Complemento nominal e adjunto adnominal: aprenda a diferença
Você sabe qual a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal? Bom, saiba que não está sozinho, já que a dúvida a respeito desse assunto tira o sono de muitos estudantes! Mas não é para menos, pois, na prática, os dois termos ocupam posições muito parecidas nas frases.
Para agilizar os estudos para o ENEM, você precisa diferenciar com facilidade esses dois elementos. Mas para conseguir isso, é preciso conhecer bem as características de cada um. Quer tirar suas dúvidas e fixar o assunto? Acompanhe este post!
Para entender melhor , vamos lembrar alguns detalhes sobre as orações. Nelas, a gente tem os termos essenciais: o sujeito e o predicado. Sem eles, não tem oração. Mas há aqueles outros elementos que podem estar presentes ou não, que são os termos integrantes e os acessórios.
Fazendo um paralelo de dar fome, imagine um belo prato feito. Isso mesmo, aquele super PF, quentinho, saboroso e que você só encontra na casa da vó ou no boteco mais raiz da cidade!
O que primeiro compõe o prato? O essencial, correto? Ou seja, o feijão e o arroz. Mas, por cima, para completar o prato tradicional, você coloca o bife passado na manteiga, as fritas, o ovo frito e mais alguma coisinha ali no canto. Mudar a ordem desses itens ou retirar algum deles não transforma seu PF em uma lasanha!
O raciocínio é o mesmo na oração. O sujeito e o predicado são essenciais na frase. É como se fossem o arroz e o feijão.
Junto a eles, podem ter os termos integrantes, que se ligam aos “nomes” (substantivos, adjetivos ou advérbios no caso) ou aos verbos. Como eles dão continuidade ao sentido dessas palavras, são chamados de complementos nominais ou verbais. Funcionam como bife e a batata frita do PF (se eles não estiverem no prato, você vai olhar desconfiado, concorda?)
E, fora eles, ainda pode haver os termos acessórios. São aqueles que, se forem retirados da frase, não chegam a comprometer o sentido. São a folha de alface, a farofinha… Ops! Melhor dizendo, os adjuntos (adnominal e adverbal), além do aposto e do vocativo.
Acabamos de encontrar a primeira diferença entre os dois termos: enquanto o complemento nominal é termo integrante, o adjunto adnominal é acessório. Vamos conhecer mais cada um deles, então!
Se a gente for puxar pela origem, vai saber que o ‘adnominal‘ era, em latim, ‘ad nominalis’. Enquanto ‘ad‘ significa algo como ‘a‘, ‘junto‘ ou ‘para‘ (e é um termo presente em várias expressões usadas ainda hoje, como ‘ad hominem‘, ‘ad aeternum‘), ‘nominalis‘ é relativo a nome. Ou seja, ‘ad-junto ad-nominal‘ é algo que fica próximo aos “nomes“.
Esses termos “orbitam” palavras como se fossem satélites ao redor de planetas. Mas quando retiramos, ainda é possível passar uma mensagem. Veja:
“O papai varreu nossa casa”
Os termos sublinhados são adjuntos adnominais. Se retirarmos ambos da frase, ela fica:
“Papai varreu casa“.
Ainda deu para entender, certo?
Para que você possa reconhecê-los, vamos resumir as principais características do adjunto adnominal:
Já o complemento nominal, como dissemos, completa o sentido de um “nome”. Veja alguns exemplos nestas orações:
Sabe o que essas frases têm em comum? Se você retirar os termos sublinhados, o sentido delas fica incompleto. Não será possível saber de que a pessoa da primeira oração tem orgulho, ou qual o objeto da saudade de Benita.
Agora, conheça as principais características do complemento nominal:
Bom, como falamos, enquanto o adjunto adnominal pode ser retirado da frase sem prejuízo da transmissão e compreensão da mensagem, o complemento nominal confere sentido a ela e não pode ser suprimido. Fora isso, há mais distinções, veja:
Na maioria dos casos, com essas dicas você consegue diferenciar os dois termos. A confusão geralmente acontece quando o adjunto assume a forma de uma locução adjetiva e vem preposicionado. Nesse caso, a preposição utilizada é ‘de‘.
Ou seja, o esqueleto é “alguma coisa de algo ou alguém“. E aí? Como fazer? O segredo está em distinguir os dois pelo seu valor: enquanto o adjunto adnominal é agente (valor ativo), o complemento nominal é paciente (valor passivo).
Vamos transformar tudo isso em exemplos? Confira as frases abaixo e tente ver as características que citamos em cada adjunto adnominal sublinhado:
Agora, tente fazer o mesmo, mas avaliando os complementos nominais destacados abaixo:
Viu só? São frases muito semelhantes — mas o fato de ter termos diferentes modifica totalmente a classificação delas! Nos adjuntos, houve indicativos de posse (a palestra foi da mãe, as planilhas eram do contador etc.). Isso não aconteceu nos complementos!
Ainda tem dúvidas? Para acabar com qualquer contratempo, você precisa ficar atento às três distinções fundamentais entre o complemento nominal e adjunto adnominal. São um resumo prático do que já vimos. Confira:
Vamos avaliar alguns exemplos usando a teoria das três distinções, ok?
O termo “de gelo” se liga a um adjetivo (coberto), portanto, segundo a primeira distinção, ele não pode ser adjunto adnominal (que só se liga a substantivos). Assim, o termo é complemento nominal.
A casa foi reformada, correto? Então, ela sofreu uma ação. Assim, é o agente passivo, que recebe a ação. Ou seja, pela segunda distinção, “da casa” é complemento nominal.
“Da vizinha” indica posse. A amiga é da vizinha, e não minha ou sua. Pela terceira distinção, esse termo não pode ser complemento nominal. Assim, ele é um adjunto adnominal.
Esse termo, “para mim“, costuma causar bastante confusão. “Mim entender“? Parece errado, já que o pronome oblíquo mim não conjuga verbo! Mas está completamente certo. Você percebe isso ao colocar a frase na ordem direta: “Entender o que você diz é difícil para mim“.
“Entender o que você diz” é sujeito, “é” faz o papel de verbo de ligação e “difícil para mim” é um predicado nominal. Mas qual a função de linguagem exata de “para mim“?
Se você suprimir o termo da frase, ela continua fazendo sentido. Isso significa que “mim” não está conjugando um verbo, pois não é o sujeito (termo essencial!). Ele é complemento nominal, pois:
Viu só? Quando se trata de termos semelhantes, fica difícil entender à primeira vista. Mas avaliando exemplos e casos diversos, você logo aprende a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal! Portanto, pratique, conheça mais a fundo cada caso e elimine suas dúvidas.
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