Se você está estudando para o Enem, já deve ter ouvido falar no Renascimento e em quanto ele influenciou o modo como vivemos hoje. O período compreendido entre os séculos XIV e XVI é um dos momentos mais importantes da História Moderna e, por isso mesmo, a matéria também é uma das mais importantes para a prova de Humanidades. É preciso saber na ponta da língua as mudanças que os renascentistas propuseram, além de exemplos básicos e alguns nomes importantes e suas obras.
Quer aprender mais sobre o Renascimento? Vem com a gente!
O período da História europeia de transição entre o feudalismo e o capitalismo é chamando de Renascimento, Renascentismo ou Renascença e aconteceu entre o século XIV e o XVI . São muitos nomes, mas o importante é entender que, naquela época, tudo mudou: as estruturas sociais, a cultura, as artes, a economia, a ciência, a política e religião, tudo isso foi visto sob um novo viés.
A Itália foi protagonista desse movimento, que era orientado para o pensamento racional e científico, ao invés do dogmatismo religioso que predominava até então. Rapidamente essa corrente se espalhou para os outros países europeus, mas as cidades italianas nunca deixaram de ser polo dessas modificações, principalmente nas artes.
As origens do Renascimento são complexas, mas, para entendermos por que ele começou na Itália, mais especificamente na cidade de Florença, temos que olhar para toda a estrutura florentina e entender por que ela já se destacava do resto do país. Enquanto cidades como Milão, Siena, Pisa e Veneza tinham governos conservadores, em Florença se via crescer cada vez mais uma classe média, com seus trabalhadores liberais e as guildas, espécies de sindicatos, que desafiavam a organização feudal.
Uma burguesia empoderada, principalmente empresários de lã, seda e peles, se tornaram jogadores majoritários na política e na economia, e foram responsáveis pela formação de um novo mercado de arte e cultura.
O pensamento renascentista se destaca especialmente por colocar a razão acima do misticismo religioso. O racionalismo aponta que a razão e a ciência são as únicas formas de se chegar ao conhecimento da verdade.
Os renascentistas também seguiam o experimentalismo, a noção de que tudo deve ser demonstrado através de experiências cientificas.
O antropocentrismo parte do pressuposto de que o homem é o centro do universo, e, portanto, de que o universo existe para servir ao ser humano.
E por fim, o individualismo garante que os homens têm liberdades individuais. Esse é um dos principais pilares do capitalismo, porque resulta na livre concorrência e no direito à propriedade.
Como já deu para perceber, o Renascimento foi responsável por mudanças em muitas áreas. Era uma nova forma de enxergar o mundo e o papel do homem nele, e nossa forma de organização social hoje é diretamente herdado dessa época. Vamos ver agora algumas das principais novas ideias em cada campo.
A principal corrente filosófica do Renascimento é o Humanismo. Esse conceito resgata os exemplos da Antiguidade Clássica, colocando o período como o maior modelo de excelência. Propagou-se a ideia de que, desde a queda do Império Romano, o mundo vinha sofrendo uma decadência moral e cultural e, portanto, olhar para a Antiguidade ajudaria a retomar a dignidade.
O Humanismo propunha o uso da razão e da ciência para fornecer o conhecimento sobre o homem, sobre si mesmo e sobre o mundo. Naquela época, o conhecimento não era tão dividido em áreas como é hoje: as ciências naturais, sociais e as humanidades estavam muito entrelaçadas. O Renascimento trouxe uma primeira divisão dessas ideias, se concentrando em três eixos de estudos filosóficos:
Não é à toa que alguns dos pintores mais conhecidos da História sejam italianos, pois eles surgiram justamente pelo alto financiamento que o renascimento italiano dava às artes. Lembra das Tartarugas Ninja? Seus nomes são homenagens a eles: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Donatello.
O David e a Pietà de Michelangelo, a Monalisa de da Vinci e a Vênus de Botticelli são exemplos das artes desse período.
Na Literatura, o movimento renascentista é em direção ao retrato de grandes aventuras e dilemas do homem. Surgem obras primas da literatura mundial, como A divina comédia, de Dante Alighieri, Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, Os lusíadas, de Luís de Camões, O príncipe, de Nicolau Maquiavel, e grandes tragédias de William Shakespeare, como Romeu e Julieta, Macbeth e Otelo.
No início do Renascimento, ciência e arte eram intimamente interligadas. Leonardo da Vinci, por exemplo, era também cientista e inventor e fez grandes contribuições no campo da anatomia humana e da aerodinâmica.
A redescoberta dos textos da Antiguidade e a invenção da imprensa favoreceram a difusão do conhecimento. O empenho dos renascentistas em recusar os dogmas religiosos e procurar respostas na natureza trouxe grandes avanços e estabeleceu a base da ciência moderna: o método científico, desenvolvido por Galileo Galilei.
Uma das inovações do período foi a afirmação, por Nicolau Copérnico, de que a Terra girava em volta do sol, o heliocentrismo. Muitas descobertas foram feitas nos campos da astronomia, física, biologia e anatomia.
Uma importante mudança que o Renascimento proporcionou foi na estrutura das cidades. O sistema feudal estava em decadência e o livre comércio se expandia cada vez mais. Assim, por causa das transformações econômicas e sociais geradas pelo renascimento comercial, as cidades também se transformaram, dando origem aos “burgos“. A sociedade estamental deu lugar a uma nova estrutura de classes, na qual a mobilidade social era possível.
O nome burguesia vem justamente do termo “burgo”, era essa classe de comerciantes e trabalhadores liberais que morava nos burgos.
Essas modificações levaram as cidades a demandar autonomia política, já que as terras ainda pertenciam aos senhores feudais. Esse movimento acabou por desmontar as estruturas do sistema feudalista.
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