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Reforma e contrarreforma: Guia de estudo para arrasar no ENEM

Novas religiões e guerras em nome da fé católica ou protestante

Você sabia que a Igreja Católica já foi muito maior e mais poderosa do que é hoje? Pois é, ainda seria não fossem os processos de Reforma e Contrarreforma, ocorridos durante e após o Renascimento.

Vamos com calma porque neste texto vamos explicar tudo direitinho, para que você possa arrebentar no Enem, passando pelos seguintes tópicos:

  • O que foi a Reforma e Contrarreforma;
  • Saiba o que foi a Reforma Protestante;
  • O que foi a Contrarreforma;
  • Contrarreforma: inquisição.

Pronto para mais esta jornada? Então, vamos lá que temos muito que aprender.

O que foi a Reforma e Contrarreforma?

A Reforma foi um movimento europeu de criação de novas igrejas e credos religiosos, em oposição aos dogmas católicos.

Já a Contrarreforma foi a resposta da Igreja Católica contra estes movimentos, que ameaçavam diminuir seu número de fiéis, sua influência política e, principalmente, sua riqueza.

Em cada país, a disputa entre Reforma e Contrarreforma aconteceu de forma diferente e em algumas regiões, como em Roma, sede da Igreja Católica Apostólica, sequer houve um movimento importante de Reforma.

Enquanto em lugares como Inglaterra, Suíça, e, principalmente, no Sacro Império Romano-Germânico (a Alemanha como conhecemos hoje, não existia ainda), tivemos os principais movimentos reformistas.

Sendo assim, precisamos separar os acontecimentos nestas três regiões, para que tudo fique claro sobre as principais reformas religiosas.

Saiba o que foi a Reforma Protestante

Os primeiros pontos que precisamos destacar são os motivos para que tantos religiosos europeus quisessem reformar a Igreja, porque é isso que explica o que foi a Reforma Protestante.

Por volta do século XV (anos 1400), com o desenvolvimento das grandes navegações e o renascimento comercial, começou a se estabelecer uma nova classe social, que enriquecia nestas novas atividades.

Esta classe, chamada de burguesia, incluía banqueiros e grandes comerciantes. Ao enriquecer, se colocavam contra a Igreja Católica por alguns motivos principais:

  • Pecado da usura: para o catolicismo, o enriquecimento era pecado, mas a própria Igreja possuía terras e, principalmente, enriquecia cobrando indulgências (doações como forma de se redimir dos pecados).
  • O crescimento do pensamento científico: conforme o conhecimento científico se desenvolvia, as sociedades europeias passavam a discutir os fundamentos da própria fé, procurando novas formas de se relacionar com a ideia de Deus.
  • A influência política da Igreja Católica: o catolicismo dominou a Europa durante toda a Idade Média, tendo muita influência sobre a organização política e social das nações. As reformas religiosas pretendiam alterar este quadro.

Por outro lado, cada um dos Estados principais teve particularidades em seu movimento de reforma. Vejamos quais foram.

Luteranismo

No início do século XVI (anos 1500), no antigo Sacro Império Romano-Germânico, Martinho Lutero desenvolveu suas famosas 95 teses contra a Igreja Católica. Entre elas, duas são mais importantes para o nosso conhecimento:

  • Condenação da prática das indulgências;
  • Condenação da veneração de imagens e figuras sagradas que não fossem o próprio Deus.

As indulgências eram uma das principais fontes de renda da Igreja e, pior, se a humanidade deveria venerar apenas a Deus, o próprio Papa perdia seu caráter sagrado.

Por isso, Lutero foi convocado, em 1521, a se retratar perante a Igreja, desmentindo suas teses. No entanto, ele se manteve firme e, pouco depois, ajudou a disseminar o protestantismo pela Europa, ao demonstrar que era possível se opor ao poder do papado.

Calvinismo

Com o luteranismo crescendo no norte da Europa, vários teólogos europeus começaram a propagar ideias reformistas mais ou menos baseadas nas teses de Lutero.

Um destes teólogos foi o francês João Calvino, que pregando na Suíça, propôs a chamada tese da predestinação.

Para ele, os homens já nasciam destinados a serem salvos ou não, ou seja, eram escolhidos por Deus. O enriquecimento, através do trabalho honesto e justo, servia como prova desta predestinação.

Em outras palavras, não havia porque pagar indulgências para a Igreja Católica e, assim, as ideias de Calvino em conjunto com outros teólogos deram origem ao calvinismo, que se espalhou por vários países europeus, incluindo França, Escócia, Países Baixos, Portugal e Espanha, além da própria Inglaterra.

Anglicanismo

O anglicanismo foi um movimento um pouco diferente das demais reformas religiosas, porque se tratava de um movimento do Estado inglês.

No século XVI, o rei Henrique VIII solicitou a permissão do Papa para anular seu casamento. Como o pedido foi negado, o rei iniciou a reforma inglesa, contando com características singulares:

  • Aliança da nobreza contra a Igreja Católica;
  • Desapropriação das terras da Igreja Católica, com a posse passando para o Estado e a nobreza;
  • A nova Igreja Anglicana fundada pelo próprio Estado inglês.

A base teológica do anglicanismo é similar ao luteranismo e ao calvinismo, mas o fato de ser uma reforma patrocinada pelo Estado, conferiu a esta corrente religiosa um grande poder.

Porém, como estamos falando de Reforma e Contrarreforma, precisamos ver qual foi a resposta da Igreja Católica contra estes movimentos que ameaçavam sua existência.

O que foi a Contrarreforma

Com tantas reformas ocorrendo, era natural que houvesse uma Contrarreforma Católica, mas como seria esta nova reforma?

Como a história já mostrou,toda vez que ocorre uma disputa pelo poder, mesmo no campo religioso, raramente o desenvolvimento é pacífico.

Quem está sendo ameaçado, tende a lutar com unhas e dentes para manter sua posição, assim como quem tenta mudar as coisas, também não desiste.

Por isso, o movimento de Reforma e Contrarreforma gerou uma série de conflitos armados e massacres por toda a Europa, agravados a partir do momento em que a Igreja Católica resolveu perseguir os reformistas.

Para resumir as medidas da Contrarreforma Católica ao longo do século XVI, podemos destacar:

  • Criação dos jesuítas, considerados os “soldados da Igreja”: tinham a função de arrebanhar novos fiéis ao redor do mundo, como forma de compensar a perda de influência na Europa;
  • Concílio de Trento (1545 a 1563): reafirmação dos dogmas católicos, contra todos os movimentos reformistas;
  • Restauração da Inquisição: um tribunal permanente para julgamento dos reformistas. Um ponto importante que precisamos tratar separadamente.

Contrarreforma: Inquisição

A Inquisição teve seu grande momento no século XIII (anos 1200), mas durante a Contrarreforma Católica, os tribunais eclesiásticos voltaram a perseguir hereges e infiéis, conforme as disputas ocorriam por toda a Europa.

No entanto, é preciso lembrar que a Igreja já não tinha mais o mesmo poder de antes e, assim, as possibilidades da Inquisição estavam restritas, principalmente:

  • A proposta de excomunhão daqueles considerados hereges;
  • A criação de listas de livros proibidos.

Para encerrar, basta dizer que até hoje, passados séculos destes eventos, ainda vemos efeitos distantes, diluídos na sociedade moderna, em países como a Irlanda, por exemplo, onde católicos e protestantes mantém a disputa pela hegemonia social e política até hoje.

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Stoodi

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