Entenda o que foi a Semana de arte moderna de 1922 em São Paulo, suas características, os artistas presentes e suas consequências para a cultura brasileira.
A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922 na cidade de São Paulo, no Teatro Municipal e que reuniu diferentes tipos de arte.
Esse assunto esta quase sempre presente nas provas do Enem e vestibulares e, por isso, é essencial estar afiado no assunto para mandar muito bem! Vamos lá?
A Semana de arte moderna de 1922, foi um evento cultural que reuniu diversos tipos de arte como pinturas, poesias, esculturas, danças, entre outras. Essas exposições durante a semana marcaram o início do movimento modernista no Brasil, tornando-se referência cultural do século XX.
Nesta época a elite paulista era significativamente influenciada por padrões estéticos europeus que entendiam a arte como algo acadêmico e formal. Com isso, o objetivo da Semana de 22 foi renovar o ambiente artístico e cultural da cidade de São Paulo com o objetivo de construir uma linguagem nacional inspirada nas vanguardas europeias.
A Semana de 22 ocorreu diante de um cenário repleto de tensões políticas, sociais e econômicas, durante o período da República Velha, na qual era controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política que ficou conhecida como Café com Leite.
Além disso, nessa época era comum que pessoas com maior poder aquisitivo fossem estudar na Europa, e isso aconteceu com nomes brasileiros conhecidos como Oswald de Andrade e Anita Malfatti. Ambos trouxeram ao Brasil uma nova concepção de arte, influenciando assim, para a criação do evento da Semana de Arte Moderna.
Representa a busca de uma representação cultural genuinamente brasileira. Naquela época, a cultura brasileira era fortemente influenciada pelo o que chamamos de anglicismos (influência da Inglaterra) e o francesismos (influência da França) – que já havia acabado porque se tratava de um momento pós-Primeira Guerra Mundial.
A semana de 22 aconteceu Teatro Municipal de São Paulo com intuito justamente de mostrar a cultura brasileira buscando a raiz dessa cultura das mais variadas formas de expressões: pintura, escultura, literatura, poesia e música.
Os principais artistas que que participaram da Semana de 22 foram
A Semana de Arte Moderna representou uma nova visão da arte e trouxe uma proposta “mais brasileira” dentro do contexto da época, porém nem todo mundo gostou das propostas da Semana de 22, no qual foi alvo de muitas críticas e polêmicas.
Entre essas críticas podemos destacar as de Monteiro Lobato, principalmente à artista Anita Malfatti, onde afirmou que sua arte tinha caráter místico e paranoico.
Os desdobramentos de tudo que aconteceu na Semana de 22, você vai encontrar até hoje na nossa cultura. O Tropicalismo, por exemplo, deriva das influências da Semana de Arte Moderna. A Bossa Nova também é muito ligada ao modernismo.
O Modernismo no Brasil é um dos tópicos de Artes que mais caem na prova de Linguagens do Enem – sem contar a forte presença nos vestibulares tradicionais. Por isso, nossa dica é você resolver muitos exercícios.
Quando você for estudar sobre o tema, a nossa outra dica é revisar as três fases do Modernismo:
• 1ª Geração (1922-1930): pautada pelo radicalismo e escândalos;
• 2ª Geração (1930-1945): com ênfase na literatura;
• 3ª Geração (1945-1975): que traz a oposição ao radicalismo.
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Para completar seus estudos, veja 3 questões sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, com resposta, que marcaram presença nas provas anteriores do ENEM:
1.(ENEM 2010) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
Alternativa correta: A
2. (ENEM 2010) O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a
A) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.
B) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.
C) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.
D) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
E) forma apresenta contornos e detalhes humanos.
Alternativa correta: B
3. (ENEM 2012) O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras…
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal…
Intermitentemente…
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo…
Cantabona! Cantabona!
Dlorom…
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade.
Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.
Alternativa correta: D
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