“Brava gente brasileira!”. Em toda a história do nosso país, desde a chegada dos portugueses até hoje, o povo brasileiro é exaltado e reverenciado, seja pelas lutas em defesa de territórios e de direitos, seja nas belas letras que estão presentes nos hinos, como o verso que abre este post.
Sabemos que o Brasil tem sido palco de muitas crises — política, econômica, social —, mas, em sua essência, a população prefere a liberdade a qualquer tipo de servidão: “Ou ficar a pátria live ou morrer pelo Brasil!” (Hino da Independência).
Continue conosco e vamos conhecer a história surpreendente por trás da criação desse hino e por quem foi composta a música que acompanha a letra! Saiba mais sobre os bastidores da Proclamação da Independência do Brasil e se prepare para o Enem!
A autoria da música e da letra quase entra para a História de forma equivocada. Isso porque a música que conhecemos não foi a primeira a ser composta, e a letra tinha outro nome. Já pensou? Veja como aconteceu!
A história do Hino, obviamente, se entrelaça à Independência do nosso país, proclamada em 7 de setembro de 1822 por D. Pedro I, logo depois intitulado Imperador do Brasil. Os movimentos que desejavam um Brasil livre de Portugal já se manifestavam desde 1821, depois do retorno da Família Real à Europa.
Em 16 de agosto de 1822, um jornalista e poeta fluminense chamado Evaristo da Veiga — de quem falaremos mais adiante —, entusiasta das causas libertárias e democráticas que pregavam a separação do Brasil de Portugal, escreveu o Hino Constitucional Brasiliense.
Os versos “Já raiou a liberdade/No horizonte do Brasil” encantaram a muitos na Corte, inclusive ao maestro que musicou o poema pela primeira vez: Marcos António da Fonseca Portugal, de quem D. Pedro I fora aluno.
No entanto, ao conhecer os versos, em 1824, D. Pedro resolveu compor uma nova melodia (a que conhecemos hoje) para o que foi chamado de Hino da Independência. Como Evaristo era um homem tímido, demorou quase uma década para reivindicar a autoria da letra, que, àquela altura, já havia sido atribuída a D. Pedro.
Com a Proclamação da República a 15 de novembro de 1889, que marcou o término da monarquia no Brasil, o Hino deixou de ser tocado, voltando a ficar conhecido apenas nas comemorações do centenário da Independência, em 1922. O curioso é que ele retorna com a melodia original, de Marcos Portugal e só na década de 30 o maestro Heitor Villa-Lobos, na Era Vargas, resgatou a melodia de D. Pedro I.
Dessa forma, o primeiro Imperador do Brasil quase fica com a fama de ter composto o Hino da Independência, cuja letra você acompanha, na íntegra, a seguir!
O Hino da Independência é um dos símbolos da Pátria. Quer conhecer a letra? Acompanhe!
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil…
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil….
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil….
Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil….
Sabendo que a composição faz uso das figuras de linguagem hipérbato — que inverte a ordem direta dos termos na oração — e metáfora — que altera a conotação das palavras, dando a elas novos sentidos —, fica mais fácil entender como o povo brasileiro é enaltecido por sua valentia. Veja:
Na ordem direta, teríamos:
Observe outro trecho:
Não podemos nos esquecer de que o eu lírico do poema faz uso da 2ª pessoa do plural para se dirigir ao interlocutor, que são os filhos da pátria. E, como sabemos, o “vós” caiu em desuso no português coloquial há muito tempo, o que deixa o texto ainda mais complicado. “Já podeis…”, não temais…”, “vossos peitos, vossos braços” são exemplos de uso de verbos e pronomes na 2ª pessoa do plural.
O autor da letra do Hino da Independência do Brasil é membro da Academia Brasileira de Letras. Seu nome é Evaristo Ferreira da Veiga e Barros — ou simplesmente Evaristo da Veiga —, jornalista, poeta e livreiro, e viveu no Rio de Janeiro entre 1799 e 1837.
Evaristo defendia valores e princípios liberais, porém aliados ao respeito à ordem. Fundou a Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional. Foi eleito e reeleito deputado por Minas Gerais, de 1830 até o ano de sua morte.
Bastante ativo em suas publicações, e contemporâneo de nomes que viriam a ser grandes escritores do Romantismo brasileiro, foi ele quem deu incentivo a Gonçalves de Magalhães e publicou suas Poesias no jornal de sua propriedade, A Aurora Fluminense.
Para esse grande político, coerente com seus princípios, que pregava a sinceridade e a retidão, o mais importante era servir à Pátria, sem almejar altos cargos ou poder.
Sinta-se motivado a pesquisar mais sobre a História do Brasil e a aprender, pelo nosso passado, a construir o futuro. Acompanhe nossas videoaulas e novos posts no Blog do Stoodi e fique preparado para as questões de Linguagens e Humanas do Enem!
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