As drogas são um assunto muito polêmico na atualidade. Envolve toda a população e mobiliza governos, tanto em seu combate quanto em sua comercialização. Nos últimos anos, o mundo inteiro vem debatendo acerca da legalização e da proibição de uma série de entorpecentes.
Com certeza, em algum momento de sua vida, você já ouviu alguém falando sobre os efeitos das drogas e o que elas podem causar ao seu organismo. Mas você sabe exatamente qual é o conceito de drogas, como elas funcionam e quais as diferenças entre cada tipo?
No artigo de hoje, trouxemos um guia completo sobre esse tema. Confira!
São chamadas drogas todas e quaisquer substâncias, naturais ou sintéticas, que modificam as funções normais do organismo de uma pessoa. Também são conhecidas como narcóticos ou entorpecentes. A maioria das drogas tem como origem algum tipo de planta, como a maconha e o ópio.
Segundo essa descrição, substâncias como analgésicos ou antiácidos são também consideradas drogas. A diferença é que, nesse caso, são drogas legalizadas e seu uso é feito por meio de prescrição médica. É desse tipo de droga, inclusive, que vem a denominação “drogaria” para as farmácias.
Geralmente o termo “droga” é usado para definir aquelas substâncias ilegais, que são comercializadas no tráfico e à margem da lei: são as drogas ilícitas. Entretanto, referir-se apenas a esse tipo de droga é uma abordagem bastante ingênua.
Boa parte das drogas, inclusive, é legalizada e utilizada para tratamentos médicos contra uma enorme variedade de doenças. Mesmo essas drogas ainda podem causar dependências e, se mal administradas, podem levar ao óbito. Existem medicamentos que, mesmo sendo exclusivos para tratamento, são proibidos pelo governo.
A regulamentação do uso e a comercialização das drogas são responsabilidade da legislação de cada país. Em certos países, o uso de maconha, por exemplo, já é liberado até mesmo recreativamente, o que não acontece ainda no Brasil. Nos Estados Unidos, essa legislação é de responsabilidade estadual, sendo que alguns estados já comercializam legalmente drogas como a Cannabis.
As drogas podem ser classificadas, entre outros critérios, a partir dos efeitos que causam no organismo, independentemente de serem lícitas ou ilícitas. Esses efeitos podem ser estimulantes, depressores ou perturbadores.
As drogas depressoras têm como efeito principal a diminuição da atividade do Sistema Nervoso Central (SNC), podendo levar a delírios. Também chamadas de psicodislépticas, podem incluir drogas injetáveis, ingeríveis ou inaláveis, como:
A Medicina faz uso frequente de algumas drogas desse tipo, principalmente para tratar insônia e ansiedade, por meio de medicamentos soníferos e ansiolíticos. Drogas como a morfina são utilizadas para o tratamento da dor.
As drogas estimulantes têm como principal efeito biológico a aceleração da atividade do Sistema Nervoso Central (SNC), tendo como consequência o crescimento do estado de vigília e os níveis de adrenalina no sangue.
Também conhecidas como drogas psicolépticas, elas levam a um aumento da atividade no pulmão, diminuindo a fadiga e ativando os sentidos. Alguns exemplos de drogas estimulantes são:
A absorção dessas drogas acontece das formas mais variadas possíveis, por injeção, inalação, via oral e outras.
Por fim, o último grupo de drogas é a categoria das perturbadoras. Em um primeiro momento, elas geram sensação de bem-estar, diminuindo a fadiga e a sensação de cansaço no corpo. Entretanto, levam também a um estado de alteração profunda na noção de espaço e tempo, podendo causar delírios e alucinações.
Conhecidas também como psicodistrópticas ou psicodislépticas, essas drogas despersonalizam a percepção do sujeito, por isso sendo designadas como alucinógenas. Algumas delas são:
Essas são as drogas responsáveis pelas “viagens” alucinógenas. Dependendo da potência da droga em questão, como o LSD em algumas raras ocasiões, as pessoas acabam em um estado permanente de alucinação, sem conseguir “voltar” do estado delirante.
Drogas lícitas são aquelas cujo uso, produção e comercialização são permitidos por lei e regulados pelo governo. Na maioria dos países, o consumo de drogas é regulamentado por algum órgão específico, responsável por legislar o assunto e determinar qual substância é legal e qual é ilegal.
Esses órgãos são ainda responsáveis pela determinação das regras que controlarão os processos de produção e comércio dessas substâncias. Vale ressaltar que isso nada tem a ver com o potencial de prejuízo à saúde humana, uma vez que algumas drogas lícitas são tão ou mais prejudiciais que muitas drogas ilícitas.
As substâncias lícitas mais consumidas no mundo incluem álcool, tabaco, benzodiazepínicos (remédios para indução do sono ou controle da ansiedade), xaropes, descongestionantes nasais, anorexígenos e anabolizantes.
Como é possível perceber pela listagem acima, muitas das drogas lícitas são altamente prejudiciais. Apesar disso, seu consumo é aceito socialmente e garantido por lei. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o mercado das drogas lícitas é um dos maiores do mundo, além de promover altíssimo nível de vício. Em contrapartida, podem ser encontradas em praticamente qualquer esquina, o que universaliza seu uso e seus danos à saúde.
O álcool é uma das drogas mais consumidas em todo o mundo. E, pior do que isso, as pesquisas indicam que seu consumo vem crescendo cada vez mais, principalmente por jovens. O contato com a bebida tem ocorrido mais cedo ano após ano.
Quanto mais cedo alguém consome o álcool, maiores são as chances de se tornar uma pessoa dependente. Sua ingestão provoca sensações de segurança e desinibição em um primeiro instante. Mas, se o consumo passa de certo limite, o indivíduo altera seu comportamento completamente. Torna-se descontrolado, podendo ficar agressivo ou mesmo depressivo.
O consumo frequente de álcool leva à dependência, além do desenvolvimento de cirrose hepática, problemas cardíacos e hipertensão. A suspensão do consumo permite a recuperação dos órgãos e dos neurônios afetados.
Outra das drogas mais consumidas do mundo, o cigarro, é um verdadeiro coquetel de substâncias tóxicas e cancerígenas. O uso contínuo da droga leva à perda de resistência respiratória, irritações na região da garganta, tosse constante e prejuízos imensos aos pulmões, podendo desenvolver câncer ou enfisema.
Fumantes jovens são mais prejudicados, uma vez que o metabolismo é alterado, o que compromete o desenvolvido do organismo. Por conta da presença de nicotina no cigarro, ele é considerado uma das drogas mais viciantes entre todos os tipos de substâncias.
Atualmente, o Brasil gasta bilhões de reais para tratar doentes em função do consumo de cigarro. Aumento de impostos, inserção de imagens graficamente chocantes nas embalagens e a proibição de comerciais sobre cigarros são algumas das medidas adotadas pelo governo para tentar diminuir o consumo.
O uso de cigarro leva a uma sensação de euforia e felicidade ao seu usuário. Entretanto, quem tenta parar o vício entra em abstinência e sente tremores fortes. Muitos desistem e as estatísticas mostram que apenas um viciado a cada dez consegue parar de fumar.
Diferentemente das drogas legalizadas, as substâncias ilícitas são aquelas cuja produção, comercialização e consumo são proibidos por lei. Seu uso se dá por meio do tráfico de drogas, atividade criminosa que aflige a maioria dos países atualmente.
Entre as drogas ilícitas mais consumidas no mundo estão: maconha, cocaína, crack, LSD, heroína, ecstasy e outras. Vale ressaltar que a maconha se encontra em uma onda de legalização no mundo inteiro, sendo que diversos países já passaram a regular seu consumo recreativo e medicinal.
A maconha é a droga ilícita mais consumida do mundo. Proveniente de uma planta, a Cannabis sativa, consiste na forma moída de suas flores, enrolada como um cigarro. Pode ser consumida de diversas outras maneiras. Provoca calma, relaxamento, secura na boca, além de falta de equilíbrio e de coordenação motora.
O uso contínuo pode agravar casos de transtornos psicológicos, evidenciando quadros como a esquizofrenia. Entretanto, nunca foi registrada uma morte por overdose de maconha, sendo que a dose necessária para algo do tipo acontecer é irreal: 680 quilos em 15 minutos.
Devido aos seus efeitos brandos e à possibilidade de uso medicinal (a maconha é um ótimo tratamento para epilepsia, Alzheimer, depressão, esclerose múltipla, síndrome de Hett e outros), vários países estão em processo de legalização da substância, alterando a lei antidrogas. Alguns, inclusive, já liberaram o uso recreativo, arrecadando milhões de dólares com o comércio da erva, como é o caso do estado americano da Califórnia.
Também de origem natural, a cocaína é obtida por meio das folhas de coca (Erythroxylon coca), planta oriunda do continente sul-americano. Por meio de processos químicos, a droga é transformada em um pó branco, sendo inalado ou injetado diretamente na corrente sanguínea.
Provoca excitação e euforia de imediato, intensificando a atividade cerebral. Causa diminuição do apetite e aumento considerável da pressão sanguínea. O uso frequente pode causar problemas cardiovasculares, parada respiratória, infarto e derrame. Diferentemente da maconha, o uso excessivo de cocaína pode causar overdose.
Além da classificação por efeitos provocados, as drogas também podem ser separadas de acordo com sua origem.
As drogas sintéticas são aquelas produzidas por meio de alguma substância química com princípios psicoativos, provocando alucinações por estimular ou deprimir o SNC. Podem ser utilizadas das mais diversas maneiras, como injeção, pó, comprimidos, entre outros. Alguns exemplos são:
As drogas de origem natural são aquelas que causam efeitos sem a composição de nenhuma substância química. Ou seja, sua produção não é proveniente de nenhum laboratório. A maconha e a cafeína são exemplos de drogas naturais.
Por fim, as drogas semissintéticas são uma junção das duas classes anteriores. Produzidas com base em drogas naturais, passam por consideráveis alterações químicas em laboratório. Crack, cocaína e merla são exemplos de drogas semissintéticas.
O consumo de drogas faz parte da história da humanidade. Desde a Antiguidade, o ser humano já fazia uso de algum tipo de substância psicoativa ou que alterasse os sentidos. Resíduos de vinho já foram encontrados em jarros no Irã datados de 5.400-5.000 a.C.
Os chineses foram um dos primeiros povos a, provavelmente, fazer uso da maconha (4.000 a.C.) enquanto os sumérios consumiram o ópio em 3.500 a.C., chamando a planta de “flor do prazer”.
Somente a partir do século XX começaram a surgir proibições a nível global com relação ao consumo de drogas. Com a proibição, o consumo não diminuiu, o que levou o comércio para a ilegalidade, alimentando o tráfico de drogas.
A cruzada contra as drogas teve início nos Estados Unidos, em 1948. De lá para cá, milhões de pessoas foram vítimas da guerra às drogas que, até hoje, se mostrou um fracasso, uma vez que o tráfico jamais foi erradicado em nenhum país.
Em 1961, a Organização das Nações Unidas (ONU) foi percursora da globalização da proibição e distinção das drogas, sendo classificadas como “leves” ou “pesadas”. Nos últimos anos, alguns países passaram a tratar o consumo de drogas como problema de saúde, admitindo a ineficiência do uso da força contra o tráfico.
Assim, países como Estados Unidos, Canadá, Portugal, Holanda e vários outros já tratam o consumo de drogas como uma possibilidade de arrecadar impostos, principalmente por meio da legalização e do comércio regulado das drogas. Entretanto, a maioria dos países está muito longe dessa realidade.
No Brasil, milhares de pessoas inocentes morrem todos os anos no meio dos conflitos entre a polícia e os traficantes. Em sua maioria são pobres e marginalizados, feitos reféns de um dos maiores problemas sociais do país.
E aí, curtiu nosso post sobre as diferentes drogas, seus efeitos e classificações? Então não deixe de se preparar melhor para o Enem conferindo também nosso post que explica como o tema das drogas pode cair na prova! Aproveite ainda para ver nosso resumo sobre o assunto e escrever nossa proposta de redação!
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