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Revolução Russa (1917): o que foi, causas e mais!

Levantes populares tendem a mudar a história do mundo, principalmente quando são responsáveis pela transformação de cenários políticos e econômicos em diversos países ao redor do globo. Geralmente, são chamados de revoluções, dada a importância e o alcance das suas consequências.

Um desses movimentos, a Revolução Russa de 1917, foi determinante para o desenrolar da história do mundo no século XX, responsável por uma grande repercussão no cenário político mundial até os dias de hoje.

Quer saber mais sobre a Revolução Russa de 1917 e suas causas e consequências, para se dar bem nas questões do Enem? Então continue lendo este artigo que vamos te contar tudo sobre o assunto!

Revolução Russa: 1917

Durante o século XIX, a Rússia era considerada, juntamente com países como Inglaterra, França, Alemanha e Áustria, uma das maiores potências de toda a Europa. Entretanto, enquanto esses países encontravam-se em um grande processo de industrialização e modernização, a Rússia ainda estava em um patamar considerado atrasado.

Com economia baseada principalmente na agricultura, o sistema feudal ainda era predominante entre os russos, de modo que os senhores feudais não admitiam que se iniciasse o processo de modernização produtiva e econômica. Por se tratar de um Império, comandado pelo czar (imperador russo), o país estava submetido às decisões do mesmo, inclusive a própria Igreja Católica Ortodoxa, religião dominante na Rússia.

Em meados do século XIX, a Rússia entrou na Guerra da Crimeia, contra Inglaterra, França e Turquia. Mas, por se encontrarem em um patamar industrial extremamente atrasado, os russos saíram derrotados do conflito, forçando o czar Alexandre II a tomar uma série de providências. Com isso, a servidão foi abolida, as terras foram vendidas aos camponeses e novas áreas agrícolas foram ocupadas.

Essas medidas levaram a um crescimento importante da Rússia, que passou a se tornar um dos principais países exportadores de grãos. Ao mesmo tempo, a população cresceu bastante e, com esse “boom”, problemas como fome e desemprego também surgiram. O Império precisou, finalmente, investir no processo de industrialização.

Isso levou à criação de várias fábricas estrangeiras na Rússia, resultando nas maiores taxas de crescimento entre os países europeus nas últimas duas décadas do século XIX. Apesar da modernização, o modelo absolutista se mantinha intacto no poder, o que trouxe um grande descontentamento para a população, cada vez mais organizada e unida.

O início da Revolução

Em 1904, a Rússia entrou novamente em uma guerra, desta vez contra o Japão. Como todo conflito, esse resultou em graves consequências para o povo russo, desorganizando a economia e refletindo, principalmente, nos camponeses e operários. A derrota para os japoneses também fez com que os ânimos se acirrassem, elevando ainda mais a insatisfação contra o czar.

Já no ano seguinte, em uma manifestação popular por melhores condições de vida e pela instalação de um parlamento, o czar respondeu com um massacre, matando várias pessoas em um conflito que é considerado o marco inicial da Revolução Russa. Como não poderia deixar de ser, o resultado foi uma insatisfação ainda maior da população. Apesar disso, o imperador fez algumas concessões a fins de se evitarem novos conflitos, como a criação do parlamento de Duma.

Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia encontrou um ambiente relativamente ameno, com a volta do crescimento econômico e a distribuição de terras aos camponeses. Mas, ao longo do tempo, a oposição começou a ganhar bastante força, principalmente com o lado socialista baseado nas ideias de Karl Marx. Nesse sentido, a ideia era que os problemas somente acabariam com a abolição do capitalismo e a consequente implantação do comunismo.

Divididos em dois grupos distintos, os comunistas tinham ideias mais radicais (bolcheviques, liderados por Lenin) e moderadas (mencheviques). Com o estouro da Primeira Guerra Mundial, em 1914, várias consequências recaíram sobre a Rússia, com a desorganização econômica, a fome e a pobreza, os protestos contra o império e, finalmente, a renúncia por parte do czar, em 1917.

A queda do imperador fez com que um cenário de disputa surgisse, de modo que o governo provisório, ocupado pela burguesia, adotasse algumas medidas que iam desde a anistia para presos políticos até a redução da jornada de trabalho para 8 horas. Apesar disso, os camponeses, que queriam terras, e os operários, que buscavam melhores salários, continuavam insatisfeitos.

Causas da Revolução Russa e a tomada do poder

Em um contexto de grande disputa política, os bolcheviques passaram a ocupar o cargo de porta-voz da oposição. Esse cenário também favoreceu o surgimento dos sovietes, grupos políticos que nasceram no meio das camadas populares. Dessa forma, era possível encontrar sovietes oriundos de grupos de camponeses, operários e até mesmo soldados.

Em um crescente cenário de insatisfação popular, que se acumulava desde o período imperial até as decisões burguesas tomadas pelo governo provisório, os grupos sovietes e bolcheviques eram vistos como a solução. Assim, apoiado por essas camadas da população e, em conjunto com uma milícia popular, Lênin conquista a capital, forçando a renúncia do poder provisório e assumindo o governo em 1917.

Consequências da Revolução Russa

Agora no poder, Lênin busca a realização e a implantação de uma sociedade igualitária e libertária. Dessa forma, várias medidas foram tomadas, como:

  • desapropriação das terras de burgueses e da Igreja;
  • distribuição dessas terras aos camponeses;
  • estatização dos meios de produção (fábricas, lojas, bancos etc.).

O início do governo de Lênin foi marcado, ainda, por uma guerra civil que abalou profundamente o país. Liderado por Trotsky, o Exército Vermelho derrotou o Exército Branco (oposição à revolução) e manteve os bolcheviques no poder. Entretanto, o cenário ainda era de paralisação econômica e crise social.

Buscando a restauração da confiança no governo, foi lançada Nova Política Econômica (NEP), que estimulava a produção interna e a entrada de capital externo na Rússia. Esse processo resultou na volta do crescimento econômico e no fortalecimento industrial e agrícola do país.

Em 1922, cinco anos após a revolução, foi instituída a URSS (União das Repúblicas Soviéticas Socialistas).

Revolução Russa: conclusão

Após a morte de Lênin, no ano de 1924, uma disputa pelo poder foi travada por Trotsky e Stálin, de modo que o segundo saiu vencedor e assumiu o governo. Trotsky fugiu do país e foi morto na Cidade do México, em 1940.

Ao mesmo tempo em que a URSS se tornou protagonista no cenário mundial, derrotando o nazismo na Segunda Guerra juntamente com Estados Unidos e Reino Unido, o regime totalitarista também é considerado extremamente rígido, principalmente nos tratos com a oposição e a imprensa, sendo responsável por inúmeras mortes.

A Revolução Russa de 1917 é um dos movimentos sociais e políticos mais importantes da História, principalmente para o desenvolvimento de todo o contexto vivido no século XX na Rússia. Suas repercussões ecoam em diversas partes do mundo até os dias de hoje, influenciando governos em vários países e a própria forma de se fazer política, em tendências de esquerda e direita.

E aí, curtiu nosso post? Então não deixe de reforçar o seu conhecimento com os nossos exercícios sobre a Revolução Russa! Aproveite também para conferir nosso artigo sobre a Romênia.

Stoodi

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