Nos últimos séculos, várias práticas de dominação territorial fizeram com que culturas se fundissem e países buscassem o domínio econômico e militar sobre outros. Nesse contexto, ganha destaque o Imperialismo, um mecanismo de expansão territorial que levou grandes consequências para diversas nações, especialmente na construção cultural da África e da Ásia.
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O Imperialismo consiste em uma prática de expansão política, cultural, econômica e territorial que parte de uma nação buscando dominar outras. Assim, estados com muito poder, principalmente bélico e econômico, exercem suas forças para conquistar territórios e aumentar sua influência sobre outras regiões do globo.
Dessa forma, não apenas as nações imperialistas buscam ampliar sua influência, mas sim manter o controle sobre outros territórios, influenciando a política interna e a forma como os povos dominados se relacionam internacionalmente.
Quando ouvimos a palavra Imperialismo, naturalmente o termo “Império” já vem à mente. E é exatamente esse tipo de organização, como o Império Romano e o Egípcio, que exemplifica bem as práticas de uma nação imperialista. Entretanto, essa prática sofreu algumas modificações ao longo dos séculos, adaptando-se à evolução da organização internacional.
Dessa forma, apesar de ser possível falar de impérios desde a Antiguidade, foi apenas nos últimos séculos que as noções de imperialismo se tornaram mais próximas do que conhecemos nos dias de hoje, principalmente com o processo de expansão capitalista ao redor do planeta.
Nesse sentido, podemos falar de imperialismo moderno a partir da Segunda Revolução Industrial, entre os anos de 1850 e 1950. Antes disso, a prática do colonialismo era muito mais frequente, principalmente com as influências europeias nas Américas, África e Ásia.
Enquanto o colonialismo sugere um controle político direto, com incorporação territorial e perda de autonomia por meio da força militar, o Imperialismo exerce o mesmo domínio de maneira indireta, formal ou informalmente, sem o uso explícito de intervenções militares, na maioria dos casos.]
A chegada da Segunda Revolução Industrial, em meados do século XIX, ultrapassou o território inglês e se expandiu para outras nações europeias, como Alemanha, França e Holanda. O avanço tecnológico ocorrido nesse cenário atingiu, ainda, países como Estados Unidos e Japão.
Com várias nações se apoderando de novas tecnologias e formas de produção industrial, a concorrência pelo poder cresceu, assim como o potencial produtivo das fábricas, que necessitavam de avanços cada vez maiores. Assim, as próprias indústrias de grande porte acabavam por anexar as menores, levando a um ciclo imperialista e expansionista contínuo.
Além das necessidades capitalistas de expansão imperialista, era fundamental justificar esse expansionismo cultural e cientificamente, buscando uma postura que ultrapassasse a própria ganância pelo poder. Dessa forma, teorias como a darwiana foram deturpadas para tentar explicar a posição de superioridade do homem branco europeu perante aos outros povos do planeta.
Assim, o chamado “fardo do homem branco” foi criado, em teorias racistas que diziam que nações africanas e asiáticas seriam incapazes de se desenvolver sozinhas, cabendo aos europeus levar o desenvolvimento e o progresso para essas áreas “atrasadas” da Terra. Vários acontecimentos históricos se baseavam nesse tipo de pensamento deturpado, levando até mesmo a grandes tragédias da humanidade, como o Holocausto provocado pelos nazistas contra o povo judeu.
O Colonialismo é um período caracterizado pelas Grandes Navegações, que levaram à conquista de territórios novos para os europeus, como a América. Assim, as potências Portugal, Espanha e Inglaterra ocuparam a posição de protagonismo no domínio dos novos territórios.
Com a chegada do período industrial, novas potências surgiram e, com elas, a necessidade de se conquistarem novos territórios para distribuir seus produtos, além de obter matéria-prima para a produção interna. Assim, países como França, Holanda e Alemanha, além da própria Inglaterra, que manteve a posição de destaque, passaram a praticar o que hoje chamamos de neocolonialismo.
Essa prática se deu, principalmente, nos continentes da África e da Ásia, sendo a Partilha da África uma das determinações que levou a consequências mais danosas para os povos dominados. Esse tratado estabeleceu que os países europeus que desejassem dominar os territórios africanos deveriam povoá-los, o que levou a um grande processo migratório para o continente.
Consequentemente, a inchada população europeia encontrou um alívio ao mesmo tempo em que as nações africanas foram dilaceradas em territórios determinados aleatoriamente, sem respeitar as diferenças culturais e demográficas do continente. Isso fez com que diversos conflitos acontecessem na África, repercutindo até os dias de hoje e sendo um dos grandes responsáveis pela situação de pobreza que boa parte do continente se encontra atualmente.
Os avanços imperialistas na África aconteceram em grandes incursões violentas, como a Bélgica (apoiada por Holanda e Inglaterra) na colonização escravagista do Congo. Outro cenário relevante nesse avanço se deu pela descoberta de diamantes no que é hoje a África do Sul, levando à colonização inglesa da região.
Toda a partilha africana levou a um cenário de completa dominação europeia, na qual os países dominantes exerciam seu próprio modelo capitalista. Apesar de alguns setores produtivos estarem sob o controle da população local, a influência política e econômica era totalmente exercida pelas nações europeias, o que terminou em um domínio completo do continente.
No caso asiático, a presença europeia já era bastante forte desde o século XVII, com a presença da Inglaterra na Índia. Essa influência cresceu ao ponto de a Coroa Britânica indicar um governador-geral para a região contando, principalmente, com o enfraquecimento das autoridades locais.
Já no século XIX, após encontrar a concorrência forte de nações como Estados Unidos e Japão, a Inglaterra aumenta seu domínio na Ásia, chegando até mesmo a anexar oficialmente alguns territórios, como Hong Kong. Após o processo de industrialização japonesa, a nação nipônica se torna uma grande potência, exercendo sua dominação em territórios da China e da Coreia.
O processo do Imperialismo ditou boa parte da organização mundial nos últimos séculos, sendo responsável por grandes conflitos e desaparecimento de culturas e povos. Até os dias de hoje, as práticas imperialistas dominam o cenário internacional, repercutindo de maneira intensa nas relações políticas em diversas partes do globo.
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