O século XX foi marcado por grandes conflitos, como as Guerras Mundiais. A Segunda Guerra Mundial, particularmente, se destaca pela ascensão ao poder de um dos piores ditadores de todos os tempos: Adolf Hitler. Comandando a Alemanha nazista, Hitler foi o responsável por enormes atrocidades, como o extermínio de milhões de pessoas.
Entre os que mais sofreram nas mãos do nazista, um grupo se destaca: os judeus. O regime nazista defendia que eles eram os grandes culpados pela recessão econômica que a Alemanha passava, sendo necessário exterminá-los para que o país pudesse progredir.
Neste post, vamos contar tudo sobre a história do Holocausto, nome dado a esse extermínio dos judeus. Continue lendo para descobrir mais!
Estima-se que, na Segunda Guerra Mundial, mais de seis milhões de judeus tenham sido assassinados pelo regime nazista, se caracterizando como o maior genocídio de todo o século XX. Patrocinado e encabeçado por Adolf Hitler, as ações do Holocausto consistiam em um programa de extermínio étnico que matou mais de dois terços de todos os judeus residentes na Europa.
O genocídio nazista contra a população judia do continente foi parte de um conjunto repressivo muito mais amplo e cruel. Entre as grandes vítimas do regime estavam ciganos, cidadãos poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros soviéticos, testemunhas de Jeová e até mesmo deficientes físicos e mentais.
Juntamente com a grande massa de judeus assassinados, historiadores estimam que cerca de onze milhões de inocentes civis foram executados intencionalmente pelo governo de Hitler. Mais de quarenta mil instalações ao redor de toda a Europa foram usadas como campos de concentração, onde judeus eram explorados e assassinados.
Holocausto é, na verdade, um termo em hebraico, língua nativa dos judeus. No Antigo Testamento da Bíblia, significava um sacrifício animal como oferenda a Deus. Esse termo, entretanto, ganhou um outro significado completamente diferente após o final da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1945.
Dessa forma, Holocausto passou a ser o nome dado ao genocídio cometido pelo nazismo de Adolf Hitler contra os judeus que povoavam a Europa, principalmente na Alemanha, Holanda e Polônia.
Após a Primeira Guerra Mundial, foi assinado o Tratado de Versalhes. Era um tratado de paz, que encerrou a guerra e foi assinado pelas principais potências da Europa. Seu principal ponto era na culpabilização da Alemanha pelo conflito, devendo assumir todas as responsabilidades e os custos de reconstrução e reparação às outras nações.
Assim, a Alemanha perdeu parte de seu território para vários vizinhos, perdeu suas colônias na África, teve seu exército limitado e assumiu uma enorme dívida financeira. Isso fez com que as décadas seguintes significassem um período de grande recessão e crise socioeconômica para a Alemanha.
Esse contexto é considerado o ideal para o surgimento de líderes populistas, com ideias extremas. Assim, alguns anos depois, Hitler chega ao poder, por meios legais. Para tirar a Alemanha da crise, o ditador pregava ideais nacionalistas e de expansão, pois acreditava que o país deveria ser autossuficiente, sem depender de políticas e do comércio internacional.
Isso fez com que a principal estratégia nazista consistisse na expansão territorial, de modo a agregar terras produtivas e mão de obra. Esse foi um dos motivos que levaram a Alemanha a guerrear, buscando conquistar novas terras.
Do lado social e moral, segundo a ideologia nazista, a Alemanha deveria alcançar a formação de uma nação evoluída, por meio do extermínio de “raças inferiores”. Para Hitler, a crise que o país passava era culpa da presença dessas pessoas que considerava inferiores. Judeus, negros, homossexuais, comunistas, entre outros, passaram a ser caçados e mortos dentro da Alemanha.
Antissemitismo é o termo utilizado para designar o preconceito contra judeus, principalmente com base em seu histórico ético, cultural e religioso. Existente desde os tempos bíblicos, essa discriminação contra o povo judeu teve seu ápice justamente na Alemanha Nazista.
A discriminação antissemita se iniciou justamente assim que Hitler tomou o poder, por meio de ataques a sinagogas e comércios de judeus. No dia primeiro de abril de 1933, Hitler declarou boicote nacional contra empresas de donos judeus.
Proclamada em 7 de abril do mesmo ano, a Lei para a Restauração da Função Pública Profissional excluía os judeus de profissões ligadas ao governo e ao serviço público. Ao longo do tempo, outras legislações foram retirando cada vez mais direitos dos judeus, de modo que já em 11 de abril foi promulgado um decreto que dizia que qualquer um que tivesse um avô judeu seria considerado não ariano.
Em um primeiro momento, atos de violência e pressão econômica foram usados para forçar os judeus a abandonar a Alemanha de maneira voluntária. Aos poucos, cidades passaram a proibir a entrada de judeus e agressões se tornaram cada vez mais comuns.
Em 1938, um jovem judeu assassinou o secretário do embaixador da Alemanha, em Paris, como forma de protesto contra o tratamento dado pelos alemães à sua família. Esse foi o pretexto utilizado para o maior movimento antissemita até então, chamado de Noite dos Cristais. Na noite de 9 de novembro de 1938, sinagogas e propriedades judaicas foram destruídas em toda a Alemanha.
No ano seguinte, cerca de 250 mil judeus fugiram do país. Entretanto, vários optaram por permanecer no continente europeu, tendo sido autorizados a emigrar para a Palestina. Quem foi para outros países teve que deixar todas as suas propriedades para trás.
No planejamento de Hitler, os conflitos no Leste eram baseados no pressuposto de que era necessária uma grande expansão da nação. Assim, toda a atenção nazista foi concentrada nas terras orientais, como a Polônia, a União Soviética e o objetivo de matar judeus e eslavos durante o processo.
Inicialmente, judeus eram colocados para trabalhar de maneira forçada, sendo que os incapacitados para as tarefas eram confinados em guetos. Segundo o planejamento de Hitler, entre 10 e 20 anos o território polonês ocupado não teria mais nativos, sendo reassentado por colonos alemães. Cerca de 4 milhões de poloneses seriam mantidos como escravos.
No decorrer da Guerra, o plano de invasão de Hitler à União Soviética acabou fracassando, o que fez com que, em dezembro de 1941, o ditador nazista passasse a considerar que todos os judeus da Europa deveriam ser exterminados. A erradicação da população judaica europeia, que chegava a 11 milhões de pessoas, teve início com os campos de concentração e de trabalho forçado, onde os judeus eram executados em câmaras de gás ou por pelotões de fuzilamento.
Em 1941, campos de concentração como Auschwitz, Sobibor, Treblinka e outros substituíram os pelotões de fuzilamento como os principais meios de assassinato em massa do regime nazista. Estima-se que cerca de 6 milhões de judeus, incluindo 1 milhão de crianças, foram executados durante a guerra, sendo que pelo menos o dobro foi colocado sob regime de trabalho forçado.
Apesar da negação futura que os cidadãos alemães praticaram, a população teve acesso às informações sobre o que estava acontecendo. A maioria desaprovava o genocídio de judeus, mas pouco foi feito pelos civis. Alguns tentavam esconder sobreviventes, sofrendo duras penas caso fossem descobertos.
Apenas com o fim do regime nazista e a chegada das tropas aliadas, foi possível ter uma real noção da violência praticada pelos comandados por Adolf Hitler. Em meio aos milhares de cadáveres, sobreviventes eram encontrados em condições precárias de vida, próximos de morrer por inanição.
O fim da Guerra não terminou com o sofrimento do povo judeu. Anos depois, centenas de milhares de pessoas passaram a viver em campos de deslocados, não tendo para onde voltar. Foi criado o Estado de Israel, que passou a abrigar e servir de refúgio para o povo judeu. Em contrapartida, essa ação levou a inúmeros conflitos entre judeus e muçulmanos, que persistem até os dias de hoje.
São várias as histórias de pessoas que conseguiram sobreviver ao Holocausto. Essas memórias estão espalhadas nos vários museus que contam a história do genocídio e da guerra. No Brasil, inaugurado em 2011, encontra-se o Museu do Holocausto de Curitiba, primeiro memorial do holocausto no país.
Já o Museu Estadunidense Memorial do Holocausto (USHMM) é um dos maiores do mundo, dedicando ainda esforços para ajudar líderes e cidadãos de todo o mundo a combater o ódio, prevenir genocídios e promover ações de dignidade humana por meio do fortalecimento da democracia.
O termo “holocausto” também é usado para se referir às práticas violentas no Brasil. O Holocausto brasileiro corresponde ao genocídio de mais de 60 mil brasileiros no Hospital Colônia, em Barbacena (MG), foi omitido por anos.
As histórias e registros da época, bem como as memórias de sobreviventes, mostram que a segregação acontecida no Brasil se equiparava às práticas do Apartheid e do Holocausto nazista. Pacientes eram internados à força, sendo submetidos à fome, doenças e frio. Torturados, violentados e mortos, tinham seus cadáveres vendidos para escolas de medicina e os ossos comercializados.
A estação de trem de Barbacena era utilizada como o ponto de convergência para a chegada de várias pessoas a serem internadas no Hospital Colônia. Em sua grande maioria, eram apenas pessoas deprimidas, tímidas, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, epilépticas, ou mesmo meninas engravidadas pelos próprios patrões. Tinham o Hospital como destino também as mulheres abandonadas pelos maridos, as que perdiam a virgindade antes de se casarem e crianças rejeitadas pelos pais.
O motivo para a internação era, apenas, uma declaração de que eram “loucos”. As condições de vida dentro da instituição eram sub-humanas. O psiquiatra italiano Franco Basaglia, que visitou o Hospital em 1979, chegou a comparar o local a um campo de concentração nazista, exigindo seu imediato fechamento. Isso aconteceu apenas anos mais tarde, na década seguinte.
No ano de 1996, muito tempo após o fechamento, o Hospital da Colônia foi reaberto e transformado no que hoje é o Museu da Loucura, em uma parceria entre a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) e a Fundação Municipal de Cultura de Barbacena (FUNDAC). Tem como objetivo preservar a memória e a história da cidade, oferecendo espaços de discussão e reflexão sobre o que se pratica acerca da saúde mental nos dias de hoje.
Devido à grande relevância histórica do genocídio nazista contra os judeus, vários filmes foram produzidos. Abaixo, listamos alguns dos mais conhecidos e culturalmente relevantes.
Um dos principais filmes brasileiros traz a biografia de Olga Benário Prestes, militante alemã que foi deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista, após o fim da Intentona Comunista.
Tendo uma filha na prisão, é enviada para um campo de concentração, passando anos de maus tratos até morrer em uma câmara de gás. O filme faz um ótimo paralelo entre o nazismo e o apoio velado do governo brasileiro ao regime.
Uma produção conjunta entre Estados Unidos e Reino Unido mostra a visão da Segunda Guerra Mundial através da perspectiva de duas crianças, sendo uma ariana e outra judia. Enquanto uma vive confinada nos campos de concentração, a outra vive livre na Alemanha nazista.
Um verdadeiro clássico do cinema sobre a temática da Segunda Guerra Mundial, A lista de Schindler conta a história do alemão Oskar Schindler, que conseguiu admitir mais de 1.000 judeus em sua fábrica, em uma tentativa de mantê-los a salvo do Holocausto. Antes de serem capturados e enviados aos campos de concentração, Schindler os contratava para sua empresa.
O Holocausto está, sem dúvidas, entre as maiores catástrofes já praticadas pelo ser humano ao longo de toda a sua existência. Com implicâncias em eventos posteriores, o genocídio praticado pelo regime nazista necessita ser lembrado até hoje, como forma de prevenir futuros genocídios.
Agora que você já sabe o que significa holocausto, não deixe também de conferir nosso artigo completo sobre o Fascismo e fique preparado para as provas de História dos vestibulares!
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