Conhecido como o pai da psicanálise, Sigmund Freud foi um dos maiores gênios da História no estudo da mente humana. Se você nunca parou para analisar seus comportamentos, atitudes ou sentimentos, saiba que Freud tem uma explicação para praticamente qualquer um destes aspectos.
Dono de teorias, estudos e frases marcantes, Freud foi um dos pesquisadores e estudiosos mais importantes para a história da humanidade. Quer saber mais sobre ele? Então continue lendo este post especial!
Nascido no dia 6 de maio de 1856, na cidade de Pribor, que na época era parte do Império austro-húngaro (hoje, na República Tcheca), Sigmund Schlomo Freud era filho de comerciantes judeus. Seus pais, Amalie Nathanson e Jacob Freud se mudaram para Viena quando Sigmund tinha apenas um ano.
Na capital, ingressou no curso de Medicina em 1873, na Universidade de Viena. Optou inicialmente pelos estudos de Filosofia, mas, em 1882, formou-se como um especialista em Fisiologia Nervosa. Entretanto, essa aproximação com os estudos filosóficos acabou por influenciar muito em sua produção acadêmica, anos mais tarde.
Desde muito cedo, Freud mostrou-se quase que obcecado pelas questões acerca da sexualidade. Seu primeiro estudo publicado, por exemplo, é sobre os órgãos sexuais de enguias, feito no Laboratório de Zoologia Marinha de Trieste, de 1876. Essa aproximação com as questões sexuais marcou boa parte de seus estudos posteriores em psicanálise.
Ainda no Laboratório de Zoologia Marinha, Freud foi encarregado de estudar a anatomia e a histologia do cérebro humano. Durante seus estudos, percebeu vários elementos comuns entre a organização fisiológica do cérebro humano e a dos répteis. Assim, recorrendo às teorias Darwinianas, Freud começou a esboçar o seu questionamento da supremacia do homem sobre o reino animal.
Apaixonou-se por Martha Bernays e, ao desejar o casamento, precisou abandonar o Laboratório por falta de recursos financeiros. Então, passou a trabalhar como médico no Hospital Geral de Viena. Em 1886, casou-se com Martha, com a qual teve seis filhos: Anna, Ernst, Jean-Martin, Mathilde, Olivier e Sophie.
No Hospital, conheceu Josef Breuer, um médico especialista em doenças nervosas, que lhe apresentou a história de uma de suas pacientes, Bertha Pappenheim, considerada depressiva e hipocondríaca. Esses distúrbios, na época, eram chamados apenas de “histeria”.
Breuer contou a Freud que Bertha revelou a ele, sob o efeito da hipnose, algumas lembranças de sua infância, levando a melhorias emocionais após o transe. Isso fez com que as pesquisas de Freud se intensificassem, embora mais tarde tenham sido abandonadas, ao descobrir o método de livre associação.
Após algumas tentativas trabalhando com a cocaína como uma forma de terapia, viajou para Paris, onde aperfeiçoou seus conhecimentos. Lá, estudou com Jean Charcot, um médico que dedicava seus esforços no estudo da hipnose como tratamento da histeria. Voltou para Viena para aplicar seus conhecimentos em pacientes com esse tipo de quadro.
Marginalizado pelos colegas por conta de suas teorias e técnicas, mal vistas para a época, Freud passou a pesquisar sobre o efeito dos sonhos na mente das pessoas. Focado em sua própria história, criou o conceito de Complexo de Édipo para explicar quadros de agressividade de filhos contra os pais, por serem apaixonados pelas mães.
Se suas ideias não fizeram muito sucesso de imediato, ao mesmo tempo vários médicos se tornaram discípulos de Freud, como Carl Jung. Ainda assim, Jung rompe com seu mestre anos mais tarde.
Ao longo dos anos, publicou várias obras diferentes, sendo que em 1908, junto de seus seguidores Karl Abraham, Sandor Ferenczi e Ernest Jones, fundou a Sociedade Psicanalítica de Viena.
No ano de 1938, já sob o governo nazista de Hitler, Freud fugiu para Londres, contando com o auxílio da princesa Maria Bonaparte, para escapar da perseguição antissemita dos nazistas. Quatro irmãs de Freud morreram em campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Sigmund Freud morreu no dia 23 de setembro de 1939, ainda em Londres, por conta de um câncer na mandíbula. Tendo sido submetido a dezenas de cirurgias tentando se livrar da doença, alguns estudiosos afirmam que ele, na verdade, faleceu por overdose de morfina ao tentar aplacar suas diversas e constantes dores.
Sem dúvidas, a vasta obra de Sigmund Freud é impossível de ser resumida em poucas palavras. São dezenas de teorias e técnicas que são estudadas até os dias de hoje. A seguir, os principais pontos de algumas das mais importantes teorias de Freud.
Até os anos finais do século XIX, doenças mentais eram tratadas como exclusivamente transtornos físicos. Alguns médicos, como Charchot, que trabalhou junto de Freud, utilizavam a hipnose para curar seus pacientes.
Entretanto, insatisfeito com o método, Freud criou a Psicanálise, utilizando o método da livre associação. Para ele, desequilíbrios psíquicos eram consequências de sentimentos reprimidos.
Assim, de forma consciente, o paciente deveria conseguir externar suas angústias e medos, sendo que tudo isso deveria ser mediado por meio de um diálogo entre o paciente e o psicanalista.
Freud estudou também, de maneira paralela à psicanálise, várias áreas da neurologia e da psicologia, sendo considerado um dos primeiros pesquisadores a propor o uso da cocaína tanto como analgésico quanto como estimulante para diversos quadros de problemas mentais.
Segundo propôs Freud, a psicanálise consiste em permitir ao paciente que fale sobre seus sintomas, fazendo com que ele mesmo descubra sua cura. Afirma assim que, além da consciência, todos possuem um lado inconsciente, onde estão nossos maiores desejos secretos, que não podemos obter.
Dessa forma, acessar o inconsciente seria a chave para conseguir resolver transtornos de ordem mental. A partir disso, Freud buscou explicar as formas como o inconsciente opera, por meio de uma estrutura bastante particular.
Primeiramente, utiliza a imagem do iceberg como metáfora. Assim, o consciente seria a parte emersa e o inconsciente corresponderia à maior parte do iceberg, submersa. Essa linha de estudo se aplicou no começo, quando Freud tentava curar os sintomas de histeria. Entretanto, quando passou a estudar o processo de repressão em si, adotou três conceitos distintos: id, ego e superego.
O id representaria os processos primitivos de nossos pensamentos, constituindo o reservatório das pulsões. Assim, toda a energia envolvida nas atividades humanas viria do id. Em um primeiro momento, considerou que todas as pulsões seriam de origem sexual ou de autopreservação.
Já num segundo momento, passou a considerar o conceito de pulsões de morte, atuando no sentido contrário daquelas de agregação e preservação da própria vida. O id seria, então, responsável pelas demandas mais perversas e primitivas de um indivíduo.
Por outro lado, o superego seria a parte do inconsciente que contrapõe o id, representando pensamentos morais e éticos que estariam internos ao próprio indivíduo.
No meio do caminho, encontra-se o ego, que alterna entre as necessidades primitivas e as crenças éticas do ser humano. É aqui que se insere a consciência. Uma pessoa mentalmente saudável teria a habilidade de se adaptar à realidade, interagindo com o mundo à sua volta de maneira cômoda tanto para o id quanto para o superego.
Em 1900, Freud lançou seu primeiro livro, “A Interpretação dos Sonhos”. Apresenta um método de relato e de se interpretar sonhos como a forma mais eficiente de se acessar o inconsciente de um indivíduo. Explica por que motivo os sonhos ocorrem, como funcionam e qual a relação deles com os lados mais sombrios do ser humano.
Para Freud, os sonhos de alguém podem ter relação com desejos reprimidos pela moral consciente. Como são desejos primitivos, os sonhos seriam a maneira que o inconsciente encontra para realizar tais desejos de maneira simbólica, numa tentativa de compensação à repressão moral.
Os sonhos poderiam, também, ser um apanhado de memórias de algo que aconteceu em um passado próximo. Assim, em vez de a mente de alguém reproduzir fielmente memórias recentes, faria uma mistura delas nos sonhos. Por isso, mesmo que a pessoa não se lembre, cada aspecto de um sonho pode representar um pedaço de alguma experiência dos últimos dias.
A infância é um período da vida de um indivíduo que tinha significativa importância para Sigmund Freud. Ele dizia que as experiências negativas que alguém vive nesta época da vida podem se tornar verdadeiros traumas na vida adulta.
Por conta disso, Freud estudou como a forma que as pessoas lidam com a energia sexual e a libido durante os anos de infância poderiam causar marcas futuras na vida adulta. Para ele, uma criança passa por três fases de descoberta, sendo elas:
Freud escreveu vários livros ao longo de sua carreira. Muitos deles se tornaram clássicos da psicanálise, como não poderia deixar de ser. Além dos livros, foi o autor de diversos artigos científicos e ensaios sobre o tema. Abaixo, sua lista de obras publicadas, em ordem cronológica:
Inúmeras são as frases atribuídas a Sigmund Freud. Várias delas ajudam a explicar, de forma resumida, sua obra e seus trabalhos. Veja a seguir algumas delas:
A seguir, algumas curiosidades sobre a vida e a obra de Sigmund Freud. Confira:
Freud deixou um grande legado para a humanidade, que passou a procurar entender melhor como nossa mente funciona e quais são as influências do inconsciente na nossa vida. Pai da psicanálise, continua como uma referência para profissionais da área e admiradores de sua obra.
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