Entender os processos que fundamentam nossa história é essencial para compreender nosso lugar no mundo. A colonização foi uma prática que se perpetuou por muitos séculos da história humana, de forma que os contornos geográficos atuais são consequências direta desse cenário.
Por conta da pertinência do assunto para compreender nossa realidade, trazemos esse apanhado sobre o tema. Pensar nos processos colonizatórios é um exercício importante, pois nos faz entender a realidade em que vivemos atualmente.
Do ponto de vista do vestibulando, essa é uma vertente que pode surgir em diferentes disciplinas na hora da prova. Podemos compreender o colonialismo por um ponto de vista histórico, geográfico, social e até mesmo matemático — por meio da estatística.
Além disso, a colonização é sempre um candidato possível a tema de redação para o vestibular, até mesmo no Enem. Abordaremos os seguintes tópicos a esse respeito:
A palavra é usada para identificar um conjunto de práticas adotadas por um governo em relação a determinada região ou população. Fala-se em colonização quando existe alguma relação de domínio entre dois povos, no sentido territorial, político, cultural etc.
Apesar de não ter sido completamente extinto, esse é um fenômeno raro na atualidade. O que podemos observar hoje são seus efeitos, por isso é possível classificar a época em que vivemos como pós-colonial.
Todos conhecem a narrativa de como o Brasil foi estabelecido enquanto uma nação a partir da chegada dos portugueses em 1500. Sabemos também que essa formação se deu a partir de um conflito com os povos indígenas, primeiros ocupantes do território.
Através desses séculos, a criação do nosso país se deu com a escravização e catequização dos nativos aos moldes da cultura europeia. Além disso, também ocorreu um intenso trabalho de extração e apropriação de bens agrícolas e minerais, outro traço fundamental do processo colonizador.
Apesar de manter similaridades, o colonialismo se deu em diferentes formas ao longo da história. Essas particularidades são também responsáveis pela maneira como os países colonizados se desenvolveram e criaram sua identidade nacional.
As mais conhecidas foram as estabelecidas por Portugal, Espanha e Inglaterra. Outras nações europeias, como a França, também tiveram participação importante no período colonial.
Países como a Guiana Francesa e Nigéria foram estabelecidos a partir de uma colonização francesa, ambos tendo como francês uma de seus idiomas principais até hoje.
No caso da Guiana, observamos um fenômeno interessante que caracteriza o colonialismo francês: apesar de ser uma nação independente, ela ainda é considerada parte do território da França. Similar a um “estado” brasileiro, só que em outro continente, sua população tem direito aos direitos e a cidadania francesa.
Também tivemos processos colonizadores importantes tanto no continente africano quanto asiático, mas nos manteremos aqui na questão desse processo nas Américas.
Normalmente mais estudadas nas escolas, elas foram responsáveis pela formação de boa parte do continente americano. Da ponta sul do continente ao México, a presença luso-hispânica foi marcante em muitos níveis, estabelecendo os idiomas, nomeação geográfica e religiosidade desses povos.
Espanha e Portugal compartilharam de similaridades importantes em suas práticas colonizadoras. Havia inclusive uma aliança entre eles nesse período, que se deu por relações familiares entre os nobres desses reinados.
A questão da religião é um traço marcante em ambos os processos. Os portugueses e espanhóis têm uma forte tradição cristã, ligada a Igreja Católica. Essa conexão trouxe uma forte presença da religiosidade católica em muitos países do continente americano, que se deu com um forte sincretismo com as crenças locais e de outros povos imigrantes.
Outro grande bocado das Américas foi colonizado pela coroa inglesa, principalmente nas regiões que séculos depois formaram os Estados Unidos da América. A relação da Inglaterra com suas colônias foi muito diferentemente das mencionadas anteriormente.
Havia uma independência maior dessas colônias em relação ao país matriz, ainda que houvesse também uma exploração por parte da coroa, como na cobrança de impostos e exclusividade comercial.
A comunidade inglesa fundadora dos EUA rapidamente criou laços de pertencimento com as regiões colonizadas, que não eram exploradas a exaustão, do ponto de vista material, como no caso brasileiro.
Outra diferença também se dá na questão da religiosidade. O cristianismo também chegou em terras norte-americanas, mas em um formato protestante. Nesse caso, as correntes derivadas do Luteranismo, que se distinguia da tradição católica, foram trazidas junto dos ingleses.
Os Estados Unidos foram colonizados a partir de uma tradição calvinista da igreja cristã. Pode ser considerada uma versão mais branda do catolicismo, no sentido de impor menos regras e ser mais acessível a pessoas em geral.
O calvinismo tem no trabalho e no acúmulo de bens materiais duas possibilidades para o cristão. Segundo Calvino, o enriquecimento seria uma forma de glorificar a Deus, prática que era veementemente condenada pela Igreja Católica.
Esses princípios certamente estão presentes até hoje na identidade estadunidense, um exemplo interessante de como pequenos fatores, como a variação religiosa, podem ser centrais no estabelecimento de uma identidade nacional.
Como você pôde perceber, a questão da colonização é bastante relevante para compreender a realidade atual de muitas sociedades, principalmente a nossa. Ao olharmos para trás e compreendermos como se deram os processos colonizatórios, podemos interpretar nosso presente com muito mais clareza.
É um tema que sempre está em voga nas redações de vestibular e também em outras disciplinas. Por isso, vale a pena dar uma boa atenção a ele nos seus estudos ao longo do ano.
Mais do que isso, manter-se informado sobre as raízes de nossa cultura é um exercício importante de cidadania, que pode nos ajudar a pensar em soluções para os problemas enfrentados por toda a sociedade.
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