Na hora de estudar, assistir às videoaulas e fazer exercícios para os vestibulares, os jovens se questionam sobre quais eventos históricos merecem atenção pelo impacto que tiveram na época em que ocorreram e as consequências que trouxeram. Um bom exemplo disso é o da Unificação Alemã, que serviu como ponto de partida para grandes conflitos.
Por essa razão, trouxemos um post especial sobre esse conteúdo, mostrando não apenas como ele se desenrolou e o que o influenciou, mas também o impacto que teve ao nível global. Portanto, acompanhe e saiba tudo!
De forma resumida, podemos dizer que se tratou de um movimento político, econômico, militar e principalmente ideológico que buscava não só expandir e transformar o território da Prússia, mas, acima de tudo, formar uma nação composta (e também governada) exclusivamente pelo próprio povo germânico.
No século XIX, a população germânica já alimentava um senso de superioridade em relação a outros povos por compartilhar entre si características físicas, linguísticas e, inclusive, a mesma ascendência étnica.
No entanto, ela estava espalhada em vários reinos, impérios e estados independentes do continente europeu, o que fragmentava e reduzia a unidade dessa percepção.
Para se ter ideia, muitos desses estados eram vizinhos, mesmo que pertencessem a nações distantes, como o caso de Holstein, que fazia parte da Dinamarca, na Escandinávia.
Isso acabava limitando consideravelmente as possibilidades de comércio da Prússia, que se sobressaía frente às outras regiões, mas não conseguia negociar como queria com elas. Afinal, eram vários os impostos de importação e exportação e as leis de proteção econômica para as transações internacionais em vigor naquela época.
Outra questão que incomodava a Prússia era a territorial. Isso porque o próprio reino prussiano estava dividido ao meio, com a parte leste próxima à Rússia, e a parte oeste fazendo fronteira com Bélgica, Holanda e França.
Para ir de uma ponta a outra, era preciso passar pelos estados de Hanover ou da Bavaria, o que impedia a livre circulação dos cidadãos da Prússia e dificultava os avanços industriais e urbanos desejados não só pelo reinado e pelo comando militar do país, mas também pela burguesia e pelos setores comercial e político locais.
Esses dois últimos, inclusive, eram responsáveis por constantes tentativas — na grande maioria das vezes, bem-sucedida — de tratados e acordos com as demais regiões para facilitar as negociações interestaduais.
Tudo isso serviu como combustível para impulsionar o ideal de unificação alemã e mudar para sempre a configuração da Europa.
Com o objetivo de criar uma nação germânica já bem estabelecido e com o devido apoio nas diferentes esferas do poder, a Prússia estava pronta para iniciar o processo de unificação, independentemente de ser por vias políticas ou pelo conflito armado.
Porém, como você já deve imaginar, prevaleceu a segunda opção, o que levou o país a três guerras, em menos de uma década (de 1864 até 1871), que foram cruciais para redefinir a região. Abaixo, você confere mais detalhes!
Na Guerra dos Ducados, o reino prussiano, com apoio do império austríaco, decidiu reivindicar os estados comandados pela Dinamarca: os ducados de Schleswig e Holstein.
A motivação levantada era a de que o povo germânico habitava ambos os locais e ele deveria ser integrado a uma unidade germânica que, coincidentemente, era encabeçada pelas duas potências, a chamada Confederação Germânica — que reunia dezenas de províncias europeias. A guerra durou um pouco mais de dois anos, com vitória delas.
Quatro anos depois do último conflito, em 1866, a Prússia almejava construir um império amplo que englobasse todas as regiões até então fragmentadas e sob o domínio de terceiros.
No entanto, a Áustria, que era uma aliada, passou a ser um empecilho para a realização dessa tarefa, pois tinha objetivos semelhantes e estava expandindo o próprio território. Devido a isso, ambas as nações entraram em guerra e racharam a Confederação Germânica, com estados apoiando uma, enquanto outras regiões apoiavam a outra.
A Itália acabou se envolvendo no conflito e se aliando ao reino prussiano. Com isso, ele venceu e centralizou o controle de todos os territórios onde havia povos germânicos.
A Guerra Franco-prussiana, por sua vez, marcou o embate entre a França e a Prússia, que eram dois grandes impérios e disputavam acirradamente um contra o outro o domínio militar, político e econômico dentro da Europa.
O pontapé inicial para o conflito entre as duas nações foi quando um membro da realeza prussiana foi alçado como potencial sucessor do título de rei espanhol.
A parti daí, temendo uma extensão do exército inimigo e um cerco de ambos os lados do próprio território — já que a França ficava entre a Espanha e a Prússia, numa posição bem delicada estrategicamente falando —, o império napoleônico resolveu atacar o inimigo.
Contudo, a Prússia se saiu melhor e impôs uma amarga derrota ao povo francês que esteve acostumado por anos a ser o centro urbano, social e comercial do velho continente.
Embora vitoriosa nos três conflitos e sendo capaz de, enfim, realizar o objetivo de unir a região germânica, a Prússia não se deu por contente com o resultado. Isso porque ela saiu das guerras como o império alemão, e a família Albert, que estava no poder, queria ir além.
A ideia era seguir os passos de Inglaterra, França e Espanha, que tinham colônias ao redor do mundo que contribuíam diretamente para a sustentação econômica dessas três nações. Como resultado, a recém-formada Alemanha começou a anexar alguns locais, como colônias na África, na Ásia e Oceania.
O problema é que, além de as relações diplomáticas com a França já estarem por um fio por conta do combate franco-prussiano, ela passou a entrar em atrito com vários países ocidentais devido à constante expansão colonial que ameaçava os domínios dos demais reinos e impérios — algo que não era bem-visto pelas grandes potências da época.
Para completar, os investimentos estrangeiros em rotas comerciais e industriais no Oriente também trouxeram problemas para a relação com a Rússia, uma vez que dificultavam os negócios internacionais da futura União Soviética.
Em meio a tantos problemas, a Alemanha acabou dando o estopim para a Primeira Guerra Mundial cerca de 40 anos depois, em 1914, enfrentando a Inglaterra e os desafetos já declarados que formaram uma aliança com ela: a Rússia e a França.
Após ser derrotada, a Alemanha teve o território fragmentado, e a Prússia deixou de existir de uma vez por todas. Porém, as consequências da Unificação Alemã perduraram por muito mais tempo do que o imaginado.
Isso porque tanto o nacionalismo exagerado quanto o ideal de superioridade germânica que levaram a Prússia a formar a Alemanha acabaram sendo adotados novamente — e dessa vez com ainda mais força — no discurso de Adolf Hitler, que chegou ao poder do país e deu origem a um dos períodos mais sombrios da história moderna: o regime nazista.
Viu só como a Unificação Alemã foi um acontecimento histórico importante e responsável por muitas mudanças geopolíticas na Europa? Portanto, não deixe de se aprofundar sobre o assunto e os desdobramentos que ele teve ao longo do século XX para estar devidamente preparado para o vestibular e o Enem!
Aproveite também que estamos falando sobre a Alemanha e expanda seu conhecimento sobre o Holocausto, incluindo esse conteúdo no seu plano de estudos!
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é uma das instituições de ensino superior mais…
Os números irracionais são mais do que um conceito matemático; eles representam mistérios que atravessaram…
O termo "Estado de Bem-Estar Social" (Welfare State) pode parecer distante, mas ele influencia diretamente…
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é uma das instituições de ensino superior mais…
No Brasil colonial, um dos capítulos mais inspiradores de resistência à opressão foi liderado por…
Os combustíveis fósseis desempenham um papel central na história da humanidade, sendo responsáveis pela maior…