Os Retirantes (1944) - Cândido Portinari | Foto de: Pedro Campos/ Elizabeth Kajiya/ Marcia Rizzuto (IFUSP)
A segunda fase do modernismo, um período marcante na história cultural do Brasil, ofereceu uma nova perspectiva e um profundo impacto na sociedade. Durante esta época, autores e artistas brasileiros se aprofundaram nas expressões de identidade nacional e inovações estilísticas.
O modernismo no Brasil não foi apenas um movimento literário e artístico, mas também uma manifestação de mudanças sociais e políticas. Este artigo explorará as características do modernismo brasileiro, delineando os principais autores, obras e movimentos que definiram essa fase.
O modernismo brasileiro, especialmente em sua segunda fase – iniciada nos anos 1930 -, refletiu um período de consolidar a identidade nacional através da arte e literatura.
Durante este tempo, o Brasil vivia transformações significativas, tanto políticas quanto sociais, incluindo a Revolução de 1930 que alterou drasticamente a estrutura do poder político com a ascensão de Getúlio Vargas. Este contexto forneceu o pano de fundo para um movimento que buscava uma expressão genuinamente brasileira nas artes e na literatura.
A segunda fase do modernismo, frequentemente chamada de “fase heroica”, se caracterizou pela intensificação do nacionalismo e pela crítica social.
Escritores e artistas modernistas começaram a explorar temas mais profundos relacionados à identidade nacional, às injustiças sociais e às desigualdades. Esta fase foi marcada por uma literatura mais engajada, com autores como Carlos Drummond de Andrade e Rachel de Queiroz utilizando suas obras para comentar sobre a realidade brasileira, abordando temas como o trabalho, a pobreza e as lutas sociais.
Os artistas deste período buscaram uma nova forma de expressão que pudesse capturar a complexidade do Brasil moderno. Por exemplo, a obra de Cândido Portinari, que retratava a vida dos trabalhadores rurais brasileiros, tornou-se um símbolo poderoso deste movimento. Seu estilo combinava influências do expressionismo e surrealismo europeu com um forte senso de realismo social, criando imagens impactantes que falavam diretamente ao coração do povo brasileiro.
Além disso, a segunda fase do modernismo também foi crucial para consolidar o modernismo como um movimento cultural brasileiro amplo, que incluía não apenas a literatura e as artes plásticas, mas também a música, o teatro e o cinema. Esse período viu a emergência de figuras como Villa-Lobos na música e Oswald de Andrade no teatro, ambos explorando e expandindo as fronteiras de suas respectivas artes através de uma perspectiva modernista.
Em resumo, a segunda fase do modernismo no Brasil foi um período de grande efervescência cultural e de afirmação da identidade nacional. Os artistas e escritores desse tempo não apenas refletiram sobre a realidade brasileira, mas também a moldaram, criando obras que continuam a influenciar e inspirar gerações. Este movimento deixou um legado duradouro que define muitos aspectos da cultura brasileira contemporânea.
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A segunda fase do modernismo foi iluminada por um grupo diversificado de autores que trouxeram novas dimensões para a literatura brasileira.
Fernando Pessoa, embora português, influenciou profundamente nossos autores com suas obras psicológicas e introspectivas. No Brasil, destacaram-se Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, que continuaram a explorar o nacionalismo e a identidade cultural brasileira. Mário de Andrade e Manuel Bandeira aprofundaram a experimentação linguística e a exploração da vida cotidiana brasileira.
Entre esses autores, Mário de Andrade é uma figura central, não apenas pelas suas contribuições literárias mas também pelo seu pensamento sobre o movimento modernista. Ele descreveu o modernismo da seguinte maneira:
“O modernismo não é apenas um movimento artístico; é uma revolução cultural e social que busca quebrar com o passado e olhar para o futuro com uma nova perspectiva brasileira.”
Mário de Andrade
Além de Mário de Andrade, escritores como Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado e Rachel de Queiroz contribuíram com suas visões únicas sobre a sociedade brasileira, cada um tocando em aspectos distintos da vida, da luta e da cultura do país.
Cecília Meireles, por exemplo, com sua poesia lírica e contemplativa, explorou temas da existência humana e da paisagem cultural brasileira, enquanto Carlos Drummond de Andrade usava a poesia para comentar sobre a complexidade das relações humanas e as ironias do cotidiano.
Jorge Amado e Graciliano Ramos abordaram em suas obras as duras realidades do Nordeste brasileiro, com um foco particular nos desafios enfrentados pelas classes mais pobres e marginalizadas. Esses autores pintaram um retrato vívido da vida brasileira, combinando crítica social com profundas análises psicológicas dos seus personagens.
A contribuição desses autores para a segunda fase do modernismo não se limitou à sua produção literária; eles também foram ativos na vida cultural do país, participando de debates, conferências e outros movimentos que ajudaram a moldar o pensamento modernista no Brasil. As obras e as ideias desses escritores continuam a ser um testamento do poder da literatura para provocar reflexão e mudança.
O modernismo teve um impacto significativo tanto na arte quanto na literatura brasileira, redefinindo completamente os paradigmas estéticos e temáticos.
Nas artes visuais, artistas como Tarsila do Amaral adotaram o Cubismo e o Expressionismo para representar visualmente as peculiaridades do Brasil, misturando elementos europeus com temas locais, como visto em sua obra “Abaporu”.
Na literatura, o movimento modernista estimulou uma ruptura com as formas tradicionais de escrita, incentivando um estilo mais livre e uma prosa introspectiva. Autores começaram a utilizar a linguagem coloquial e estruturas narrativas não lineares para refletir a complexidade da realidade brasileira.
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A segunda fase do modernismo no Brasil foi profundamente influenciada por vários movimentos artísticos europeus, como o Expressionismo, o Surrealismo e o Futurismo.
Essas vanguardas europeias proporcionaram um vocabulário visual e estilístico que os artistas brasileiros podiam adaptar para explorar e criticar a realidade social e política nacional.
O Cubismo, por exemplo, foi essencial para o desenvolvimento da estética modernista brasileira, enquanto o Dadaísmo inspirou a irreverência e a crítica social nas obras de muitos escritores e artistas.
A primeira fase do modernismo, marcada pela Semana de Arte Moderna de 1922, foi uma explosão de novidade e rebeldia contra as estruturas artísticas e literárias tradicionais. Focada na experimentação e na ruptura com o passado, essa fase era mais preocupada com a forma e a estética.
Em contraste, a segunda fase, iniciada nos anos 1930, mergulhou mais profundamente nas questões sociais e na crítica política, refletindo as tensões e as transformações do Brasil. Os artistas dessa fase buscavam não apenas inovar na forma, mas também engajar-se diretamente com as realidades sociais e culturais do país.
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O legado do modernismo é vasto, influenciando gerações de artistas e escritores que seguiram. A modernidade introduzida pelo modernismo no Brasil redefiniu a maneira como a cultura brasileira se via e era vista pelo mundo.
As inovações artísticas e literárias desse período ajudaram a formar uma identidade nacional única, marcada pela diversidade e pela riqueza cultural. Além disso, o modernismo instigou uma reflexão contínua sobre o papel da arte e da literatura na sociedade, um questionamento que permanece relevante até hoje.
A segunda fase do modernismo foi um período de rica produção cultural que ajudou a moldar o cenário artístico e literário do Brasil. Este artigo explorou os principais autores, obras e movimentos que definiram essa era, oferecendo uma visão abrangente que pode enriquecer o entendimento de qualquer estudante pré-vestibular sobre esse importante capítulo da nossa história.
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