Apesar de ser a segunda maior área do Brasil, a região Centro-Oeste conta com apenas 15,6 milhões de habitantes, sendo a menos populosa da nação. É nela que fica a capital do país, Brasília, assim como vários municípios que são fortalecidos pelo agronegócio e turismo.
Pensando em sua preparação para o Enem e demais vestibulares, vamos mostrar, neste post, várias características da região. Vem com a gente!
Quatro estados formam a região Centro-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Ao todo, são 1.606.404 km², extensão que corresponde a 19% da área do Brasil.
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul fazem divisa com dois países, Paraguai e Bolívia, por isso os estados enfrentam um problema comum a áreas de fronteira: narcotráfico e contrabando de produtos e armas.
Em sua formação, a região recebeu a influência de milhares de jesuítas e espanhóis, principalmente pelo fato de o Centro-Oeste ter sido abundante em ouro por vários anos. Além disso, bandeirantes vindos de São Paulo também foram responsáveis pelas primeiras ocupações, visando tanto ouro quanto pedras preciosas, extremamente abundantes na região.
A partir do final do século XVII, já com grande influência de portugueses e pessoas de outras regiões brasileiras, surgiram as fazendas com foco na criação de gado, tornando-se a principal fonte de renda dos moradores da região.
Um fato curioso: foi no Mato Grosso que nasceu o Marechal Cândido Rondon. De origem indígena, ele foi o responsável pela construção da linha telegráfica de Cuiabá até o Rio Araguaia.
A região começou a receber moradores efetivamente a partir de 1914 com a chegada da Ferrovia Novoeste, ligando Bauru a Corumbá, no Mato Grosso do Sul. O processo de construção das cidades foi tão tardio que Goiânia, a capital de Goiás, só foi fundada em 1937, ou seja, até então o ecossistema da região era praticamente intocado, com abundância de pastos, matas e o Cerrado.
Na década de 1960, mais precisamente no dia 21 de abril, o governo do então presidente Juscelino Kubitschek inaugurou a nova capital do Brasil: Brasília. Antes, o Rio de Janeiro era a sede do governo federal.
A cidade foi desenhada e devidamente planejada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer. A ideia foi valorizar o interior do país, investindo em seu crescimento.
Assim, a região Centro-Oeste foi amplamente beneficiada pela obra, pois surgiram novas rodovias promovendo a integração com os outros estados brasileiros, trazendo mais desenvolvimento, investimento e, consequentemente, migrantes.
Dois climas são predominantes na região Centro-Oeste: tropical e equatorial, mas esse último apenas no norte do Mato Grosso. As temperaturas costumam ser bem elevadas, com chuvas intensas no verão e seca no inverno.
Dentro dessa realidade, é possível traçar algumas particularidades que vão além do forte calor e intensas chuvas ao longo do verão. É por essa razão que o Pantanal alaga nesse período em quase sua totalidade.
Podemos dizer, então, que a região Centro-Oeste conta com dois fatores climáticos bem típicos: seca e chuva. Os quatro estados têm alta amplitude térmica, com verão quente e chuvoso e inverno ameno e seco.
Para você ter uma ideia, Brasília, por exemplo, chega a ter uma umidade do ar de 12% por conta da seca apresentada em agosto. Já na parte mais alta do Planalto Central, é possível verificar geadas em dias mais frios ao longo do inverno, ou seja, é uma região de extremos.
Grande parte da região Centro-Oeste é composta pela vegetação de Cerrado, a segunda formação vegetal da América do Sul.
O Cerrado apresenta extensas áreas de matas, com árvores predominantemente de pequeno porte, com até três metros de altura. A região também conta com parte da floresta amazônica e já sofreu muito com o desmatamento, principalmente por conta da ação de pecuaristas.
Os campos existentes no Mato Grosso do Sul são altamente propícios para a criação de gados de corte, tendo várias fazendas com milhares de cabeças. Na região, há uma média de quatro gados para cada habitante. Falaremos sobre a força da pecuária logo mais.
No quesito vegetação, é importante citar que o Pantanal é a principal planície alagável, ocupando áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Contudo, há matas, chapadas, campos, enfim, uma variedade de formações vegetais na região Centro-Oeste, tornando-a muito rica em diversidade.
Herança dos garimpos e do período de escravidão, diversas manifestações culturais são típicas da região Centro-Oeste. Entre elas, podemos citar o Fogaréu e a Cavalhada de Pirenópolis, ambos em Goiás.
A Cavalhada é uma festa tradicional e encena a batalha medieval ao ar livre entre cristãos e mouros. São três dias de festejos, atraindo milhares de turistas.
Já o Fogaréu é uma procissão que retrata a prisão de Cristo, sendo realizada ao longo da Semana Santa. Veja mais manifestações culturais características da região:
A culinária do Centro-Oeste explora produtos bem característicos da região, como pequi, mandioca, pamonha, carnes e peixes, com pratos que enchem os olhos e conquistam paladares.
Os destaques ficam por conta do arroz com pequi, bolinho de mandioca, bola de arroz, chipa, galinhada, mojica de pintado, empadão goiano, arroz boliviano, curau, entre outros.
Inúmeras danças tradicionais marcam a região Centro-Oeste, assim como a música sertaneja, amplamente conhecida por todo o Brasil. Muitas trazem aspectos religiosos, como o siriri, conduzido por instrumentos como viola de cocho, ganzá e mocho.
A dança faz brincadeiras que remetem aos povos indígenas, animando homens, mulheres e crianças. O cururu é mais dançado pelos homens, sendo um desafio com os repentistas. É uma herança dos migrantes paulistas, presente principalmente nas festas do Divino Espírito Santo. O xote também predomina, assim como a catira, a cirandinha e o tambor.
A economia que mais se destaca na região Centro-Oeste é a pecuária. Os estados possuem o maior rebanho de bovinos do Brasil, com mais de 74 milhões de cabeças, número correspondente a 34,5% do total brasileiro.
Mato Grosso lidera com 29,7 milhões de cabeças de gado, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso, a economia ainda é potencializada pela presença de frigoríficos, onde acontece a maior quantidade de abates do Brasil.
Além disso, a população também se beneficia do turismo, sendo uma excelente fonte de renda em vários locais conhecidos por suas belezas naturais, como Pirenópolis, Bonito, Pantanal, Chapada dos Veadeiros, cidade de Goiás, entre outros locais.
No entanto, o Centro-Oeste ainda enfrenta vários desafios, como o combate ao narcotráfico — pelo fato de ser considerado um corredor de transporte de drogas e armas para o restante do Brasil —, desmatamento e violência contra tribos indígenas.
Vimos que a região Centro-Oeste é importantíssima para a economia brasileira, tendo em vista que as exportações de carne representam 30% do PIB do agronegócio, movimentando centenas de bilhões de reais, além de ser uma região muito rica em fauna e flora.
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