Categorias: História

Arte rupestre: o que é, importância e características

A arte é uma das principais formas de comunicação ao longo de toda a História. Presentes nos mais diversos períodos históricos, as expressões artísticas ocupam um papel de destaque até os dias de hoje, mesmo com toda a tecnologia que temos à disposição para nos comunicar.

Você já parou para pensar em como as pessoas se comunicavam milênios atrás, quando não existia escrita e a fala era igualmente inexistente ou bastante rudimentar? Certamente, as pessoas de antigamente se comunicavam de alguma maneira. Alguns desses registros, extremamente antigos, são conhecidos como arte rupestre.

Quer saber mais sobre essa forma de expressão? Então, continue lendo este post!

O que é arte rupestre?

A arte rupestre é o termo designado para as produções artísticas dos seres humanos que viveram durante a pré-história. Surgida ainda no Paleolítico, período que compreende o surgimento da humanidade até cerca de 10.000 a.C., a arte rupestre continuou sendo praticada até o período seguinte, conhecido como Neolítico.

Isso significa que a arte rupestre é uma manifestação artística que compreende um dos períodos mais longos de todos os tempos, com mais de 40 mil anos de intervalo.

A arte rupestre consiste, basicamente, em pinturas registradas em cavernas e algumas esculturas e peças de cerâmica, sendo essas últimas mais recentes. As pinturas costumam representar o dia a dia da população da época, com desenhos de animais e de seres humanos.

Vale ressaltar que a idade da maioria das imagens encontradas em todo o mundo ainda é um mistério, uma vez que apenas 5% de todas as pinturas foram datadas com precisão, principalmente por conta das falhas do método de datação por carbono.

De qualquer maneira, é possível entender que há pelo menos 40 mil anos os seres humanos dispõem de capacidades intelectuais suficientes para criar símbolos e registrar alguma forma de arte.

Arte rupestre: principais características

Como abrangem um período muito grande na história da humanidade, é normal que as pinturas rupestres apresentem características diferentes, dependendo da localização dos registros e da idade deles.

Assim, são várias as técnicas e materiais utilizados, bem como as próprias temáticas representadas nos registros e pinturas. Elas podem ser divididas em gravuras, quando são esculpidas em baixo relevo nas rochas; e em pinturas, quando gravadas na superfície lisa.

Ainda que nos refiramos às artes rupestres como as pinturas encontradas em cavernas, o termo correto seria “arte parietal”, uma vez que a rupestre é encontrada em ambientes exteriores e a parietal no interior de grutas e cavernas.

Apesar dessas distinções, as técnicas de gravura e pintura, bem como as temáticas cotidianas são comuns às duas categorias de arte pré-histórica. Já os materiais costumam ser aqueles mais facilmente encontrados na natureza, como pigmentos provenientes de argilas minerais e carvão triturado.

Assim, eram utilizadas claras de ovo, sangue animal, excrementos de animais, como morcegos, gordura, ceras e outros tipos de resinas provenientes da vegetação. Todos esses materiais faziam parte do cotidiano dos humanos pré-históricos, de modo que os registros rupestres também estavam presentes no dia a dia deles.

Já as temáticas e técnicas utilizadas nas expressões de arte rupestre eram mais variadas. As técnicas podiam ir desde simples representações lineares a, até mesmo, técnicas de claro-escuro elaboradíssimas e algumas pinturas com policromia (uso de duas ou mais cores).

Os temas costumavam retratar animais como bisões, cervos e cavalos, muito comuns no cotidiano de caça da população da época. Além disso, também era comum encontrar algumas imagens do dia a dia social desses humanos, como representações cênicas de danças, lutas entre membros das comunidades e também de sexo.

Algumas pinturas apresentam motivos abstratos e silhuetas de mãos humanas. Os pesquisadores acreditam que os humanos pré-históricos também representavam suas crenças e religiões da época, sendo muito comum encontrar formas como espirais e outras.

Estudiosos acreditam que a prática de representação artística transcendia o simples registro, de modo que as pessoas dessa época poderiam crer que, ao pintar animais, estariam colocando os próprios seres naquele espaço. Assim, nas próximas caçadas, os animais representados estariam enfraquecidos.

Apesar de ser considerada uma arte primitiva, não é possível chamá-la de inferior, uma vez que vários registros apresentam um grande refinamento nas representações, com boa qualidade e diversidade nas produções. Alguns desenhos rupestres sugerem, inclusive, que os povos pré-históricos tinham conhecimentos relevantes de astronomia.

Arte rupestre no mundo

Foto: AFP

Em todo o mundo é possível encontrar sítios arqueológicos com registros de arte rupestre. Entretanto, alguns apresentam pinturas mais conservadas que outros, seja pela ação do tempo, seja pela ação da natureza.

As cavernas de Altamira, na Espanha, foram as primeiras a serem apresentadas oficialmente em todo o mundo, há cerca de 150 anos. Após essa introdução histórica, vários outros sítios passaram a ser descobertos, sendo que os mais estudados e preservados estão localizados na França, no norte da Espanha, em Portugal, na Alemanha, na Itália, na região dos Bálcãs, no Norte do Mediterrâneo africano, na Austrália e na Sibéria.

Arte rupestre brasileira

Tanto pela sua extensão quanto pela longa ocupação humana no que hoje é o seu território, o Brasil abriga um dos maiores acervos de arte rupestre em todo o mundo. Alguns dos sítios mais famosos estão localizados em regiões como:

  • Cariris Velhos (Paraíba);
  • Lagoa Santa (Minas Gerais);
  • Parque Nacional da Serra da Capivara em São Raimundo Nonato (Piauí);
  • Parque Nacional Sete Cidades (Piauí);
  • Peruaçu (Minas Gerais);
  • Rondonópolis (Mato Grosso).

O sítio arqueológico da Serra da Capivara, no estado do Piauí, é um dos mais estudados e importantes do mundo. Com o maior acervo das Américas, é considerado Patrimônio Mundial da Unesco, assim como acontece com a caverna de Lascaux, na França.

Sem o advento da escrita ou registros de histórias transmitidas de geração para geração, a única maneira de conhecermos os povos pré-históricos é justamente por meio das pinturas e gravuras da Arte Rupestre. Por isso, esse tipo de expressão artística é um dos mais importantes para a própria história da humanidade, nos contando um pouco de como era a vida dos povos primitivos de dezenas de milênios atrás.

E aí, curtiu esse post? Então não deixe também de conferir nossos artigos sobre Arte Contemporânea, a História do Grafite, Arquitetura e a Semana de Arte Moderna de 1922! Se prepare para mandar bem na prova de Artes no Enem!

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