Que estudante nunca ouviu falar em Friedrich Nietzsche? O filósofo é amplamente citado em debates e faz parte da leitura obrigatória do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.
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A história de Nietzsche foi marcada por contradições. Preparado para ser pastor em uma família de clérigos luteranos, o jovem acabou optando por uma vida libertária, sendo influenciado principalmente pela leitura de Arthur Schopenhauer.
Estudou filosofia e seguiu os caminhos de outros autores de quem tinha uma profunda admiração, como Richard Wagner e Bento de Espinosa. Afinal, a paixão pelo mundo grego foi preponderante nos primeiros escritos de Nietzsche.
O filósofo foi a fundo nos estudos da física, química e biologia para entender o homem, seus comportamentos e ações diante da sociedade. Dessa maneira, Friedrich Nietzsche se baseia no homem real submetido a valores como elemento formador da cultura.
Segundo ele, o ser humano é submetido a conceitos morais ao longo da vida, os quais necessitam ser superados. Assim, defende uma afirmação da vida ou da vontade de viver.
Detentor de um pensamento crítico e contrário às tradições, Nietzsche atacou as manifestações morais, filosóficas, religiosas e científicas que atuavam para oprimir o ser humano.
Nascido no dia 15 de outubro de 1844, em Rökken, antiga Prússia, hoje Alemanha, Friedrich Wilhelm Nietzsche cresceu em uma família de clérigos luteranos que o prepararam para ser pastor. Mas seu destino foi outro.
Aos 18 anos ele perdeu a fé em Deus e acabou vivenciando um período libertário, chegando a contrair sífilis. Sempre muito estudioso em razão da influência do pai, que era erudito, Nietzsche ganha uma bolsa de estudos, em 1858, para a tradicional escola Pforta.
Em seguida ingressa na Universidade de Bonn, onde estuda filosofia e teologia. Em 1871 lançava “O Nascimento da Tragédia” e, aos 24 anos, torna-se professor de filosofia e poesia gregas na Universidade da Basileia.
No entanto, a sua vida acadêmica durou pouco. Nietzsche começou a sofrer de intensas dores de cabeça e de sérios problemas na vista, tendo que abandonar a carreira já em 1879. Acabou levando uma vida solitária, vagando entre a Itália, Alpes suíços e Riviera Francesa.
Chegou a atribuir a doença ao seu poder de clarividência e também de lucidez superior. No entanto, acabou tendo um surto e desmaiou ao proteger um cavalo de maus-tratos. Acabou em uma clínica psiquiátrica.
Apesar da situação, muitos biógrafos afirmam que a loucura atribuída a Nietzsche era inexistente. Aliás, o período de internação foi considerado por especialistas como o mais são do filósofo.
Morreu antes de completar 56 anos dentro de uma casa administrada por sua irmã Elisabeth, no dia 25 de agosto de 1900, em Weimar, após sofrer um ataque de nervos e também em razão das consequências da pneumonia.
Após a morte de Nietzsche, sua irmã se valeu do direito ao seu espólio, para validar o apoio ao pensamento e atividades antissemitas e ao nacionalismo alemão. Alguns membros do Partido Nazista utilizaram interpretações seletivas e distorcidas de suas obras para justificar suas próprias idéias e ações.
Apesar de a vida do pensador ter sido curta, a sua produção literária foi intensa, como você pode perceber abaixo nos livros de Nietzsche.
Sendo um dos principais pensadores do século XIX, Friedrich Nietzsche influenciou várias gerações, principalmente por conta das críticas aos valores morais.
Fez de sua filosofia uma afirmação da vontade de viver, lutando contra as tradições e moralismos. Utilizando vários aforismos, o autor fragmentou as ideias e situou um marco entre as figuras gregas de Apolo e Dionísio.
O primeiro sendo um ícone da lucidez e harmonia, enquanto Dionísio seria o representante da embriaguez e da desordem.
Nietzsche ainda criticou a moralidade de Sócrates e Jesus. Segundo o filósofo, eles negaram a realidade em nome dos mais fracos, colocando a vida a serviço dos outros ao contrário de exaltarem os homens como seres pensantes.
O filósofo alemão desenvolveu também o conceito de super-homem ao considerar que os valores não têm origem divina ou transcendente.
Para ele, a liberdade necessita de abandono da condição de escravo. O homem precisa ser dono de si mesmo. Ao utilizar o termo super-homem, faz uma alusão ao ser que é capaz de assumir riscos, ser criativo, além de ter orgulho de si mesmo.
Nietzsche anuncia a morte de Deus ao defender o abandono das muletas metafísicas. Segundo ele, o cristianismo se apossou da existência de outro mundo para prometer a redenção como forma de manipular os mais fracos.
O filósofo ainda escreveu sobre a doutrina do eterno retorno, ou seja, o homem está sempre fadado a este mundo, onde a força dinâmica conduz os instantes, ou seja, é quase impossível manter a estabilidade ou equilíbrio. Assim, resta a repetição.
O niilismo de Nietzsche é a morte da divindade cristã e seus valores. De acordo com ele, a verdade é inexistente e o mundo não tem sentido.
O filósofo defende o niilismo passivo e o ativo. O primeiro é visto como uma evolução da pessoa, mesmo que não ocorra a mudança dos valores. Já o ativo é contra todas as forças da moral, ou seja, tudo é vazio.
No entanto, segundo o autor, o homem é mais forte sabendo que o mundo não tem sentido, podendo assim criar valores mais adequados.
Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como.
O que não me faz morrer me torna mais forte.
Viver é sofrer e sobreviver é encontrar um significado no sofrimento.
A vida sem a música é simplesmente um erro.
Não existem fatos, apenas interpretações.
Veja agora algumas situações curiosas ao longo da vida de Nietzsche.
Inúmeros vestibulares utilizam as doutrinas defendidas por Nietzsche em suas questões. Aproveite e confira mais exercícios para afinar o seu conhecimento.
Após ler este post, certamente você estará bem preparado para acertar possíveis perguntas que citem as doutrinas defendidas por Nietzsche.
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