Que o Oriente Médio passa há décadas por diversos conflitos você provavelmente já sabe. Afinal de contas, são várias as questões de cunho econômico, social e religioso que fazem com que as nações da região acabem guerreando entre si. E, neste cenário conturbado, um nome se destaca dos demais: a Palestina.
Mas você sabe exatamente o que é a Palestina e quais são os conflitos em que ela está inserida? Neste post, vamos explicar de uma vez por todas aquilo que você precisa saber sobre a Palestina para se dar bem no Enem. Confira!
Antes de tudo, a Palestina é considerada uma área geográfica no Oriente Médio, localizada entre o Mediterrâneo, o Rio Jordão e o Mar Morto, fazendo fronteira com o Líbano, em sua porção Norte (na região chamada de Escada de Tiro) e com o Sinal egípcio ao Sul (no Wadi el-Ariche).
Geograficamente falando, a Palestina tem uma planície litorânea, uma extensa faixa de colinas e uma cadeia de montanhas que, na porção leste, abrange áreas praticamente desérticas. Até 1948, esse espaço geográfico pertencia completamente à Palestina, que hoje se encontra quebrada em três regiões: Israel, Faixa de Gaza e Cisjordânia, sendo as duas últimas habitadas em sua maioria por árabes oriundos da Palestina.
Além de ser uma região geográfica, a Palestina também faz referência ao seu povo, constituído por uma etnia mediterrânea bastante miscigenada entre filisteus, cananeus e árabes. Muçulmanos em maioria, têm o árabe como idioma.
A região da Palestina é o centro de um dos conflitos mais complicados do cenário mundial atual. Também chamada de Filistina (“terra dos Filisteus”), a Palestina é considerada uma região histórica para palestinos e judeus, sendo que esses últimos ocuparam a área há mais de quatro milênios, sendo considerada por eles a “Terra Prometida”, um local sagrado para sua religião.
Entretanto, os judeus foram expulsos da região pela Babilônia e, tempos depois, pelo Império Romano, originando o episódio outrora conhecido como diáspora judaica. Assim, após diversos desdobramentos, os palestinos ocuparam a região por praticamente dois milênios. O domínio da região também passou pelas mãos do Império Turco-Otomano por muito tempo.
Nos anos finais do século XIX, o escritor judeu austríaco Theodor Herzl criou o movimento sionista, que simbolizava a volta da busca pela Terra Prometida, também conhecida como Sião. Além disso, foi fundada a OSM (Organização Sionista Mundial), sediada na Suíça. Nesse contexto, foi iniciado um processo lento e gradativo de migração de judeus para a Palestina, sem nenhum tipo de conflito inicial.
O cenário da Primeira Guerra Mundial, que aconteceu entre os anos de 1914 e 1918, culminou na derrota dos turcos, fazendo com que o controle sobre a região da Palestina passasse para as mãos da Inglaterra. Os ingleses chegaram a cogitar a criação de um Estado judeu na área, o que levou a um cenário de instabilidade entre as diversas etnias locais.
Mas foi após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que o conflito ganhou os ares atuais, com um grande fluxo de migração de judeus para a região, ganhando enorme relevância diplomática, principalmente após os desdobramentos do Holocausto cometido pela Alemanha Nazista.
Assim, após uma série de acordos feitos entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Soviética, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu a partilha da Palestina, no ano de 1947. Em seus termos, os judeus ficaram com 57% de todo o território e os árabes, maioria na região, permaneceram apenas com 43%. Jerusalém, cidade sagrada para o Judaísmo e o Islamismo, pertenceria a judeus e muçulmanos, ficando sob a administração da ONU. Um ano depois, foi fundado o Estado de Israel.
O grande problema foi que a configuração instituída não agradou em nada os povos árabes, que não tardaram a iniciar um movimento ofensivo contra Israel. Conhecido como Primeira Guerra Árabe-Israelense, o conflito foi liderado por Egito, Jordânia (na época, Transjordânia), Líbano e Síria, e vencido por Israel, que contava com o apoio militar dos Estados Unidos.
Após a definição de um armistício na região, o Estado de Israel passou a ocupar novas áreas palestinas, fazendo com que esse povo ficasse sem território, uma vez que a região foi novamente dividida. Essa nova divisão incorporou a Cisjordânia à Jordânia, a Faixa de Gaza ao Egito e a Galileia e outras áreas importantes, como as Colinas de Golã, a Israel.
Todo o cenário histórico descrito acima resultou no que é conhecido hoje como a Questão Palestina, que consiste em uma nação sem território. Enquanto o lado palestino se enfraqueceu, vendo seu povo dispersar entre os países vizinhos, Israel ganhou força militar e política na região, principalmente após triunfar em conflitos como as guerras do Suez, em 1956, a guerra dos Seis Dias, em 1967 e a guerra do Yom Kippur, em 1973.
Essa situação levou à criação de vários grupos extremistas do lado palestino, que passaram a buscar não apenas o estabelecimento do Estado Palestino, mas também a destruição de Israel e a expulsão de todos os judeus do território. A fundação da Organização para a Libertação Palestina (OLP) em 1964, liderada pelo Al Fatah de Yasser Arafat e a criação do Hamas, em 1987, são exemplos de movimentos nesse sentido.
Hoje, o Hamas é dividido em três frentes, sendo um partido político, uma vertente armada e uma organização filantrópica que luta pelos direitos palestinos. Se para alguns países o Hamas é visto como um grupo terrorista, para outros ele não chega a tanto. O Brasil, por exemplo, não considera o Hamas uma organização terrorista, pelo menos até o ano de 2018.
No mesmo ano de criação do Hamas, a OLP passou a não utilizar de violência, atuando em busca do reconhecimento do Estado Palestino e aceitando a existência do Estado de Israel. Como o Hamas permanece não aceitando os israelenses, a OLP passou a ser vista pela ONU e os ocidentais como a única representante da causa Palestina.
Recentemente, com a chegada do Hamas ao poder do território palestino, o cenário se tornou mais tenso, de modo que as tentativas de criação de muros separando Israel das áreas palestinas e o incentivo israelense para a ocupação de áreas como a Faixa de Gaza tornam o conflito ainda mais iminente.
Se em 2012 aconteceram alguns avanços, como a inserção do Estado Palestino como um membro observador da ONU, resultando no reconhecimento da Palestina por parte de diversos países, a demarcação territorial ainda é muito complicada. Isso acontece principalmente pela forte oposição de Israel e seu aliado Estados Unidos, contando ainda com o imbróglio da administração de Jerusalém e o domínio israelense nos recursos naturais da região.
E aí, conseguiu compreender um pouco do que se passa na região da Palestina? Então não deixe também de conferir nossos posts sobre xenofobia e geopolítica!
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