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1. O que é?
O Estado Islâmico é um grupo muçulmano extremista que é comandado por Abu Bakr al-Baghdadi.
Inicialmente, o movimento jihadista de orientação sunita fazia parte da Al-Qaeda, mas em 29 de junho de 2014 o Estado Islâmico proclamou a formação de seu califado, oficializando a sua independência.
2. Como surgiu?
Ele surge no Iraque.
Para entender o motivo, precisamos fazer uma retomada histórica:
O Irã, assim como o Iraque, é um país com maioria xiita. Quando acontece a revolução em 1979, o Irã aproveita esse momento para nacionalizar sua produção de petróleo, romper com os americanos e expulsar o ocidentalismo. De maneira que, tanto os Estados Unidos, como a Grã-Bretanha, perdem os lucros imensos que tinham com a exploração do petróleo no Irã.
Sendo assim, o maior medo da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos passa a ser que o outro país xiita, o Iraque, fizesse a mesma coisa. Se começasse uma onda de revolução islâmica no Oriente Médio, os interesses do ocidente seriam prejudicados e, inclusive, o ódio à Israel poderia resultar em ataques e conflitos.
Com esse cenário, os Estados Unidos escolhe apoiar um militar que vai dar um golpe e vai chegar ao poder. O nome dele: Saddam Hussein, um sunita. Ele começa uma guerra contra o Irã que durou 8 anos com o apoio dos EUA.
Como Saddam era sunita e vivia num país de maioria xiita, ele monta um exército de sunitas e passa a reprimir os xiitas e curdos que vivem naquela região. Além disso, ele estabelece seu autoritarismo ao usar o dinheiro do petróleo para subornar chefes xiitas.
Quando o Saddam Hussein cai, quem assume o poder são os xiitas. Nesse momento, eles presenteiam seus seguidores com privilégios e posições de destaque. Desta forma, os sunitas se sentem cidadãos de segunda classe e não aceitam a posição de inferioridade.
É preciso destacar que quando os Estados Unidos se retiram após a Guerra do Iraque, acontece uma eleição para formar um congresso, com participação tanto de xiitas, curdos e sunitas.
Quando o governo xiita cria os privilégios, ele acaba com qualquer chance de fazer a união dos grupos. Dada a circunstância, os sunitas se revoltam. Eis que os fundamentalistas vão formar o Estado Islâmico.
Leia mais: Você sabe quem são os sunitas e xiitas?
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3. Quais seus objetivos?
O objetivo do grupo radical é formar um califado (um território teocrático) seguindo as interpretações das leis islâmicas – a chamada Sharia. Eles querem a restauração dos territórios do auge da expansão árabe (que ocorreu a partir do século VII d.C) e novas expansões – principalmente no Oriente médio e em partes dos continentes asiáticos e africanos.
Segundo a ideologia do grupo, aqueles que não são adeptos da religião islâmica – chamados por eles de “infiéis” – devem se converter, respeitar e aprender os ensinamentos do profeta Maomé. Caso a pessoa não aceite a imposição, ela estará sujeita ao pagamento de impostos e poderá sofrer punições físicas, como uma execução.
4. De onde vem o dinheiro para financiar o grupo?
A principal fonte de recurso para financiar os confrontos do EI vem do petróleo. A organização dominou terras com campos de produção e, de acordo com o G1, são movimentados 40 mil barris por dia (dados retirados de uma pesquisa da CFR – Council on Foreign Relation).
Outras fontes de receitas são obtidas pela cobrança de impostos a quem não segue a religião islâmica, pelo tráfico de armas e atividades criminais diversas, como contrabando de relíquias históricas da região e medicamentos. O portal Folha de São Paulo afirmou que o grupo também obtém dinheiro por meio de sequestros.
Segundo uma reportagem da revista “The Economist”, cada guerrilheiro que luta em nome do Estado Islâmico recebe um salário mensal de 400 dólares. Para conquistar novos seguidores, o EI procura comunidades (principalmente carentes) para convencê-las que o melhor caminho para a vida e salvação é seguir de forma rígida e literal as escrituras da religião islâmica.
Há uma grande divulgação de suas ações nas redes sociais (principalmente YouTube e Twitter) além de forte influência social de seus líderes nas regiões dominadas.
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5. O Estado Islâmico e a mídia
O grupo extremista usa a repercussão midiática para instaurar o terror em escala global. Para se ter uma ideia, em agosto de 2014, o Estado Islâmico divulgou um vídeo mostrando a decapitação do jornalista britânico James Foley, que estava desaparecido no Síria desde 2012.
Outra vítima do exibicionismo foi o jornalista Steven Sotloff, que teve sua morte divulgada depois de um mês. O assassinato do britânico David Haines também foi para a internet, sendo o terceiro vídeo divulgado.
Sempre caracterizado pela crueldade, os vídeos impactaram a população mundial mostrando do que o grupo era capaz de fazer. O porta-voz e responsável pela propaganda é Abu Muhammad al-Adnani.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, estima-se que existam 90 mil contas afiliadas ao Estado Islâmico no Twitter. A empresa divulgou em resposta que os perfis são bloqueados constantemente e já foram deletados 10 mil usuários por publicarem “ameaças violentas”.
O pesquisador Javier Lesaca afirmou ao jornal que o já foram publicadas mais de 920 campanhas, realizadas em 33 produtoras, que possuem cenas de violência inspiradas em filmes e jogos.
A propaganda e a mídia são tão importantes para o Estado Islâmico que eles produzem revistas em diversos idiomas. A mais famosa delas é a “Dabiq”, na qual o grupo terrorista anuncia suas atividades e explica suas ações de forma teológica.
6. Relembre alguns ataques
Nos dois últimos anos, o Estado Islâmico começou a atuar com mais frequência, tornando-se protagonista dos jornais do mundo inteiro. Além dos diversos ataques civis, eles comandaram atos terroristas na França, Estados Unidos e na Bélgica.
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– Ataque em Paris
O pior ataque da história da França já registrado aconteceu no dia 13 de novembro de 2015, uma sexta-feira, deixando o total de 129 mortos. Eles foram realizados pelo grupo Estado Islâmico, que emitiu uma declaração oficial assumindo a autoria.
O presidente francês, François Hollande, declarou estado de emergência e pediu que a população ficasse em casa, saindo para as ruas em casos de extrema necessidade.
De acordo com reféns que conseguiram escapar da casa de show Bataclan, os terroristas atiraram com metralhadoras dizendo “Alá Akbar” – que significa “Alá é grande”.
Cinco lugares foram alvo de ataques simultâneos:
*A casa de show Bataclan
*O bar Le Carillon e restaurante Le Petit Cambodge
*O bar Belle Equipe
*As proximidades do Stade de France
*A rua Beaumarchais
– Charlie Hebdo
Mas esse não foi o único ataque que a capital francesa sofreu em 2015. Vale lembrar que no dia 7 de janeiro de 2015, aconteceu um atentado na redação de uma revista francesa de publicação semanal, chamada Charlie Hebdo. A revista sempre foi famosa por suas sátiras relacionadas às religiões, principalmente ao islamismo (e à figura do profeta Maomé).
A França é maior país islâmico da Europa. Quase 10% de toda sua população é praticante do islamismo.
O ataque deixou 12 mortos e 11 feridos. Entre os assassinados, estão os cartunistas Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb e também editor do jornal, o lendário Wolinski, Jean Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous.
Segundo a polícia local, os criminosos deixaram o local gritando “vingamos o profeta”. Essa frase faz referência as ameaças que o veículo de comunicação sofria desde 2006 por publicar uma charge do profeta Maomé.
A revista já havia passado por outros atentados. No final de 2011, a Charlie Hebdo sofreu um incêndio criminoso. Em 2013, um homem de 24 anos foi preso por pedir a morte dos cartunistas, por conta das caricaturas do profeta.
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– Ataque em Nice
O mais recente atentado na França aconteceu em Nice, no dia 14 de julho de 2016 – data em que os franceses saem as ruas para comemorar a queda da Bastilha.
Um caminhão de carga percorreu 2 quilômetros atropelando e esmagando uma multidão de pessoas, deixando 85 mortos e dezenas de feridos. A população divulgou, por meio de vídeo e depoimentos, como foi o desespero.
Na hora, muitas pessoas não entenderam o que estava acontecendo e começaram a correr e entrar em restaurantes. A política trocou tiros e matou o terrorista.
– Atentado em Orlando – EUA
Um tiroteio realizado nos Estados Unidos, na cidade de Orlando, deixou 50 pessoas morreram e outras 53 ficaram feridas no dia 12 de junho de 2016. O atirador identificado como Omar Saddiqui Mateen foi até a Boate Pulse e fez os disparos dentro da casa.
De acordo com o portal G1, o agente do FBI Ronald Hopper disse em coletiva de imprensa ter recebido informações de que, antes do ataque, Mateen ligou para o número de emergência 911 e disse ser leal ao Estado Islâmico.
O suspeito já havia sido investigado porque havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho. Ele foi interrogado pelo FBI em duas ocasiões.
Segundo o jornal El País, o Estado Islâmico assumiu autoria do ataque.
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– Atentado em Bruxelas
O atentado terrorista ocorrido em 22 de março de 2016, em Bruxelas, deixou 34 mortos e mais de 200 feridos. Três bombas pegaram a população que passava pelo Aeroporto Internacional de Zaventem e pela estação de metrô Maelbeek de surpresa.
O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado realizado na capital da Bélgica após algumas horas pela internet.
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