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Alcoolismo: o que é e como curar

Existem hoje, no mundo, várias drogas legais e ilegais. A definição da legalidade sofre influências de país para país e até mesmo ao longo dos anos, haja vista a onda de legalização do consumo de Cannabis em todo o mundo. Entretanto, ser legalizada não significa que uma droga não seja nociva.

E os dois principais exemplos disso são também as drogas mais consumidas em todo o mundo: o cigarro e o álcool. Este segundo, inclusive, é responsável por uma das doenças mais destrutivas: o alcoolismo. Quer saber o que é alcoolismo e como ele pode ser curado? Então continue lendo este post para descobrir!

O que é alcoolismo?

O alcoolismo é um tipo de dependência química, relacionado diretamente ao consumo de álcool. É considerado uma doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

A ingestão constante e sem controle de bebidas alcoólicas compromete, além do convívio social e familiar, o funcionamento correto do organismo, levando a danos irreversíveis e, possivelmente, ao falecimento.

Diferentemente do alcoolismo, o abuso de álcool não é considerado uma doença e sim um exagero na ingestão. O alcoolismo leva o indivíduo a uma vontade incontrolável de consumir álcool, fazendo com que o mesmo perca o controle de suas ações e se veja em um quadro de dependência física.

Efeitos do álcool

O álcool é uma substância nociva, que é absorvida rapidamente pelo organismo ao atravessar a barreira hematoencefálica, uma estrutura permeável e altamente seletiva que protege o Sistema Nervoso Central de substâncias tóxicas. Assim, pouco tempo após o início da ingestão, a concentração de álcool no cérebro já está no mesmo nível da concentração sanguínea.

Para aqueles que não têm o costume de beber com certa frequência, níveis de concentração entre 50 mg/dl e 150 mg/dl de álcool no sangue já são mais do que suficientes para causar os primeiros efeitos, que dependerão muito da velocidade e da quantidade de álcool ingerido.

Podemos observar diversos efeitos ou sintomas causados pelo álcool nos indivíduos que o ingerem. A substância atua basicamente na esfera física e na esfera psicológica das pessoas. Os principais efeitos físicos causados pelo álcool são:

  • forte queda nos reflexos;
  • câncer de boca, esôfago, faringe, fígado e/ou vesícula biliar, causado pelo consumo constante e de longo prazo;
  • hepatite;
  • cirrose;
  • gastrite;
  • úlceras;
  • danos cerebrais permanentes (se ingerido em grandes quantidades);
  • desnutrição;
  • problemas cardíacos e de pressão;
  • formação fetal nas gestantes.

Tão nocivos quanto os efeitos físicos do álcool, os danos psicológicos podem incluir:

  • perda da inibição, levando a situações de agressividade;
  • alteração no humor, podendo evoluir para comportamento carregado de violência, sentimentos depressivos e até suicidas;
  • perda de memória;
  • problemas familiares;
  • queda no desempenho físico e profissional.

Sintomas do alcoolismo

Agora que você já sabe quais são os efeitos do consumo de álcool, é hora de entender mais sobre o alcoolismo em si. Como é uma doença, o alcoolismo (ou síndrome da dependência do álcool) é uma condição desenvolvida pelo uso repetitivo e contínuo da substância, podendo se associar aos seguintes sintomas, que não necessariamente são simultâneos:

  • compulsão, com uma necessidade incontrolável de ingerir álcool;
  • dificuldade de autocontrole, em que o indivíduo não consegue parar de beber após iniciar o consumo;
  • abstinência física quando não está ingerindo álcool, apresentando náusea, suores, tremor e ansiedade;
  • crescimento da tolerância à substância, de modo que o indivíduo necessita de doses cada vez maiores para obter os mesmos efeitos de anteriormente.

Todos esses sintomas podem ser percebidos, também, por critérios subjetivos, principalmente ligados à dificuldade de socialização e crescimento da dependência da bebida.

Alcoolismo tem cura?

Embora seja considerada uma doença tratável, o alcoolismo é uma condição sem cura. Isso significa que, mesmo que o indivíduo se encontre sóbrio por muito tempo, ele sempre estará sujeito a casos de recaída. Por isso, é fundamental que sejam evitados quaisquer tipos de bebidas alcoólicas e em qualquer dosagem.

Por mais que a redução do consumo diminua ou retarde alguns dos problemas causados, ainda assim não é suficiente, uma vez que a abstinência é fundamental para uma recuperação de sucesso.

Casos de recaída, ainda que muito comuns, não significam fracasso do dependente. Por isso, é fundamental que a pessoa retome as rédeas da situação e foque em seu objetivo de se manter sóbria, se possível contando com o máximo de apoio que puder obter.

Alcoólicos Anônimos

O tratamento para alcoolismo depende muito do grau de dependência e mesmo dos recursos disponíveis para o meio em que o dependente está inserido. Pode incluir desintoxicação, uso de remédios, aconselhamento e terapia, entre outros métodos.

Entretanto, como qualquer tipo de dependência química, o alcoolismo depende muito da força de vontade e do desejo de se tratar do próprio alcoólatra. Por isso, os programas de tratamento coletivo, como os Alcoólicos Anônimos, são fundamentais para o sucesso desse processo.

Assim, os Alcoólicos Anônimos (ou “AA”) se descrevem como “uma comunidade mundial de homens e mulheres que se ajudam a ficarem sóbrios”. O principal objetivo de grupos como o AA é dar o suporte psicológico necessário para que o doente consiga se reabilitar com sucesso.

Surgido inicialmente nos Estados Unidos, os núcleos do AA estão espalhados em todo o mundo. Embora não tenham um caráter religioso, os grupos acabaram por incorporar diversos princípios de diferentes religiões, principalmente porque a comunidade recebe seguidores de todas as doutrinas.

Remédios para alcoolismo

A utilização de medicamentos para tratar o alcoolismo depende da indicação de médicos, de modo que a automedicação é extremamente perigosa e contraindicada.

Alguns remédios, como o Dissulfiram, possuem propriedades aversivas, fazendo com que o sujeito passe a ter aversão ao álcool. Dessa forma, quando o dependente ingere a bebida e está sob efeito da medicação, pode sofrer náuseas, vômitos, taquicardia, baixa de pressão e outros sintomas.

Já medicamentos como a Naltrexona ajudam a bloquear os efeitos de recompensa que o álcool produz, fazendo com que as chances de recaídas diminuam consideravelmente. Por fim, o Acamprosato é utilizado para atenuar os sintomas decorrentes da abstinência.

O alcoolismo é um problema sério e mundial, principalmente porque decorre de uma droga altamente consumida no mundo inteiro e que não conta com o estigma social de outras substâncias até menos nocivas que o álcool. Por isso, a conscientização dos malefícios e o suporte de saúde aos dependentes químicos deve ser prioridade em qualquer sociedade.

E aí, gostou do nosso post? Então não deixe também de conferir nosso artigo sobre inclusão social e o nosso guia completo de Sociologia!

Stoodi

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