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Frida Kahlo: biografia, obras e mais!

Olhar firme e decidido, arranjo de flores na cabeça e as sobrancelhas mais marcantes da história da arte. Você provavelmente já viu, em algum momento, uma foto ou ilustração do rosto de Frida Kahlo, uma das pintoras mais importantes do século XX.

Com grande influência no mundo da arte, da política, da cultura e do feminismo, Frida inspira até hoje com sua história de vida e seu trabalho. Não à toa, sua biografia é assunto de várias questões de vestibular aqui no Brasil, inclusive podendo ser tema de alguma questão do Enem.

Quer saber mais sobre a vida e a obra de Frida Kahlo? Então continue lendo este artigo!

Quem foi Frida Kahlo?

Frida Kahlo, como ficou conhecida Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, foi uma mulher mexicana que ocupou o posto de uma das principais figuras da arte do século XX. Pintora de inspiração surrealista, Frida ficou muito famosa com seus autorretratos e fotografias, nos quais retratava sentimentos e situações da própria vida.

Frida Kahlo: feminismo

Frida Kahlo é um ícone não apenas das artes, mas também um dos principais nomes do movimento feminista mundial. Ela não pintava o feminismo nas suas obras, tendo vivido muito tempo, inclusive, no papel de tradicional mulher submissa, casada e do lar, à sombra de seu marido e sem se dedicar, completamente, à sua carreira como artista. Entretanto, Frida é considerada um símbolo feminista por diversos motivos.

O primeiro e mais aparente é que Frida quebrava os principais tabus de sua época. O próprio fato de ter se casado com um homem com ideais políticos e religiosos diferentes do esperado pela sua família já era, para a época, uma grande polêmica. Em retratos de família, podemos ver Frida vestida com trajes masculinos e se portando altiva, ocupando lugar de destaque.

Frida também era bissexual, tendo se relacionado extraconjugalmente com mulheres em uma época em que não havia nenhum tipo de liberdade sexual, principalmente para mulheres. Outro ponto importante era a relação de Frida Kahlo com os padrões estéticos. Ela não se encaixava neles e não fazia nenhuma questão de tentar. Com uma “monocelha” e pelos no buço, Frida desafiava a imagem de mulher esbelta e sem pelos, um padrão que vemos até os dias de hoje.

A artista ainda utilizava, orgulhosamente, a vestimenta mexicana Tehuana, típica das mexicanas que tinham reputação de serem independentes econômica e pessoalmente. Mesmo ao viajar para outros países, Frida continuava usando sua roupa tradicional, independentemente de ser considera exótica, mantendo sua expressão identitária.

Por fim, em um mundo extremamente machista e dominado por homens como é o caso das artes, Frida Kahlo conseguiu se destacar como uma das principais pintoras do século XX. Com o apoio de mulheres da segunda onda feminista, entre as décadas de 1960 e 1970, o trabalho de Frida ganhou bastante destaque.

Frida Kahlo: biografia

Nascida em 6 de julho de 1907, na vila de Coyoacán, Frida era filha de um pai alemão e uma mãe espanhola. Desde pequena, sofria com uma saúde debilitada, tendo contraído poliomielite aos 6 anos de idade, o que lhe rendeu uma sequela em um dos pés. Aos 18 anos, sofreu um acidente gravíssimo entre um bonde e um trem, no qual o para-choque de um dos veículos perfurou suas costas, resultando em fraturas pélvicas e hemorrágicas.

Ficou por muito tempo no hospital, passando por diversas cirurgias que, praticamente, reconstruíram o seu corpo por inteiro. Durante a recuperação, Frida começa a pintar, usando o cavalete e as tintas e de seu pai.

Três anos depois, em 1928, Frida entra no Partido Comunista Mexicano, onde conhece o muralista Diego Rivera, com o qual viria a se casar um ano depois. Engravida em 1930, mas sofre um aborto espontâneo. Ainda neste mesmo ano, Frida vai com Diego para os Estados Unidos, onde seu marido realizaria uma série de exposições. Moraram nas cidades de Detroit, Nova Iorque e São Francisco. Ficaram nos Estados Unidos até o ano de 1934, sendo que naquele período Frida sofreu um segundo aborto.

Ainda nesse ano, o casal volta ao México e Frida sofre seu terceiro aborto espontâneo. Nessa época, ainda teve que amputar os dedos do problemático pé direito. No ano seguinte, Frida e Diego se separam, de modo que o marido passa a se relacionar com a irmã de Frida, Cristina. Pouco tempo depois, voltam a viver juntos.

Em 1936, Frida passa por uma nova cirurgia no pé, sofrendo também com fortes dores na coluna. No ano seguinte, Frida Kahlo conhece Leon Trotsky, que se refugia em sua casa em Coyoacán com sua esposa, Natalia Sedova. Frida e Diego se separam, definitivamente, em 1939, quando ela diz que houve dois acidentes em sua vida: o ônibus e Diego, sendo Diego o pior deles.

Nesse mesmo ano de 1939, Frida expõe em Nova Iorque e em Paris, conhecendo artistas como Picasso e Kandinsky. O Louvre adquire um de seus vários autorretratos. Apesar de se encontrar em uma rotina exaustiva de cirurgias e tratamentos, Frida jamais parou de pintar. Lecionou artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, na Cidade do México.

Em agosto de 1953, Frida tem uma perna amputada na altura do joelho, decorrência de um processo de gangrena. Escreve em seu diário: “Amputaram-me uma perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo querendo me matar”. Em depressão, viveu seus últimos anos na Casa Azul, onde nasceu e cresceu. Em 13 de julho de 1954, tendo contraído uma forte pneumonia, Frida Kahlo foi encontrada morta em sua cama.

O último registro de seu diário, “Espero que minha partida seja feliz e espero nunca mais regressar”, permite considerar, até os dias de hoje, a hipótese de suicídio. Tendo seu corpo cremado, as cinzas de Frida Kahlo se encontram no Museu Frida Kahlo, onde antes era a Casa Azul.

Frida Kahlo: obras

Podemos citar, entre as mais importantes obras de Frida Kahlo, as seguintes:

  • Autorretrato com Um Vestido de Veludo (1926)
  • Retrato de Miguel N. Lira (1927)
  • Retrato de Alicia Galant (1927)
  • Retrato de Minha Irmã Cristina (1928)
  • O Ônibus (1929)
  • Frida e a Cesárea (1931)
  • Meu Nascimento (1932)
  • Hospital Henry Ford (1932)
  • As Duas Fridas (1939)
  • Diego em Meu Pensamento (1943)
  • Autorretrato de Cabelos Soltos (1944)
  • A Coluna Partida (1944)
  • Autorretrato com Macaco (1945)
  • Retrato do Meu Pai Wilhem Kahlo (1952)
  • Viva a Vida (1954)

Frida Kahlo: frases

Dona de um diário repleto de registros, as frases de Frida Kahlo são icônicas. Abaixo, algumas das mais famosas:

  • “O México, como sempre, está desorganizado e confuso. A única coisa que lhe resta é a grande beleza da terra e dos índios. Todos os dias, a parte feia dos Estados Unidos rouba um pedaço; é uma lástima, mas as pessoas têm que comer e é inevitável que os peixes grandes devorem os pequenos.”
  • “Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria”.
  • “Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar”.
  • “Se existe vida após a morte, não me esperem, porque não vou.”
  • “Bebi porque queria afogar minhas mágoas, mas agora as coisas malditas aprenderam a nadar”.
  • “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.”

Frida Kahlo foi uma das personalidades artísticas, políticas e culturais mais importantes do século XX, influenciando o mundo até os dias de hoje. É vista como uma das principais lideranças feministas, com uma vida e obra digna de uma das mentes mais ricas da história.

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