Quando se fala em conflitos entre dois ou mais países, muita gente logo pensa na Guerra Civil dos Estados Unidos, na Guerra Fria ou na Guerra do Vietnã, mas a verdade é que há uma infinidade de outros casos parecidos com esses ao longo da história, como o que ocorreu no sudeste da Europa e levou o nome de Guerra dos Bálcãs.
Neste post, vamos contar o que gerou essa guerra, quais nações estiveram envolvidas e, em especial, os efeitos políticos, sociais e geográficos que ela causou no velho continente. Acompanhe até o fim para não perder nenhum detalhe!
Antes de entrar em detalhes sobre o conflito em si, é importante que você saiba o que, afinal de contas, são os Bálcãs. Vamos começar a partir desse ponto, combinado?
A Europa é um continente com uma grande diversidade de países. Muitos deles compartilham aspectos em comum, como a origem linguística, a cultura, o território, as características naturais ou mesmo as atividades comerciais que realizam.
Isso fez com que, no decorrer dos séculos, determinadas regiões fossem conhecidas por um nome específico. Um bom exemplo disso é a Península Ibérica, formada por Portugal e pela Espanha — que, no período das grandes navegações, foram responsáveis por colonizar boa parte das Américas Central e do Sul.
O mesmo ocorreu com a Península Balcânica, que fica na área sudoeste do continente, próxima à Itália, e é composta por 11 nações com clima, vegetação e relevo montanhoso parecidos. Abaixo, você confere quais são elas:
Entre 1912 e 1913, período marcado pela Guerra dos Balcãs, a Península Balcânica não era o equivalente ao que é hoje — algo que, definitivamente, merece a sua atenção!
Isso se deve ao fato de que o Império Otomano ainda existia — embora estivesse nos últimos anos devido aos conflitos internos — e controlava toda a região do sudoeste europeu, assim como parte da costa africana.
Além das diferenças territoriais de cada país, eles não tinham autonomia como Estados independentes. Ao contrário, eram apenas territórios anexados após uma ou mais invasões e que funcionavam sob as ordens e resoluções do governo turco.
Um dos principais objetivos por trás desse domínio tão expansivo era — fora o poder, o fortalecimento da economia e o desenvolvimento comercial — fazer frente a outra força existente na época com interesse no território dele: o Império Austro-Húngaro.
O conflito dos Bálcãs começou depois que o Império Otomano se envolveu em um confronto direto com a Itália pelo domínio da Líbia nos anos de 1911 e 1912.
Enfrentando inúmeras rebeliões separatistas internas e, para completar, sem qualquer apoio ou intervenção de outras potências europeias para evitar o embate (e as potenciais mortes que resultariam dele), os otomanos não resistiram.
Os italianos se apossaram do território libanês e deixaram o exército turco enfraquecido. Diante desse cenário, os movimentos que buscavam conquistar a independência total de diferentes nações ganhou força de vez.
Motivados pelas diferenças étnicas, culturais, artísticas e religiosas com a Turquia — que é um país muçulmano —, fez com que as tensões entre eles e o império explodissem em disputas territoriais para o favorecimento dos novos Estados.
Já dizia o ditado: a união faz a força. Foi seguindo essa linha de raciocínio que diversos países dos Bálcãs se juntaram contra um inimigo em comum: o Império Otomano.
O grupo em questão ficou conhecido como Liga Balcânica e foi composto por aquelas nações mais proeminentes militar e economicamente da região, entre elas, Sérvia, Grécia, Bulgária, Montenegro e Romênia.
A guerra não durou muito tempo. No intervalo de um ano, os turcos perderam todo o território dos Bálcãs e, cerca de nove anos depois, em 1922, o império otomano caiu por completo, dando lugar ao que conhecemos hoje como a nação da Turquia.
Infelizmente, o conflito dos Bálcãs não foi o único impasse geopolítico do planeta no século XX. Pouco após essa guerra, os cinco países que faziam parte da liga viraram-se uns contra os outros na tentativa de anexar o território que era do vizinho.
De aliados, passaram a ser arqui-inimigos. O resultado dessa situação foi que a Sérvia saiu fortalecida em relação às demais nações, despontando como uma nova potência com aspirações imperialistas.
O Império Austro-Húngaro, que mencionamos lá no primeiro tópico, não gostou nadinha disso, afinal, mal os otomanos caíram, outro inimigo surgiu para ameaçar os interesses dele. Esse cenário levou a uma crescente tensão, que culminou em mais uma invasão territorial e a consequente subjugação dos sérvios.
Foi a partir desse evento que se desencadeou a Primeira Guerra Mundial, em 1914. A Alemanha, que apoiou o Império Austro-Húngaro, acabou sofrendo diversos ataques durante as batalhas e, uma vez cessada a guerra, passou por muitas retaliações econômicas, territoriais e sociais.
O desenrolar dessa história você já deve imaginar: Adolf Hitler se aproveitou que o país germânico estava destruído e desmoralizado para trilhar seu caminho até o poder.
Ele estabeleceu o regime nazista, propagou a ideia de revanche pela derrota na Primeira Guerra e estimulou a crença numa raça superior: a ariana — o que levou ao genocídio de milhões de vítimas, em especial os judeus.
Em um ciclo sem fim em busca de poder, os nazistas começaram a invadir e anexar o território de outros países europeus, incluindo aqueles da região balcânica, e isso deu abertura para a Segunda Guerra Mundial.
Como mostrado, todo o conflito envolvendo os Bálcãs é importante para entender como a Europa se desenhou ao longo do tempo e chegou à configuração atual. Vale a pena pesquisar e estudar sobre as guerras que aconteceram, indo além daquelas mais conhecidas e popularizadas em séries, filmes e documentários.
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