Falar de temas importantes para a sociedade faz parte da construção da cidadania. A intolerância religiosa é um desses tópicos que precisam ser discutidos, principalmente para evitar que sua ocorrência cause outros problemas.
Para quem não sabe, brigas por motivo de religião causam mortes no mundo inteiro. Isso pode parecer improvável ou irreal para muitas pessoas, mas a verdade é que acontece mais do que imaginamos.
Vamos entender um pouco mais sobre o assunto? Acompanhe a leitura!
Ser intolerante é ter dificuldade de aceitar diferentes ideias, posições e crenças. No sentido religioso, a intolerância se expressa por meio de pessoas ou instituições que discriminam outras pessoas ou entidades ligadas à religião. Isso acontece com religiões específicas ou com posicionamentos que vão contra todas as religiões.
A realidade é que esses acontecimentos são históricos. Há milhares de anos existem casos de críticas, brigas e perseguições religiosas. Aliás, como antigamente os governos eram ainda mais ligados às questões da fé, os problemas eram muito comuns — incluindo a morte e tortura de “infiéis”.
A liberdade hoje é maior e o acesso à informação também contribuiu muito para que as pessoas criassem a consciência de que as crenças e práticas religiosas representam algo muito particular. Mesmo assim, os casos de intolerância não pararam de acontecer.
Basta abrir o noticiário todos os dias ou fazer uma breve pesquisa na internet para entender que o problema nunca teve fim. Ele se repete em muitos níveis, desde ofensas verbais entre duas pessoas até guerras que continuam existindo.
Os casos no cenário mundial são inúmeros e acompanham toda a história da humanidade. Os cristão estão entre os primeiros perseguidos, ainda na época do Império Romano quando o politeísmo (a crença em vários deuses) era bastante forte.
Outro fato que não pode passar despercebido é a perseguição dos judeus na Segunda Guerra Mundial, que também é conhecido por antissemitismo.
O regime nazista da Alemanha tinha uma ideia de supremacia racial e decidiu tentar exterminar todos os praticantes do judaísmo, o que culminou na morte de milhões de pessoas. O Holocausto é um dos episódios mais tristes da História.
A intolerância religiosa no Oriente Médio é mais um destaque nesse assunto, sendo o berço das principais religiões monoteístas do mundo (cristianismo, islamismo e judaísmo). A região é marcada por conflitos políticos, religiosos e sociais que duram há muitos e muitos anos.
Aqui no Brasil, nunca tivemos confrontos tão grandes quanto em outras partes do mundo. Ainda assim, não podemos considerar que a intolerância religiosa não seja um problema existente no nosso país.
Pela lei, o Estado é laico e livre de qualquer interferência relacionada à religião. Contudo, sabemos que a colonização brasileira foi muito marcada pela influência católica portuguesa.
Os indígenas e escravos não tiveram suas crenças respeitadas, além de sofrerem preconceitos em vários aspectos — especialmente por causas racistas e religiosas. Logo, a característica mais marcante de intolerância religiosa na história brasileira acabou sendo a discriminação das religiões dos povos negros, pobres e indígenas.
É claro que existem conflitos de todos os lados, seja entre espíritas e católicos, seja entre protestantes e ateus ou quaisquer outros. Mas, de forma geral, as religiões de descendência afro são as mais perseguidas, como umbanda e candomblé.
Comprovando que o problema realmente existe em solo brasileiro, não foi por acaso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei para instituir o Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa, em 2007.
A data é celebrada todos os anos no dia 21 de janeiro e significa o reconhecimento da luta pessoal de Gildásia dos Santos, mais conhecida como Mãe Gilda. Ela foi uma mulher perseguida por sua religião, sofrendo com problemas de saúde que ficaram ainda mais graves depois de todos os ataques (verbais e físicos) que recebeu.
Mãe Gilda tinha um terreiro de candomblé em Salvador (BA), onde atuava como sacerdotisa. O local foi invadido e ela foi agredida, uma notícia que repercutiu em todo o país. Depois de morrer com as complicações dos acontecimentos, o dia de sua morte virou o marco nacional da luta contra esse tipo de ataque.
A Constituição Brasileira aponta que é proibido praticar qualquer ato de discriminação, ofensa ou injúria por motivos de religião (entre outros), segundo a Lei 9.459/97. Não existe uma lei apenas para intolerância religiosa, mas os crimes comprovados devem ser punidos.
É certo que não podemos mudar a história e tudo de ruim que já aconteceu, como guerras, atentados, mortes e todo o sofrimentos que a intolerância religiosa já causou. Porém, o presente e o futuro estão sendo construídos, não é verdade?
Combater qualquer tipo de discriminação é uma das maiores urgências que a sociedade tem. Com bilhões de pessoas no mundo e tantas culturas diferentes, não podemos esperar que isso aconteça do dia para a noite.
Por mais que seja um grande desafio, pequenas iniciativas e atitudes fazem toda a diferença. A seguir, temos algumas sugestões do que pode ajudar a combater a intolerância religiosa.
Uma das motivações da intolerância em seus mais diversos sentidos é a falta de respeito aos direitos individuais, em especial à liberdade. Todos somos livres para fazer certas escolhas e a religião deve ser uma delas. Portanto, defender esse posicionamento é essencial para atuar nesse combate.
A informação é a principal ferramenta para conscientizar as pessoas. O esclarecimento das questões envolvidas em casos de intolerância é fundamental para que as novas gerações tenham um comportamento diferente, livrando-se do passado radical, conflituoso e sangrento.
Ou seja, todos nós podemos divulgar dados e histórias que estimulem a reflexão sobre esse contexto. O conhecimento e o diálogo são muito poderosos para criar um mundo menos intolerante.
Gostou de saber mais sobre intolerância religiosa? Agora que já está por dentro do assunto, seja mais um integrante no combate a esse mal! Se você gosta de História, aproveite também para treinar sua redação para o Enem e Vestibulares, com a correção de redação do Stoodi.
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