As lendas indígenas fazem parte da cultura popular brasileira e permeiam o imaginário do povo, apresentando o regionalismo e suas características como riquezas de um patrimônio histórico. Os contos são cercados de um misterioso fascínio e encantam crianças e adultos nas famosas rodas de prosa.
Todo brasileiro sabe da importância do povo indígena na construção da história que é ensinada nas escolas. Ainda hoje, cada lenda promove uma viagem no tempo pelos caminhos das crenças contribuindo para fortalecer as raízes e toda a influência que passa de geração em geração.
Quer saber um pouco mais sobre o surgimento das lendas indígenas e conhecer algumas das mais populares do País? Continue a leitura do nosso post e explore o fantasioso universo lendário e toda a diversidade cultural presente na nossa literatura!
Como um recurso para doutrinar os índios desde a infância, muitas histórias eram contadas nas tribos utilizando a floresta e a coragem dos antepassados como protagonistas das lendas e crendices, para preservação da cultura indígena.
Algumas dessas lendas salientavam a força dos personagens envolvidos, a importância de proteger a natureza — flora e fauna —, além dos sentimentos como amor, compaixão, respeito e união, que formavam romances ou servia de base para lutar contra as vilanias do homem branco.
A questão indígena representa muito para uma nação que vive de histórias descendentes e se comporta no presente sob o efeito dos conceitos estabelecidos no passado. Há um compromisso quase inconsciente com a trajetória vivenciada desde o descobrimento das terras brasileiras e existência das tribos.
De lá para cá, muito se evoluiu, mas o conservadorismo e os princípios familiares têm tudo a ver com a essência das famílias indígenas e a proteção aos entes queridos. O amor e a alegria são parte dessa cultura tão diversificada que encanta por contos. Conheça a simbologia e a beleza das lendas mais contadas!
A índia Tupi Iara era conhecida por toda a tribo com uma mulher forte e doce ao mesmo tempo, por isso todos amavam e admiravam sua personalidade marcante. Com toda a sua beleza e independência, ignorava os olhares de admiração e interesse.
Um dia, ao cair da tarde, em um banho de rio, a jovem foi cercada por um grupo de homens que a renderam, amordaçaram e violentaram e teve seu corpo atirado ao rio depois de um desmaio. Transformada pelo espírito das águas em metade humana e metade peixe, Iara tornou-se uma sereia.
Em sua nova condição, passou a atrair os homens por meio de um canto irresistível e todos que dela se aproximavam na beira do rio mergulhavam para sempre em águas profundas.
O molequinho anão dos cabelos vermelhos é, segundo a lenda, um grande protetor da floresta e dos animais. Reza a lenda que ele engana os caçadores, pois tem os pés virados para trás e, ao correr, acaba deixando pegadas na direção contrária.
Ele é conhecido como o “demônio da floresta” entre os índios e bandeirantes, pois prega peças e muitos caçadores desaparecem ao adentrar suas florestas. Gosta de beber e fumar, mas prefere fugir de pessoas, por isso habita os locais mais isolados da floresta.
O cenário de encantamento desse personagem folclórico é o Rio Amazonas. A lenda conta que à meia-noite o boto se transforma em um belo homem, trajando roupa branca e um elegante chapéu da mesma cor para seduzir as donzelas mais belas das festas.
Costuma passar a noite dançando e como tem uma conversa encantadora termina a noite nos braços de alguma das moças que, invariavelmente, surge grávida, tempos depois. Ainda hoje, na região, quando o pai de uma criança é desconhecido, diz-se que é filho do boto.
O boto sempre pula na água antes do amanhecer, retornando à forma de peixe, se preparando para mais uma noite de farra. Costuma ajudar os pescadores do Rio Amazonas ao proteger as embarcações de riscos durante a pesca, além de salvar pessoas que por descuido caiam no rio.
O Saci é um menino que surge às noites de sextas-feiras, sempre com um gorro vermelho na cabeça e um cachimbo na mão. Personagem famoso do folclore brasileiro nasceu nos contos indígenas no sul do país e faz cócegas em quem não faz suas vontades até a pessoa se render de tanto rir.
Gosta de brincar com pessoas e animais chegando a, com seu jeito estabanado, esconder objetos ou queimar a comida que está sendo preparada no fogão. É sempre muito atentado e surge em redemoinhos, causando um grande alvoroço. A lenda diz que seu gorro precisa ser tirado para conter seu jeito endiabrado.
Essa é uma história linda de amor de uma bela índia pelas estrelas, a ponto de querer se tornar uma. Naiá era uma jovem guerreira que, por amar a natureza, tinha o hábito de contemplação por longo período da lua e das estrelas.
Com o sonho de ser de fato uma estrela, pediu a Jaci — a lua — que a fizesse uma estrela, mas os dias passaram sem que o desejo se concretizasse, fazendo com que a jovem índia, triste, em um dia de lua cheia, fosse esperar por Jaci na beira do lago.
Ao ver a bela imagem refletida na água, se encantou e ali mergulhou para nunca mais voltar. Como sempre foi querida na tribo e na região, os peixes e os pássaros pediram a Jaci que a tratasse de forma especial.
Assim, Naiá foi transformada na mais bela planta aquática já vista — a vitória-régia ou estrela das águas — no Rio Amazonas. A flor de pétalas brancas é perfumada e só abre à noite, para amanhecer rosada e ainda bela.
As lendas indígenas são incríveis e ajudam no entendimento das origens de um povo miscigenado justificando alguns comportamentos equivocados de preconceito e racismo devidos às diversas etnias presentes em um mesmo ambiente.
É possível que o Enem aborde questões relacionadas aos povos indígenas e suas histórias. Quanto mais você ler e conhecer sobre cada uma das lendas, mais bem preparado chegará para as provas, além de ficar por dentro de um assunto que deve ser de interesse popular, mesmo quando não for de conhecimento obrigatório.
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