.
e) adjetivo e substantivo.
2. Na tirinha abaixo, de Alexandre Beck, há alguns substantivos. Identifique a opção em que a classificação está correta.
a) recursos: composto.
b) problema: derivado.
c) corrupção: abstrato.
d) pai: próprio.
e) área: coletivo.
3. (IME) Indique a opção que apresenta erro na forma do plural.
a) sol/sóis; fusível/fusíveis; anão/anões;
b) peão/peões; guardião/guardiãos; caráter/caracteres;
c) órgão/órgãos; corrimão/corrimãos; mel/méis;
d) sótão/sótãos; álcool/álcoois; cônsul/cônsules;
e) faisão/faisões; anil/anis; capitão/capitães.
São muitos detalhes sobre os substantivos, que você pode continuar a aprender nas nossas videoaulas. Além disso, confira o material de exercícios para praticar o conteúdo e mandar bem no Enem! O importante é atentar à norma culta sempre que a situação a exigir. Conte também com o Plano de Estudos Stoodi e fique fera para detonar em Gramática nas provas de Língua Portuguesa!
Respostas: 1. b; 2. c; 3. b.
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