A primeira fase do Modernismo brasileiro fez parte de uma série de movimentos culturais no Brasil. Eles buscavam romper com as tradições e promover uma nova identidade nacional.
Com a Semana de Arte Moderna em 1922, escritores tentaram inserir novas formas de linguagem, mais próximas do cotidiano, rompendo com a rigidez do passado e valorizando temas populares.
Neste artigo, explicamos melhor essa fase do Modernismo brasileiro. Continue a leitura para entender como esse movimento mudou a cultura brasileira e lançou as bases da arte moderna no país!
A Primeira Fase do Modernismo ficou conhecida como “Fase heroica” por seu caráter revolucionário e transformador. Os artistas adotaram uma postura ousada, quebrando padrões e propondo novas formas de expressão.
Essa fase inicial foi marcada pela publicação de manifestos artísticos mais voltados para o país e seu povo, que incentivaram uma nova forma de fazer literatura e arte.
O movimento modernista no Brasil surgiu em um contexto de grandes mudanças sociais, políticas e culturais, tanto no país quanto no mundo.
O Brasil, no início do século XX, passava por um processo de modernização urbana e industrialização, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que atraíam migrantes de várias regiões e de outros países.
Neste período estava chegando ao fim a República Velha, também conhecida como Primeira República, período histórico do Brasil que começou em 1889 com a Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas chegou ao poder.
Esse período foi marcado pelo domínio político das oligarquias rurais, especialmente as elites de São Paulo e Minas Gerais, em um sistema conhecido como “política do café com leite”.
Durante a República Velha, o país enfrentava grandes desigualdades sociais. Isso gerava tensões e insatisfações, principalmente entre a nova classe urbana, composta principalmente por trabalhadores assalariados, e os intelectuais.
No cenário internacional, as vanguardas europeias como o Cubismo, o Futurismo e o Expressionismo influenciaram as vanguardas brasileiras a explorar a liberdade criativa. Portanto, essa fase contou com muita influência europeia no modernismo.
Assim, o modernismo foi uma resposta às limitações culturais da República Velha, rompendo com o Romantismo e o Pré-modernismo, propondo uma nova expressão artística que fosse diferente dos padrões clássicos europeus e que valorizasse a identidade brasileira.
A Primeira Fase do Modernismo no Brasil ocorreu entre 1922 e 1930. Esse período começou oficialmente com a Semana de Arte Moderna de 1922, em fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo.
Esse evento reuniu artistas, escritores e intelectuais interessados em transformar a arte, como o rompimento com o passado e valorizando a literatura brasileira, as artes visuais e a música.
Algumas das principais características do Modernismo brasileiro são:
O início do modernismo impulsionou uma verdadeira revolução cultural transformando a literatura, pintura, música e as esculturas, cada um contribuindo para renovação artística refletindo a identidade nacional.
A seguir, destacamos alguns dos principais autores e obras que marcaram a primeira geração modernista, cada um em seu campo artístico:
A poesia e a prosa modernista da época tinham como objetivo criar uma arte nacional autêntica, que representasse a realidade e a cultura do Brasil.
Assim, temas populares, o folclore e a vida urbana ganharam espaço, sempre com um tom de experimentação e liberdade criativa características da literatura de vanguarda, causando uma modernização literária.
Na literatura, Mário de Andrade é uma figura central com sua obra Macunaíma (1928), que explora a cultura brasileira por meio de um personagem icônico. Nesta obra, Mário criou o “herói sem nenhum caráter”, uma figura que simboliza o próprio povo brasileiro com suas contradições e riqueza cultural.
Outro nome importante é Oswald de Andrade, conhecido por sua postura inovadora e provocativa. Com o “Manifesto Pau-Brasil” (1924), propôs uma literatura que absorvesse a “matéria-prima” brasileira.
Já em “Memórias Sentimentais de João Miramar” (1924), Oswald utilizou uma narrativa modernista fragmentada e irreverente, rompendo com o formato linear e tradicional.
O escritor Manuel Bandeira, com sua coletânea “Libertinagem” (1930), marcou o encerramento dessa fase, com uma poesia de linguagem simples e temas do cotidiano. Suas obras abordavam temas como a infância, o amor e a morte, sempre com um olhar sensível e próximo da realidade.
A pintura modernista na primeira fase trouxe um estilo novo e livre, caracterizando uma arte revolucionária que explorava temas populares. Artistas desta fase introduziram cores vibrantes e formas simplificadas, explorando elementos do folclore e da vida popular.
Tarsila do Amaral é uma das principais pintoras do período. Sua obra “A Negra” (1923) retrata uma figura afro-brasileira em traços modernos, simbolizando as raízes culturais do país. Já “Abaporu” (1928), embora associado ao Movimento Antropofágico, reflete o espírito modernista e se tornou um ícone da arte brasileira.
Anita Malfatti também teve um papel importante no Modernismo. Suas obras “A Estudante Russa” (1915) e “O Homem Amarelo” (1915) utilizam traços fortes e cores intensas que, embora feitas antes de 1922, influenciaram a Semana da Arte Moderna no Brasil e inspiraram outros artistas a experimentar a pintura modernista.
Mais uma personalidade relevante foi Di Cavalcanti, que buscou representar cenas populares do Brasil urbano. Em “Samba” (1925), retrata a vida carioca com cores e formas que fogem do academicismo, celebrando a cultura local. Sua obra “Cinco Moças de Guaratinguetá” (1930) também reflete temas nacionais e marca o final da Primeira Fase.
A música na primeira fase do modernismo foi marcada pela mistura de elementos da cultura popular com técnicas clássicas.
Esse movimento musical teve como principal representante o compositor Heitor Villa-Lobos, que incorporou ritmos, sons e temas do Brasil em suas composições.
A série “Choros” (1920-1929) de Heitor é um exemplo dessa fusão, onde ele uniu a música clássica com ritmos populares, como o choro, criando um estilo único que retrata a diversidade cultural do país.
Mário de Andrade também foi uma figura que muito contribuiu para a música modernista, embora mais conhecido como escritor. Além de compor, ele se dedicou a pesquisar e registrar as músicas tradicionais do Brasil.
Em seu “Ensaio sobre a Música Brasileira” (1928), Mário explorou as influências das músicas indígenas, africanas e rurais, defendendo a valorização dessas tradições.
Os trabalhos desses autores modernistas criaram uma nova forma de fazer música, que celebrava o Brasil e destacava suas raízes culturais.
A escultura modernista também passou por algumas mudanças. Victor Brecheret foi um dos principais nomes desse período, trazendo uma abordagem moderna e única. Seu estilo buscava simplificar as formas e representar figuras humanas com traços fortes.
Apesar da obra mais famosa de Brecheret, o “Monumento às Bandeiras”, ter sido concluída apenas em 1953, ele contribuiu para o Modernismo com esculturas que já traziam essa visão inovadora.
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A etapa inicial do modernismo teve um grande impacto cultural, inspirando movimentos culturais no Brasil e promovendo uma revolução na arte e literatura nacionais.
Esse período incentivou a valorização de temas populares e regionais, rompendo com o academicismo europeu e trazendo uma linguagem mais próxima da realidade brasileira. A literatura, as artes visuais e a música passaram a explorar o folclore, a vida urbana e as tradições locais.
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O efeito modernista também foi sentido na liberdade artística que trouxe. Artistas e escritores podem experimentar novas formas de expressão, sem se prenderem aos padrões rígidos do passado. Essa inovação desenvolveu futuras gerações e abriu o caminho para que a cultura brasileira fosse reconhecida internacionalmente, por seus prejuízos e riqueza.
Além disso, nesta fase teve o incentivo a uma visão crítica da sociedade, questionando desigualdades e representações tradicionais. Esse movimento cultural ajudou a estabelecer as bases para uma produção cultural brasileira autêntica, refletindo as diversas vozes e realidades do país.
Todas as fases do Modernismo brasileiro tinham o desejo comum de atualizar a arte e valorizar a cultura brasileira. No entanto, cada uma é destacada por estilos e temas específicos.
Em suas três fases, o movimento artístico brasileiro promoveu uma arte mais livre, permitindo que os artistas explorassem novas linguagens e formas de expressão.
Outra semelhança entre as fases do Modernismo foi a valorização da cultura brasileira. Os artistas modernistas se dedicaram a retratar temas nacionais, incorporando o folclore, as tradições populares e aspectos do cotidiano em suas obras.
Em relação às diferenças, a primeira fase focou na ruptura com o passado, valorizando temas nacionais e populares, enquanto a segunda fase do modernismo se tornou mais madura e menos radical.
Os autores desta fase trataram de temas como a vida dos trabalhadores e as desigualdades sociais no Brasil, dando à literatura um tom crítico e engajado.
Já a terceira fase abordou temas existenciais e psicológicos, refletindo os dilemas pessoais no cenário pós-guerra.
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