Crie a propsta de intervenção perfeita para sua redação sobre racismo!
Se tiver que fazer uma redação sobre racismo, será que você se sairá bem? Um vestibulando deve dominar as principais possibilidades de tema para a redação. Assim, evitará ser surpreendido em assuntos que não está muito por dentro. Outra dificuldade é a proposta de intervenção. É comum encontrar alunos que erram na hora de mostrar o que deve ser feito para diminuir o problema.
Para que você não perca pontos por causa de uma proposta de intervenção inadequada, veja neste artigo como ela deve ser elaborada. Além disso, saiba como aplicar a teoria em uma redação sobre o racismo.
Quer ter uma boa nota na redação? Então veja os passos que você deve seguir! Boa leitura!
Para começar, é importante saber o que é racismo, já que você escreverá sobre esse assunto. De acordo com o dicionário Priberam, racismo é:
1. Teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação racial) ou mesmo visando ao extermínio de uma minoria.
2. Atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, etnia, religião, cultura, etc.
Ou seja, pode-se considerar racismo tanto a superioridade de um grupo sobre outros quanto ter alguma atitude discriminatória em relação a um grupo específico de pessoas. Sendo assim, você deverá entender sobre qual dessas duas possibilidades a banca deseja que você disserte. Caso não seja definido, será possível escolher entre elas.
Para contextualizar o assunto, você também pode usar a definição do termo. Além de mostrar que você entende do tema que está retratando, auxiliará o leitor a ter uma visão mais correta sobre o assunto.
Para tirar nota mil no tema “Racismo na sociedade brasileira”, você deverá criar um texto dissertativo-argumentativo. Ou seja, não basta apenas descrever os problemas do racismo na sociedade, é necessário defender um ponto de vista a partir de argumentos e explicações, com o intuito de convencer seu leitor.
O primeiro passo para ter uma boa nota na sua redação sobre racismo no Brasil é fazer uma boa pesquisa sobre o tema. Escrever baseando-se no senso comum (visão geral da população) fará com que você perca pontos. Por isso, veja quais são os principais dados e pesquisas sobre o tema e leve em consideração fatos históricos, dados estatísticos entre outras formas de comprovação do seu repertório. Procure entender o que os especialistas falam sobre o problema.
Depois disso, pense sobre o assunto. Qual é a sua visão? Ainda que escrever só com base no senso comum seja um problema, escrever sem originalidade também é. Então, é necessário mostrar sinais de que foi você mesmo quem criou o texto e não de que você se baseou em uma redação sobre racismo pronta. Por isso, é importante dialogar com as pesquisas e opiniões dos especialistas.
Se você tem dificuldades para colocar suas ideias no papel, faça um esquema. Escreva em uma folha de rascunho o seu ponto de vista sobre o assunto. Ele deverá estar visível já na introdução e será a partir dele que você desenvolverá todo o texto. É comum que as pessoas comecem defendendo algum ponto no início do texto, mas terminem falando de outro assunto. Dessa forma, tenha em mente que o assunto do seu texto não deve ser modificado.
Depois, você deve definir os argumentos utilizados para defender a tese. Se possível, diversifique os tipos utilizados, como filosófico e científico. Lembre-se de fortalecer os argumentos utilizando dados, pesquisas e opiniões de especialistas no tema. Dessa forma, você demonstrará estar conectado nos mais diversos assuntos.
Como o tempo pode ser seu inimigo, escolha os argumentos que você tenha maior facilidade em defender. Então, dê preferência para aqueles em que você tenha dados ou pesquisas para comprová-los. Nesse tipo de texto, é essencial que sua produção tenha introdução, desenvolvimento e conclusão. Veja agora o que essas partes devem ter.
Na introdução, é importante contextualizar o problema abordado, já mostrando a sua visão sobre o tema. Como a proposta fala no “racismo na sociedade brasileira”, não é interessante defender pontos de vista que não admitam a existência do problema no país. Sendo assim, sempre verifique se sua tese está conectada com o comando da proposta.
Lembre-se de que, nesses textos, você não deve supor que o leitor já sabe sobre o assunto a ser tratado. Ou seja, deve deixar explícito todos os elementos textuais necessários. Pode ser útil pensar que o leitor é uma pessoa que não está fazendo a prova e não sabe qual é o tema da redação. Seu texto deverá fazer sentido também para ela.
É comum que os alunos comecem com citações de filósofos famosos. Entretanto, se quiser se beneficiado com elas, utilize alguma que tenha real relação com o tema. Quanto mais genérica uma citação é, menor valor terá para redação. Ou seja, o ideal é que você tenha um bom repertório de leitura para usar a fonte certa no momento certo.
Livre-se dos jargões. Expressões como “na sociedade contemporânea” e “no mundo atual” não trazem significado para seu texto. Qualquer termo que possa ser dispensável não precisa ser utilizado. Por isso, evite palavras apenas para “encher linguiça” e opte por aquelas que mostrarão melhor aquilo em que você acredita, de forma concreta.
No desenvolvimento, você deve apresentar argumentos para que seu ponto de vista seja verdadeiro. É proibido copiar partes dos textos motivadores, uma vez que eles são fornecidos para aguçar seu pensamento sobre o tema. Caso utilize citações diretas, identifique-as com aspas, mostrando quem é o autor da frase. Dessa forma, você evitará que seu texto seja identificado como plágio.
Como você deseja convencer o leitor, é importante embasar seus argumentos com dados, pesquisas ou opiniões de especialistas. Além disso, seu texto deve ter coesão, ou seja, as partes precisam estar conectadas entre si, fazendo com que o leitor identifique apenas um texto. Dessa forma, verifique sempre se ele segue uma ordem lógica, progredindo as ideias durante a redação.
Se é uma redação dissertativa sobre racismo no Brasil, individualize ao máximo a questão para nosso país. Cite outros apenas para exemplificar ou mostrar como eles conseguiram resolver a questão. Deixe sempre claro que você estará retratando o problema brasileiro e suas particularidades.
Da mesma forma, evite argumentar sobre outras minorias. A proposta não é sobre refugiados, homossexuais ou religiões afrodescendentes. Você até pode citá-las em algum momento, mas deve ter cuidado para não basear parte da sua argumentação nesses grupos. Caso contrário, você será penalizado por tangenciamento ao tema.
Para que um texto seja considerado bom, ele deve ser coeso. Isso significa que todas as suas partes devem estar “bem amarradas”. Assim, você não dará a impressão de que está escrevendo sobre vários assuntos ao mesmo tempo ou que não há ligação entre seus parágrafos. Para isso, é importante utilizar os conectivos (como portanto, entretanto, sendo assim, uma vez que, desse modo, etc.).
Também é interessante que seguir uma mesma linha de raciocínio. Se você acredita, por exemplo, que as cotas trazem mais racismo para a sociedade, não as coloque como uma possível solução para o problema. Você não deve se contradizer!
Para concluir seu texto, você deverá apresentar uma proposta de intervenção para resolver os problemas apontados. Um dos maiores cuidados que você deve ter é não ferir os direitos humanos. Você poderá ser bastante penalizado por isso, mas não terá a redação zerada, como ocorria em edições anteriores do Enem.
Quer mais detalhes para fazer sua intervenção? Veja agora como fazer isso na prática!
Muitos alunos têm grandes dificuldades para desenvolver uma conclusão de acordo com esperado pelo Enem. Para você resolver esse problema, veja como elaborar uma proposta de intervenção perfeita.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em novembro de 2017, que desrespeitar os direitos humanos não deve zerar a redação. A decisão foi tomada para evitar que diferenças ideológicas fossem determinantes na nota. Ainda assim, esse quesito poderá penalizá-lo em até 200 pontos. Por isso todo cuidado é pouco.
Para ter certeza de que sua intervenção não fere nenhum direito humano, você pode consultar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948. Confira alguns itens que você não deve citar:
Nenhum de seus argumentos deve propor a morte de alguém para solucionar o problema. Por isso, não use discursos de genocídio, morte ou tortura, afinal, este é um dos principais direitos: o direito à vida.
Também não se deve propor ideias que aumentem ou alimentem a desigualdade ou a exclusão social. Evite propor que as fronteiras sejam fechadas ou que afrodescendentes sejam segregados, por exemplo. Você também não deve atacar alguma minoria, seja ela étnica, seja de gênero.
Os vestibulares e o Enem não cobrarão de você uma solução para o problema, mas uma proposta de intervenção — não precisa ser original e você pode propor a ampliação de políticas já adotadas. Seu foco deve ser na viabilidade, ou seja, a proposta poderá ser aplicada com a legislação atual? Ao lembrar disso, você evitará perder tempo imaginando soluções criativas para a situação, uma vez que tais itens não são considerados na correção.
Além disso, atente-se à proposta. Não há necessidade de fazer sua intervenção apenas no parágrafo final. Entretanto, na maioria dos casos, é mais lógico mantê-la ao fim do texto, uma vez que virá após sua argumentação. Entretanto, é possível que o próprio Enem (ou outra banca de vestibular) peça que as propostas sejam apresentadas ao longo de todo o texto. Por isso, não perca o foco.
Sua proposta de intervenção deve ser coerente com o restante do texto. Isso significa que você não deve apresentar propostas para problemas não mencionados na redação. Por outro lado, verifique se você fez intervenções para as dificuldades apresentadas durante o texto.
Os alunos precisam ser bem específicos em suas conclusões, evitando medidas vagas. Dizer, somente, que “medidas são necessárias” para resolver o problema não é suficiente. Ou seja, é preciso apontar o que deverá ser feito para que a dificuldade citada seja corrigida.
Para deixar sua proposta de intervenção mais objetiva, aponte quais serão os autores ou agentes das suas medidas. Evite se referir à “sociedade em geral”. Tente identificar partes concretas da sociedade. Será o Governo Federal, a Câmara Legislativa, algum ministério ou associação? Aponte quais são!
Explique como os autores implementarão as propostas. É possível que elas sejam realizadas a partir de leis, de conscientização na mídia, programas educativos etc.
Você até pode fazer mais de uma, entretanto, isso não é necessário. É mais fácil fazer poucas, mas que sejam completas, do que mostrar muitas propostas de forma simples, sem demonstrar como elas podem ser aplicadas na sociedade.
Agora que você já sabe como deve ser a proposta de intervenção, o que acha de fazer a sua? Ainda ficou com dificuldades? Não se preocupe! Fazer um esquema ajudará a não se perder enquanto escreve. Os pontos que não devem ser deixados para trás são:
Para exemplificar, utilizando a proposta do racismo, veja como ficaria o esquema:
Ficou com dificuldades para ligar cada parte? Veja um bom exemplo:
Ainda que os avanços nas políticas públicas contra o racismo sejam visíveis, mostra-se evidente a necessidade de se criarem outras medidas ao combate ao racismo. Além das leis em vigor, o governo deve aumentar o investimento no ensino fundamental e médio com a valorização dos professores, melhorar a estrutura escolar e criar campanhas de conscientização contra o racismo. Assim, a igualdade de oportunidade entre as raças será maior e haverá menos motivos para a criação de cotas.
Para escrever com qualidade e ter uma boa nota no vestibular, é necessário se exercitar. Por isso, faça o maior número possível de redações e treine cada parte do texto. Além de elaborar uma redação sobre racismo e preconceito de modo geral, tente escrever sobre outros assuntos. Dessa forma, você estará capacitado para dissertar sobre os mais variados temas. Portanto, leia jornais e revistas, capazes de ampliar seu pensamento crítico sobre a sociedade.
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