Descubra tudo sobre essa importante árvore na história do país: o Pau-brasil!
Todo brasileiro sabe da origem do nome do nosso país: o pau-brasil. Essa famosa árvore, que quase entrou em extinção com a exploração dos portugueses, tem uma história rica e cheia de detalhes.
Com um papel de protagonista no início do período da colonização portuguesa no Brasil, o pau-brasil movimentou a exploração das nossas terras, gerando grande lucro para Portugal e uma grande devastação no território brasileiro.
No post de hoje, vamos falar tudo que você precisa saber sobre a árvore que carrega o nome do nosso país. Confira!
O pau-brasil (ou Caesalpinia echinata Lam, no seu nome científico) é uma espécie arbórea, nativa das florestas tropicais da costa brasileira. Sua maior ocorrência está na faixa da Mata Atlântica, trecho que compreende o litoral do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro.
É considerada uma árvore de madeira nobre, com alto valor econômico até os dias de hoje. Muito utilizada para a produção de móveis, chamava muita atenção nos países europeus na época da exploração, principalmente pela sua coloração avermelhada.
O pau-brasil é uma árvore que pode atingir até 30 metros de altura e um metro e meio de diâmetro de tronco. Geralmente, apresenta exemplares que ficam entre os 10 e 15 metros de altura, com tronco proporcionalmente mais fino e de coloração cinza-escura.
A árvore dá flores amarelas, mas a principal característica do pau-brasil é o extrato do interior do tronco, que era muito utilizado para elaborar uma tintura avermelhada, semelhante a um produto encontrado na Ásia Oriental na época das navegações.
O pau-brasil é uma planta semidecídua, que ocorre principalmente em terrenos mais secos da Mata Atlântica. Suas flores amareladas desabrocham a partir dos últimos dias de setembro, até meados de outubro, sendo que os frutos, de característica leguminosa e pequena, estão maduros entre novembro e janeiro.
Hoje considerada uma espécie em extinção, o pau-brasil foi o principal pivô do início da exploração portuguesa no território brasileiro. Se até 1500 a planta era muito abundante na região da Mata Atlântica brasileira, com a chegada dos europeus seus exemplares caíram vertiginosamente no primeiro século da colonização.
Quando chegaram em terras brasileiras, os portugueses não iniciaram a extração do pau-brasil. De fato, isso só foi acontecer no ano seguinte, quando Américo Vespúcio, acompanhando a expedição de Gaspar de Lemos, constatou a existência da espécie.
Em 1502, deu-se início à grande exploração do pau-brasil, com contratos de arrendamentos de terras da colônia aos exploradores, comprometidos na devastação de áreas e na edificação de benfeitorias de suporte à extração.
Um dos primeiros exploradores desse recurso foi o português Fernando de Noronha, que ganhou por doação da coroa portuguesa a Ilha de São João (que, mais tarde, passou a ter o seu nome).
Durante muito tempo, a única fonte de renda proveniente da colônia portuguesa nas Américas era o pau-brasil. Pelo seu alto valor, espanhóis e franceses também atracaram em terras brasileiras para extrair a madeira, o que levou ao estabelecimento das capitanias hereditárias, fortalecendo o monopólio de Portugal na exploração do pau-brasil.
Com a instituição das capitanias e o domínio português sobre a exploração do pau-brasil, oficializado a partir do ano de 1532, a extração se intensificou ao ponto de rapidamente se tornar difícil encontrar espécimes da planta, uma vez que o replantio não era uma prática adotada na colônia.
Após a independência brasileira, o império renovou o monopólio do estado sobre a exploração da planta, o que durou até o século XIX, no ano de 1859. A essa altura, o pau-brasil já era uma espécie em extinção, praticamente “varrida” da flora brasileira.
Hoje, graças à ações de preservação e conscientização, é possível encontrar pau-brasil em todo o território brasileiro, apesar de ser impossível atingir a quantidade abundante da época da colonização.
A árvore símbolo do Brasil tem características muito peculiares. Abaixo, listamos algumas delas.
O nome pau-brasil foi derivado de antigas nomenclaturas dadas pelos europeus. Em tupi-guarani, a árvore era chamada de ibirapitanga, sendo que “ybirá” é árvore e “pitanga” significa vermelho. Na época do descobrimento, os portugueses chamavam a árvore de “bersil” que, na época, tinha como significado “brasa”.
Aos poucos, a árvore passou a ser chamada de pau-brasil, mas também é conhecida por outros nomes, como pau-de-pernambuco, pau-vermelho, ibirapuitã, muirapiranga, pau-rosado, arabutã ou pau-de-tinta.
No começo do século XX. acreditava-se que não existia nenhum exemplar de pau-brasil que estivesse crescendo de maneira espontânea em todo o território brasileiro.
Mas, em 1928, um estudante de agronomia encontrou um único exemplar florescendo na região do que, hoje, se tornou a Estação Ecológica da Tapacurá, sob os cuidados da UFRP (Universidade Federal Rural de Pernambuco).
Economicamente, o pau-brasil é símbolo do primeiro grande ciclo de exploração da então colônia portuguesa na América do Sul. Muitos colonos se tornaram extremamente ricos com o extrativismo da planta, que durou até o ano de 1875.
O pau-brasil era utilizado para a confecção de corantes e tintas e a construção de navios e móveis de luxo. Já se falava, em 1605, em medidas protecionistas, mas isso nunca surtiu efeito, levando o pau-brasil à quase extinção.
O Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, foi um texto publicado em 1924, no jornal “O Correio da Manhã”, que conclamava o povo brasileiro a criar e desenvolver uma cultura nacional, provocando várias discussões sobre uma consciência cultural brasileira.
Muito importante para a poesia modernista, o Manifesto reivindicava uma linguagem mais natural, rompendo com as práticas pedantes vigentes na época e de grande herança portuguesa. Vanguardista, o manifesto de Oswald de Andrade é um marco na história brasileira.
Gostou do nosso artigo? Já conhecia tão a fundo a história do pau-brasil, árvore símbolo do nosso país? Então aproveite para entender como o descobrimento pode cair no vestibular!
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