Com aproximadamente 40 milhões de habitantes, a América Central é uma região muito rica em diversidade, com países culturalmente diferentes, mas que ainda convivem com inúmeros problemas estruturais, de acesso à educação e falta de assistência médica.
Região localizada entre a América do Norte e a do Sul, a Central é caracterizada por seu clima tropical e constituída de povos negros e mestiços. O tema despertou sua curiosidade? Venha com a gente e saiba mais sobre esse assunto que é muito explorado em questões de Geografia.
A América Central é uma região que se divide em duas partes: continental e insular. Trata-se da ligação entre a América do Sul e a do Norte, sendo um caminho que passa sobre o oceano Pacífico (oeste) e o Mar do Caribe ou Atlântico (leste), com várias ilhas e cidades litorâneas.
É um istmo — porção de terra, geralmente estreita, que conecta uma península a um continente — que faz fronteira ao sul com a Colômbia e ao norte com a península de Lucatã, no México. São 742.266 km², com sete países na parte continental, treze países insulares independentes e onze ilhas autônomas.
O Mar do Caribe é dividido em Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas e Bahamas. Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e Porto Rico fazem parte das Grandes Antilhas, mas Porto Rico é controlado pelos Estados Unidos, por isso integra a América do Norte.
A América Central é uma região bem diversificada e que se diferencia da do Norte não só pela localização, como também pelo fato de ficar em cima de uma placa tectônica única: a Caribeana, também conhecida como Placa do Caribe. Quando esta encontra a Placa de Cocos, presente no Oceano Pacífico, gera fenômenos naturais devastadores, como fortes terremotos na região.
Local de surgimento da civilização Maia, a América Central sofreu forte influência europeia em sua formação em razão da colonização, voltada exclusivamente para exploração do território. Consequentemente, hoje ela concentra os países mais pobres de todas as Américas, com inúmeras deficiências.
Esse fenômeno é comum entre eles porque muitas nações só conseguiram a independência tardiamente, por volta de 1821, sem falar no grande índice de pobreza, corrupção, má distribuição de renda, marginalidade e conflitos internos. Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Panamá, Honduras e Nicarágua são alguns exemplos.
Vale mencionar que esses países tentaram unir-se em um bloco conhecido como Estados Unidos da América Central, mas a tentativa acabou sendo desfeita em 1840 por conta de problemas administrativos e economia deficitária.
Entre as causas da pobreza na América Central podemos destacar a baixa qualidade dos postos de trabalho — e não simplesmente a falta de vagas —, acentuando as diferenças econômicas, sociais e culturais entre a população. A desigualdade vigora, assim como em toda a América Latina, com a concentração de renda nas mãos de poucas pessoas.
Já mencionamos que a América Central é composta por 20 países e 11 territórios. Abaixo, veja quais são eles em suas respectivas localizações.
É importante informar que Anguilla, Ilhas Turks e Caicos, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas e Montsserat são territórios britânicos. Antilhas Holandesas e Aruba são pertencentes à Holanda, enquanto Guadalupe e Martinica da França e Ilhas Virgens Americanas, aos Estados Unidos.
Podemos dizer, dessa forma, que a América Central é uma verdadeira conjunção de países e interesses estratégicos, principalmente no que diz respeito ao turismo e ao comércio marítimo.
Apresentado em 1960, o Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) foi um bloco criado com o intuito de ajudar a América Central por meio de um mercado comum, ou seja, os países-membros têm acordos de comércio.
A junção é bem semelhante ao Mercosul e à União Europeia, focando em potencializar a região e contribuir com o desenvolvimento econômico das nações, assim como melhorar as condições de educacional, saúde, saneamento básico e qualidade de vida.
Todos os países-membros são presidencialistas, tendo a Guatemala o maior destaque em razão de seu PIB (a soma de todas as riquezas): US$ 53,8 bilhões. Integram o MCCA: Nicarágua, Guatemala, El Salvador, Honduras e Costa Rica.
Como já dissemos, A América Central está em uma área com predomínio de placas tectônicas, com vários vulcões e montanhas. Em razão disso, inúmeros países já sofreram por problemas estruturais, econômicos e sociais causados por terremotos. Países como Haiti, El Salvador, Honduras e Costa Rica tiveram seu desenvolvimento retardado pelos abalos sísmicos.
A região também conta com muitos vulcões ativos — como o Santa Maria (Guatemala), Arenal (Costa Rica) e Momotombo (Nicarágua). A Guatemala, inclusive, está localizada no Cinturão de Fogo do Pacífico, área com o maior número de vulcões ativos de todo o planeta.
Os países da América Central têm, em sua maioria, clima tropical, com temperaturas elevadas. No entanto, há regiões mais montanhosas que apresentam temperaturas mais frias, mas são poucas. Os verões são úmidos e os invernos secos, prejudicando a agricultura em algumas partes.
Inclusive, a extração de madeira já devastou mais de 50% das florestas da América Central, sendo mais um problema enfrentado pelas nações, assim como a caça predatória.
Lembra quando citamos que os países da América Central foram colonizados por europeus? Isso teve grande influência na constituição de seu povo, no qual é possível encontrar indígenas e mestiços — oriundos da mistura dos povos originários com os brancos europeus.
Em algumas regiões percebe-se, ainda, uma presença marcante da população negra em razão da mão de obra escrava utilizada durante o período de colonização.
Mas, falando em povos originários, pesquisadores afirmam que o desenvolvimento da civilização Maia ocorreu onde hoje é a Guatemala, por volta de 200 d.C. Embora nunca tenham formado um domínio unificado, eles são conhecidos pela criação da escrita hieroglífica, calendário e astronomia, sem falar na construção de pirâmides e uso da matemática.
Em relação ao idioma, atualmente o espanhol, o inglês (em menor escala) e as línguas indígenas são os que mais prevalecem na América Central. Porém, devido à sua colonização tão diversificada, é possível encontrar ainda o holandês, o francês e o crioulo haitiano.
A economia dos países da América Central é extremamente debilitada, com problemas graves que dificultam a sobrevivência e também a competitividade comercial. A educação é deficitária, a saúde é fraca, falta saneamento básico e a corrupção é altíssima, assim como os índices de violência.
O destaque econômico fica por conta da agricultura, com o cultivo de café, banana, cana-de-açúcar, cacau, coco e borracha, produtos que têm como principais destinos os Estados Unidos e países europeus.
Na questão violência há um grande desafio, pois o narcotráfico e a presença de gangues interferem na expectativa de vida da população. A Nicarágua, por exemplo, é considerada uma das regiões mais violentas do mundo, reflexo de uma situação bastante crítica: 42,7% dos cidadãos vivem na linha da pobreza.
O Triângulo do Norte, formado por El Salvador, Guatemala e Honduras, representa cerca de 4,5% dos homicídios registrados no planeta, apesar de possuírem apenas 0,5% da população mundial.
A América Central ainda precisa de muitos investimentos e auxílios das nações mais ricas para melhorar a condição de vida da população e gerar novas oportunidades para combater as desigualdades em todos os sentidos. Mas é uma região culturalmente muito rica e importante para a América Latica como um todo.
E então, gostou de aprender sobre a América Central? O assunto é longo, mas podemos ajudar você a entender todos os aspectos desse tema tão rico. Não perca tempo e conheça o nosso plano de estudos!
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é uma das instituições de ensino superior mais…
Os números irracionais são mais do que um conceito matemático; eles representam mistérios que atravessaram…
O termo "Estado de Bem-Estar Social" (Welfare State) pode parecer distante, mas ele influencia diretamente…
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é uma das instituições de ensino superior mais…
No Brasil colonial, um dos capítulos mais inspiradores de resistência à opressão foi liderado por…
Os combustíveis fósseis desempenham um papel central na história da humanidade, sendo responsáveis pela maior…