Veja as representações cartográficas do mundo com o Stoodi!
Um dos objetivos centrais da Geografia, disciplina que faz parte do Enem e demais vestibulares do Brasil, é descrever a superfície terrestre e os fenômenos que interferem nas paisagens. Porém, para algumas situações, as palavras não permitem um registro preciso das informações necessárias para estudos dessa natureza.
Assim surge a cartografia, uma subdivisão da geografia que se dedica à construção e estudo dos mapas. Eles são representações planas da Terra (o famoso mapa-múndi) ou de determinadas regiões. Por meio dessa ferramenta, geógrafos podem estudar áreas muito grandes ou mesmo locais em que eles nunca estiveram.
Além disso, eles estão cada vez mais presentes em nossas vidas. Por meio de mapas, é possível calcular o preço das corridas e saber qual é o caminho mais rápido para você chegar ao seu destino.
Vamos entender mais sobre essa ferramenta importantíssima?
Crédito: IBGE
Agora que entendemos a importância dos mapas, vamos ver o que representa o mapa-múndi.
Sua função é reproduzir o globo terrestre em sua totalidade ou suas partes assim como veríamos do espaço — mas de forma plana. Nele, podemos observar os continentes e ilhas, bem como os rios e oceanos.
Além disso, convencionou-se a inclusão das fronteiras políticas dos países e suas capitais. Nesse caso, temos os mapas-múndi políticos.
Por ser uma retratação, os cartógrafos devem tomar alguns cuidados para que os desenhos sejam o mais próximo possível da realidade.
Para isso, esses profissionais fazem uso da escala — uma relação matemática entre as dimensões de um objeto, que no nosso caso são os continentes, e sua representação. Dependendo do que se quer representar, pode-se utilizar uma escala gráfica ou numérica.
Além das terras e águas, você deve ter notado que existem algumas linhas imaginárias, geralmente na cor azul, que cortam o mapa-múndi. Elas são úteis para encontrar as coordenadas geográficas do globo terrestre.
Horizontalmente, são 5 linhas denominadas paralelos. Elas são determinadas pela latitude e quanto mais próximos estão dos polos, menores serão.
Vamos ver mais sobre eles?
Considerado o principal paralelo, ele divide o mundo em dois hemisférios — Norte (boreal ou setentrional) e Sul (austral ou meridional). Com um raio de 6.380 km e 40 mil quilômetros de extensão, o Brasil é “cortado” pela Linha do Equador em 4 Estados: Amazonas, Roraima, Amapá e Pará.
Além de sua importância para a Geografia, é uma referência para a localização no Planeta Terra, já que também auxilia no entendimento do clima. Quanto mais longe dela uma região está, tanto para o norte quanto para o sul, menor será a incidência de sol — sendo um fator para a possível diminuição da temperatura.
Encontra-se ao norte da Linha do Equador, sobre a latitude 23º 37’ (vinte e três graus e trinta e sete minutos).
Ele passa por 19 países da América, África e Ásia: Bahamas, Estados Unidos, México, Havaí, Egito, Mauritânia, Argélia, Chade, Líbia, Mali, Arábia Saudita, Níger, Bangladesh, China, Emirados Árabes, Índia, Omã, Myanmar e Taiwan.
Localizado ao sul da Linha do Equador, sobre a latitude -23º 37’, passando por 10 países: Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, África do Sul, Moçambique, Namíbia, Madagascar, Botsuana e Austrália.
Por aqui, o Trópico de Capricórnio passa pelos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Situado no extremo norte do planeta, na latitude 66º 33’, o paralelo passa pelos seguintes territórios: Alasca (pertencente aos Estados Unidos), Canadá, Groenlândia, Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia.
O Círculo Polar Ártico também delimita uma curiosidade. Ao norte dele, ao menos uma vez por ano ocorre a presença do sol por 24h durante o verão. Já durante o inverno, o sol não aparece nem uma vez sequer.
Esta no extremo sul do mundo, na latitude -66º 33’. Ele é o único paralelo que passa por apenas uma localização: a Antártica.
De modo análogo ao Círculo Polar Ártico, ele marca o limite no planeta em que o sol aparece por 24h no verão e não aparece pelo mesmo período durante o inverno.
Os meridianos são linhas verticais em relação à Linha do Equador. Por meio delas, os geógrafos determinam a longitude e os fusos horários — que discutiremos logo mais.
O principal é o Meridiano de Greenwich, que estabelece a longitude 0º, não estando, assim, localizado nem a leste e nem a oeste. Seu nome vem do Observatório Real de Greenwich, localizado na Inglaterra, por onde o meridiano passa.
Seu estabelecimento como marco oficial da Terra se deu por meio de votação em 1884, na Convenção de Washington, nos Estados Unidos. Vale pontuarmos que o Brasil e a França abstiveram-se do voto — os franceses preferiam utilizar o Meridiano de Paris.
Além de marcar o início das longitudes, o Meridiano de Greenwich serve como referência para os fusos horários.
Sabemos que a Terra demora 24 horas para completar seu trajeto de rotação, que corresponde a 360º. Portanto, em 1 hora, a Terra se desloca 15º.
A partir disso, convencionou-se que o Meridiano de Greenwich seria o marco-zero e os demais fusos horários seriam determinados a partir dele. Portanto, a cada 15º a leste do meridiano, tem-se o acréscimo de 1 hora. Por sua vez, para cada 15º a oeste, diminui-se 1 hora.
Os primeiros mapas-múndi datam de civilizações da Antiguidade. Eles eram feitos de madeira, esculpidos ou pintados, ou desenhados sobre a pele de animais.
As primeiras representações tinham como objetivo conhecer áreas dominadas e possíveis territórios para a ampliação das fronteiras, além de demarcar áreas de caça.
É importante ressaltar que os povos baseavam-se em suas visões de mundo — logo, os mapas-múndi antigos tinham configurações diferentes das que conhecemos hoje, sem a inclusão de continentes desconhecidos na época.
Existiram algumas versões de mapa-múndi até chegarmos à representação atual.
Crédito: https://greciantiga.org
Por volta de 546 a.C, o desenhista e cartógrafo Anaximandro elabora o primeiro mapa-múndi no formato circular.
Outra característica é a presença do Mar Egeu no centro da representação, cercado pelos três continentes então conhecidos: Europa, Líbia e Ásia.
Crédito: https://geografiamb2.files.wordpress.com
Em sua representação datada de aproximadamente 220 a.C, Eratóstenes desenhou um mapa-múndi melhorado, incluindo informações obtidas pelas campanhas de Alexandre, o Grande. Além de incluir pela primeira vez meridianos e paralelos, o desenho mostra uma Ásia maior graças aos novos conhecimentos sobre o continente.
Contido na obra “Periegesis”, esse mapa foi produzido entre os anos de 992 e 994 com base nos relatos de viagem do arcebispo da Cantuária Sigerico, que teve início em Roma.
Nele, Jerusalém é representada na parte superior e inclui-se a cidade de Taprobama, no Sri Lanka — também conhecida como Ceilão, região importante para os navegadores que iam até as Índias.
Imagem: Universalis Cosmographia Secundum Ptholomei Traditionem e Et Americi Vespucci Aliorum Lustrationes, James Ford Bell Library, University of Minnesota
Criado em 1507, pelo alemão Martin Waldseemuller, este é o desenho que se assemelha ao mapa-múndi atual. Pela primeira vez, a Terra foi dividida em Oriente e Ocidente, graças aos conhecimentos obtidos durante as Grandes Navegações. Além disso, utiliza-se pela primeira vez o termo América.
A partir dele, o holandês Gerardo Mercator propõe no século XVI, um novo modelo baseado nas distâncias náuticas, em que foram incluídos rios e montanhas. Essa versão é a mais próxima da representação que conhecemos hoje em dia.
Crédito:https://www.geomapas.com.br
Estamos tão acostumados com o mapa-múndi atual, que às vezes nos esquecemos que se pudéssemos ver a Terra do espaço teríamos uma visão diferente daquela representada.
Isso porque não seríamos capazes de identificar as fronteiras entre os países, já que elas são convenções estabelecidas politicamente — muitas vezes não seguindo aspectos físicos.
É chamado de mapa-múndi político a reprodução em que constam os limites entre cada país, reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O desenho atual inclui 193 Estados, não reconhecendo Taiwan, Vaticano e Palestina como nações.
Atualmente, o mapa-múndi traz em seu desenho 6 continentes:
Composta por 50 países, a Europa é o segundo menor continente em extensão — ocupando 6,8% da área acima do nível do mar e abrigando o maior território europeu: a Rússia.
O Vaticano é o menor.
Composta por vários arquipélagos do oceano Pacífico e o continente da Austrália, a Oceania não tem fronteira terrestre entre os 14 países que a constituem. Excluindo a Austrália e a Nova Zelândia, todos os demais países apresentam características de subdesenvolvimento.
A Ásia, assim como a Europa, é composta por 50 países — 47 países e 3 territórios de soberania nacional. É considerado o maior dos continentes, tanto em área, quanto em população. Sua extensão corresponde a um terço das partes sólidas da Terra e abriga cerca de três quintos da população mundial.
No lado Oriental, faz fronteira com o Oceano Pacífico, a Oceania e com a América do Norte, pelo Estreito de Bering. Já o lado Ocidental faz fronteira com a África e a Europa.
Cobrindo 20,3% da área acima do nível do mar, a África é o terceiro continente mais extenso do planeta, além de também ser considerado o segundo mais populoso da Terra. Apresenta grande diversidade cultural, étnica, social e política, sendo composta por 54 países — com 21 deles na lista dos 30 países mais pobres do mundo.
Compreendida entre a Península de Iucatã e a Colômbia, a América Central localiza-se em uma placa tectônica própria: a Placa Caribeana. Composta por 20 países, pode ser segmentada em duas partes: América Central Insular e a América Central Ultramarina.
Considerada um subcontinente, a América do Norte é composta por 3 países: Estados Unidos, Canadá e México — os dois primeiros países compõem a maior extensão fronteiriça do mundo.
Além disso, o continente tem em suas dependências as Bermudas, a Ilha de Clipperton, Saint Pierre et Miquelon e a Groenlândia — a maior ilha do mundo.
A América do Sul é composta por 12 países — a Guiana Francesa é um território ultramarino, não podendo ser considerado um país. Sua área corresponde a 12% da superfície terrestre, abrigando 6% da população mundial.
O Brasil está na porção leste da América do Sul, abrigando aproximadamente 200 milhões de habitantes. É o maior país do continente e o único que tem como língua oficial o Português.
O país ocupa a oitava posição de maior PIB do mundo, tanto nominalmente, quanto por paridade de poder de compra. É considerado pelo Banco Mundial como uma economia de renda média-alta e detém a maior parcela da riqueza global da América Latina — junção da América do Sul com a América Central.
Uma das dificuldades enfrentadas pelos cartógrafos é conseguir reproduzir as proporções terrestres em um globo, com uma superfície curva e de forma plana. Isso porque essa transferência sempre acarretará deformações. Levando-se isso em consideração, cartógrafos fazem uso de diferentes sistemas de projeção.
De acordo com a projeção escolhida e intenções de uso, a representação do globo terrestre ganha novos formatos, muitas vezes diferente daquelas às quais estamos acostumados.
Confira algumas delas abaixo!
Crédito: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-39349115
Esta representação cilíndrica apresenta os paralelos afastando-se entre si conforme se distanciam da Linha do Equador. Como resultado, os polos acabam ganhando proporções muito grandes.
Crédito: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-39349115
Iniciado por James Gall, em 1885, e finalizada em 1973 por Arno Peters, essa projeção é cilíndrica e equivalente. As áreas dos continentes são próximas à realidade, mas suas formas são distorcidas.
É comumente chamada de projeção “terceiro-mundista”, uma vez que países historicamente subdesenvolvidos ganham destaque sobre os mais desenvolvidos.
Com o objetivo de diminuir as distorções das áreas e dos ângulos, Arthur H. Robinson propõe essa projeção cilíndrica. Os paralelos são representados como linhas retas, enquanto os meridianos são curvados. A forma e a área dos continentes são bem representadas, apesar de leves desproporções dos polos.
Crédito: https://scitools.org.uk
Criado em 1805, por Karl Mollweide, o mapa apresenta a forma de uma elipse. Fazendo uso de meridianos curvos, o objetivo de Mollweide era corrigir a Projeção de Mercator — conservando as áreas, tornando a representação do tipo equivalente.
Crédito: https://scitools.org.uk
Utilizada em uma província do Canadá e pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos, a projeção de Albers é do tipo cônica e equivalente. Representada como um semicírculo, as áreas dos continentes são apresentadas com fidelidade.
Crédito: https://scitools.org.uk
Esta projeção é feita como se o globo fosse projetado em uma superfície plana. Preza-se pela representação fiel das distâncias do mapa quanto à sua escala.
Crédito: https://scitools.org.uk
Com base na projeção de Mollweide, esse mapa elimina diversas partes de oceanos. Além disso, os meridianos centrais da projeção correspondem quase perfeitamente aos meridianos centrais dos continentes.
Agora que você está craque em mapa-múndi e em suas características, aproveite para ver mais videoaulas e exercícios de Geografia que preparamos para você!
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