As duas principais vertentes do islã seguem a Sharia, mas com interpretações diferentes
Muçulmanos em visita ao santuário de Kabah na cidade de Meca, na Arábia Saudita
O Oriente Médio passa frequentemente por conflitos armados, cuja repercussão tem a religião como um tema frequentemente abordado. Para tentarmos entender o que está acontecendo por lá, precisamos, antes de tudo, conhecer as principais vertentes da religião islâmica, descobrir como elas surgiram e entender as suas características.
Os sunitas e xiitas são correntes de pensamento do islamismo originadas pela disputa da liderança religiosa após a morte de Maomé. Quando o profeta fundou a religião, ele não anunciou quem seria seu sucessor.
Ali, genro e primo de Maomé, reivindicava essa posição por ser membro da família e casado com Fátima, a única filha viva do profeta no momento de sua morte. Entretanto, a maioria dos muçulmanos o consideravam muito jovem para tornar-se um chefe religioso. Desta forma, Abu Bakr, um amigo de Maomé, foi escolhido como sucessor e assumiu a liderança.
Os xiitas são os seguidores de Ali. Eles não aceitam o comando de outra pessoa que não seja descendente do profeta. Reconhecem apenas as escrituras do Corão e seu líder religioso é chamado de Imã.
Há um equívoco relacionando o termo “xiita” ao radicalismo, por conta das mortes ocorridas durante a disputa pelo poder do islamismo e pela Revolução Islâmica de 1979.
Já os sunitas são os integrantes do grupo que reconheceram Abu Bakr como sucessor. Ganham esse nome por também aceitar as escrituras da Suna, um documento sagrado que narra as experiências vividas por Maomé, quando estão com alguma dúvida na interpretação do Corão. Seu líder religioso é chamado de Califa.
Acredita-se que os sunitas representem um número próximo a 90% dos muçulmanos. Já os xiitas são representados por 10%, sendo maioria no Irã e no Iraque. Mesmo com essas diferenças, os dois grupos seguem a Sharia (as leis islâmicas).
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