A vida na Terra depende de vários fatores. Entre eles, o clima é um dos principais e que mais influencia na maneira como os seres vivos se comportam nas mais diferentes partes do planeta.
Nas provas de Geografia dos vestibulares e do Enem, o clima costuma estar presente em muitas questões, seja como tema principal, seja como contexto para diferentes assuntos. Por isso, entender como ele funciona, quais as principais características dos diversos tipos de clima de todo o planeta e quais as consequências das variações climáticas é fundamental para se dar bem em qualquer tipo de prova.
Pensando nisso, elaboramos este guia completo sobre o que é clima. Continue lendo e descubra tudo sobre o assunto!
Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas),
“Clima, num sentido restrito, é geralmente definido como ‘tempo meteorológico médio‘, ou mais precisamente, como a descrição estatística de quantidades relevantes de mudanças do tempo meteorológico num período de tempo, que vai de meses a milhões de anos. O período clássico é de 30 anos, definido pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Essas quantidades são geralmente variações de superfície como temperatura, precipitação e vento. O clima num sentido mais amplo é o estado, incluindo as descrições estatísticas do sistema global.”
Ou seja, enquanto as condições de tempo se referem ao estado momentâneo das condições atmosféricas, o clima é o conjunto de características permanentes do tempo médio de uma determinada região. Se o tempo considera, por exemplo, dias quentes e dias frios ao longo de um curto espaço de tempo, o clima trabalha com a média de temperatura, pluviosidade, entre outros.
A ciência que estuda o clima é a Geografia. Mais especificamente, a climatologia — nicho dedicado ao estudo e à investigação dos diferentes tipos de clima em seus vários aspectos. É responsável por entender as causas e efeitos do clima, além das relações físicas entre os vários fenômenos climáticos.
No aspecto geográfico, a climatologia funciona como uma ferramenta de estudo das relações entre o ser humano e seu ambiente, principalmente no tocante aos fenômenos atmosféricos. Nesse sentido, o homem é agente e vítima, uma vez que influencia as condições climáticas e sofre suas consequências.
O clima é considerado o conjunto de estados médios do tempo meteorológico, o que acaba por caracterizar o meio ambiente da atmosfera de uma certa região do globo ao longo do ano. Assim, pode-se entender que o objeto de estudo da climatologia é a atmosfera e suas características, relações e fenômenos associados.
A atmosfera terrestre é a camada de gases que envolve o planeta Terra. Possui cerca de 8,5 quilômetros de altura e é subdividida em várias faixas:
Cada uma dessas camadas da atmosfera apresenta uma diferente concentração de gases e de pressão, sendo que, quanto mais próximo da exosfera, mais rarefeito será o ar.
Além de contribuir com gases essenciais para a vida na Terra, a atmosfera também é responsável por proteger a superfície do planeta dos raios ultravioleta provenientes do sol. Ou seja, a existência de vida na Terra depende intimamente da saúde de sua atmosfera.
Como citamos, o tempo se refere às condições meteorológicas do momento em que se realiza a observação. Isso significa que o tempo pode estar chuvoso no sertão do Brasil, por exemplo, mas seu clima tem características de secura e calor, independentemente da época em que se faz a observação.
De modo geral, a climatologia não só favorece como permite interpretar com mais cuidado a maneira como as condições de tempo se alteram, levando assim às previsões do tempo.
A caracterização do clima e do tempo também segue regras diferentes. Enquanto a descrição do tempo é suficiente para que se alcance esse objetivo por meio de termos e frases como “está calor!”, “começou a chover”, entre outros, o clima é visto como uma análise das condições que aconteceram ao longo de um certo período.
Como é impossível estudar de maneira específica o tempo meteorológico para uma prova como o Enem, é essencial entender as relações existentes entre os climas da Terra e como os mesmos influenciam a vida no planeta, além do próprio tempo. Dessa forma, procure conhecer o máximo possível sobre as características dos diferentes tipos de clima apresentados neste artigo.
Partindo do pressuposto de que o tempo se refere às condições meteorológicas momentâneas, temos alguns elementos que afetam e são afetados por essas mudanças.
A pressão atmosférica é a representação da pressão que o ar exerce sobre a superfície terrestre, mesmo que sua ação não seja percebida pelos seres vivos. Ela acontece devido à gravidade exercida sobre as moléculas de ar e tem grande interferência no clima e nas condições gerais de meteorologia.
Dessa forma, onde a altitude é menor e existe maior coluna de ar sobre a superfície, a pressão atmosférica é naturalmente maior. Em compensação, nas áreas mais altas o ar é mais rarefeito, já que essa massa de ar é menor.
Outro elemento que influencia a pressão é a temperatura. Quanto mais quente, menor é a pressão, uma vez que o ar aquecido tende a subir. Regiões mais frias seguem uma lógica contrária, com maior exercício da pressão atmosférica.
É importante observar que a pressão do ar tem como principal consequência a alteração da circulação. Os ventos e as massas de ar se movimentam seguindo um gradiente de pressão, das regiões de maior para menor exercício da mesma.
A pressão atmosférica é medida por um aparelho denominado barômetro e é expressa em milibares (mb).
Um dos mais importantes elementos do tempo, a temperatura é também o mais perceptível pelas pessoas. Influenciada por praticamente todos os outros elementos atmosféricos (e também fatores climáticos), a temperatura pode ser diferente de região para região por diversas causas.
Quanto mais próximo se estiver do Equador, por exemplo, maior tende a ser a temperatura. A altitude também é um fator que influencia a mesma. Quanto maior a altitude, menor a temperatura. Além disso, áreas de baixa pressão também tendem a ser mais quentes.
A radiação solar é a representação do efeito causado pelos raios solares sobre a Terra. Devido à inclinação do globo, algumas áreas tendem a receber mais radiação do que outras. Nesse caso, a Linha do Equador as recebe com maior intensidade, o que resulta em temperaturas médias maiores que os polos.
Dessa forma, a combinação da inclinação da Terra com os gradientes de radiação solar incidentes na superfície faz com que existam diferentes zonas térmicas, variando com a latitude. Quanto maior for a latitude, menor será a incidência e radiação e, consequentemente, menores serão as temperaturas médias.
Além dos próprios raios solares em si, a radiação infravermelha que é absorvida e refletida pela superfície da Terra também exerce grande influência na temperatura. No caso da reflexão, é possível ainda perceber um fenômeno no qual a própria atmosfera reflete essa radiação de volta para a superfície: o efeito estufa, de que falaremos mais à frente.
A umidade do ar nada mais é que a quantidade de água presente na atmosfera em forma de vapor. Como a água possui uma propriedade muito forte de manutenção do calor adquirido, áreas mais úmidas tendem a apresentar menor variação de temperatura.
Ao mesmo tempo, áreas mais quentes tendem a ser mais úmidas, já que quanto mais quente o ar estiver, maior será sua capacidade de absorver água. Assim, regiões frias tendem a apresentar um clima mais seco, salvo algumas exceções.
Esse importante elemento atmosférico corresponde ao ar em movimento. Acontece principalmente pelos gradientes de temperatura, uma vez que o ar tende a se mover das áreas de maior pressão (frias) para as de menor pressão (quentes).
Os ventos são a expressão da tentativa da atmosfera de entrar em equilíbrio. Existem ventos constantes, que dominam a circulação de ar atmosférica. São conhecidos como alísios, ventos de oeste, e ventos polares de leste. Em menor escala, podemos observar também alguns ventos periódicos, como as monções e as brisas costeiras, regionalmente, e os ventos de montanha, localmente.
Os fatores climáticos, por sua vez, são características e elementos naturais, que exercem forte influência no clima de determinada região da Terra. Assim como os elementos meteorológicos, os fatores do clima podem interagir entre si, influenciando justamente a percepção do tempo atmosférico.
Um importante fator climático é a latitude terrestre. Devido à inclinação do globo em relação à sua órbita em torno do sol, diferentes áreas da Terra recebem quantidades distintas de radiação solar. Desse modo, quanto mais próximo se está das menores latitudes (Linha do Equador), maior é a quantidade de radiação recebida e, consequentemente, maior é a temperatura.
A latitude é, portanto, um dos fatores com maior responsabilidade na existência das zonas climáticas (tropical, temperada e polar) do planeta.
O aquecimento do ar é feito pela irradiação de calor proveniente da superfície, como explicamos no tópico de radiação solar. Quanto mais radiação for absorvida pela Terra (ou refletida no efeito estufa), maior será o aquecimento do ar. Essa irradiação tende a ser menor em áreas de maior altitude, o que faz com que, consequentemente, as temperaturas também sejam menores.
Assim, quanto maior for a altitude do local, menor será a temperatura do ar. E, logicamente, quanto mais próximo se estiver do nível do mar, maiores serão as temperaturas médias.
Esses termos são os que caracterizam a posição de uma determinada região em relação ao mar. Quanto maior a continentalidade, mais afastado se está da costa e maiores serão as influências dessa massa continental sobre o clima. Consequentemente, quanto maior a maritimidade, mais próximo se está do mar, sofrendo então suas consequências climáticas.
Esse posicionamento interfere diretamente nas condições climáticas, uma vez que o solo costuma se aquecer e se resfriar muito mais rápido que as massas de água. Assim, a amplitude térmica (diferença entre os extremos de temperatura) é muito maior ao longo do ano nas regiões onde há mais continente e menos oceano.
Essa relação explica exatamente as diferenças climáticas entre os hemisférios Norte e Sul. No Norte, as massas continentais são bastante expressivas (Ásia e América do Norte, principalmente). Isso significa que os verões serão muito quentes e os invernos, muito frios.
Paralelamente, o hemisfério Sul apresenta grandes massas de água, que fazem com que verões e invernos sejam, comparativamente, muito mais amenos que no Norte.
A vegetação é um fator climático que interfere diretamente no clima – e é influenciado por ele. De forma geral, grandes massas vegetacionais tendem a conter e absorver a radiação com mais eficiência, minimizando seus efeitos diretos. Além disso, a evapotranspiração das plantas faz com que essas regiões sejam consideravelmente mais úmidas, o que acarreta maior pluviosidade.
Regiões secas, com vegetação escassa ou inexistente (como desertos) perdem essa capacidade, de modo que os ganhos e perdas de temperatura pela capacidade de absorção do solo exercem grande influência. Assim, durante o dia os desertos são extremamente quentes, mas à noite apresentam uma brusca queda de temperatura.
O relevo também é um fator que influencia diretamente o clima, principalmente na alteração da circulação atmosférica. Grandes obstáculos de relevo, como cordilheiras de montanhas, podem impedir a passagem do ar, criando até mesmo zonas desérticas.
Diretamente ligadas à circulação atmosférica, as massas de ar são fenômenos de grande escala, que carregam características específicas do local onde foram formadas e se movimentam constantemente, gerando consequências para seu destino.
Massas polares, por exemplo, são responsáveis pelas frentes frias e as baixas de temperatura. Quando interagem com massas de ar quente, causam precipitação.
As massas de água oceânica também exercem forte influência no clima, apresentando diferentes temperaturas. Onde o mar é mais aquecido, a evaporação é maior, elevando a umidade, que é carregada pelas massas de ar para outras regiões. Já as correntes frias são responsáveis pela diminuição da pressão atmosférica, reduzindo a umidade e esfriando o ar.
As correntes marítimas se movem tanto pela ação dos ventos quanto pela rotação da Terra. Ao mesmo tempo que são influenciadas pelos ventos, também influenciam os mesmos.
Como é possível perceber, são vários os aspectos que interferem no clima. Tanto os elementos meteorológicos quanto os fatores climáticos exercem sua influência por si só, mas também interagem entre si, causando uma série de fenômenos climáticos. A seguir, explicaremos brevemente cada um deles.
São fenômenos naturais, que interferem na temperatura das águas do Oceano Pacífico próximo ao Equador. O El Niño é o aquecimento dessas águas em níveis acima da média (de 3 a 7º Celsius), que resulta na diminuição dos ventos alísios. Como as águas superficiais tendem a não se movimentar, aumentam de temperatura, causando uma série de aberrações climáticas, principalmente na América do Sul.
Já o fenômeno da La Niña é menos frequente e se refere ao exato oposto do El Niño, levando ao resfriamento das águas superficiais do Pacífico.
Ocorre naturalmente, mais nos centros urbanos de maior industrialização. Consiste no bloqueio da circulação de ar frio (mais denso) em decorrência da presença de uma camada de ar quente (menos densa), causada pela própria urbanização.
Esse bloqueio leva à concentração de poluentes e a alterações de temperatura. Muito forte no inverno, a inversão térmica gera uma série de problemas, principalmente devido à baixa circulação do ar.
Conforme explicado anteriormente, o efeito estufa é um processo natural que ocorre quando a atmosfera reflete de volta à superfície parte da radiação solar.
Essencial para o surgimento e a manutenção da vida na Terra, o efeito estufa tem sido intensificado pela ação do homem, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, acarretando no gradativo aumento da temperatura média do planeta.
Assim como a inversão térmica, o fenômeno das ilhas de calor tem forte influência da ação antrópica. Consiste na elevação da temperatura nos grandes centros urbanos, formando uma espécie de ilha quente rodeada por áreas mais frias.
Naturalmente, as chuvas já são ácidas. Entretanto, esse fenômeno se refere ao considerável aumento dessa acidez causado pela ação do homem. A queima de combustíveis fósseis leva ao aumento da concentração de gases como dióxido de carbono (CO2), enxofre (SO2) e ácido sulfúrico (H2SO4) e óxidos de nitrogênio, causando grandes prejuízos para o solo, a vegetação e os aquíferos.
Devido às influências dos fatores climáticos e elementos meteorológicos, é possível encontrar diferentes tipos de clima em todo o globo. Cada um possui uma característica distinta e é influenciado pela sua localização.
O clima tropical está localizado nas faixas que se encontram entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, ocorrendo principalmente na África, Ásia, norte australiano e em boa parte da América do Sul.
Caracterizado pela ausência de estação fria, o clima tropical apresenta baixa amplitude térmica ao longo do ano e uma média de temperatura relativamente alta, na casa dos 20ºC.
O volume de precipitação é alto, mas tende a diminuir de acordo com a continentalidade. Entre suas variações, podemos encontrar o clima tropical: chuvoso, de monções, úmido-seco, semiárido e árido.
O clima subtropical funciona como uma faixa de transição entre os climas tropical e temperado. Ocorre em algumas partes da América do Norte, América do Sul e na Ásia.
Com temperaturas médias anuais que não atingem a casa dos 18ºC, o clima subtropical apresenta boa distribuição de chuvas ao longo do ano, demarcando bem suas estações. Assim, é possível observar um verão quente e úmido e um inverno frio e seco.
Como o próprio nome já diz, o clima equatorial ocorre nas regiões que se encontram mais próximas à Linha do Equador, estando presente nos continentes da África, Ásia, América Central e do Sul. Pode se movimentar, dependendo das ações dos ventos alísios.
Por suas áreas de incidência receberem maior quantidade de radiação solar, o clima equatorial é caracterizado por altas temperaturas e umidade. Como consequência, a presença das florestas equatoriais leva a uma grande evaporação, o que significa que chove o ano inteiro, ultrapassando os 2.000 mm por ano.
O clima temperado se localiza entre os trópicos e os polos da Terra. Pode ser temperado oceânico, ocorrendo próximo ao litoral; ou temperado continental, no interior das massas continentais. É encontrado nas Américas do Sul e do Norte e em praticamente toda a Europa, além da Austrália e partes da Ásia.
As estações do ano no clima temperado são muito bem definidas, de modo que a variação de temperatura fica entre os -3ºC e 18ºC. Exceto no interior dos continentes, os níveis de precipitação tendem a ser mais bem distribuídos ao longo do ano.
O clima semiárido ocorre em várias porções da Terra, estando presente em todos os continentes. O tipo de vegetação encontrado nessas regiões leva aos diferentes nomes dados para o clima no globo.
O clima semiárido é marcado por altas temperaturas e baixos níveis de precipitação, que dificilmente chegam aos 500 mm por ano. Isso faz com que a umidade do ar também seja baixíssima. Incapazes de sustentar grandes plantas, a vegetação dessas regiões tende a ser arbustiva, apesar do solo ser considerado extremamente fértil em muitos locais.
O clima mediterrâneo é mais específico e, como o próprio nome já diz, ocorre nas proximidades do Mar Mediterrâneo. Apesar disso, pode aparecer também em alguns outros locais pontuais, como Chile, Austrália e Califórnia.
Fortemente influenciado pelo mar, apresenta verão quente e seco e inverno ameno, com baixa pluviosidade. Quanto mais afastado do mar, mais afetado será o clima mediterrâneo. Favorável à agricultura, é marcado pela presença de árvores. Entretanto, devido à ação humana, essas características naturais praticamente se perderam.
Territorialmente, o Brasil é muito extenso, sendo atravessado tanto pela Linha do Equador quanto pelo Trópico de Capricórnio. Dessa forma, sua grande variação de fatores naturais significa uma grande variação climática.
De todos os citados acima, o Brasil apresenta regiões com:
Além dos climas já citados, é possível observar algumas variações do clima tropical. Notadamente, podemos destacar o clima tropical de altitude, presente principalmente nas regiões mais altas do interior brasileiro, como Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
Além disso, é possível encontrar o tropical atlântico (ou tropical úmido), que ocorre em praticamente todo o litoral brasileiro, marcado por fortes chuvas e alta temperatura.
O clima é, sem dúvidas, um dos temas mais importantes na Geografia. Exerce forte influência na natureza e altera a forma como a própria humanidade vive no planeta.
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