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Semântica: o que é, tipos e mais!

Neste artigo, você conhecerá os princípios básicos deste grande campo que é a semântica. Trata-se de uma das vertentes mais interessantes e profundas dos estudos da linguagem. O objeto da semântica é a própria significação de palavras, textos e imagens. Trata-se de conteúdo muito importante para quem está se preparando para os vestibulares e Enem.

Por um lado, é necessário conhecê-lo para responder bem às perguntas que envolvem o assunto nas provas de Língua Portuguesa e Literatura. Por outro, acaba sendo um auxílio para a escrita, a interpretação de texto, e até mesmo para escrever a redação do Enem. Vamos lá?

O que é semântica?

Podemos resumir o conceito de semântica da seguinte forma: é o estudo dos significados, que pode ser aplicado tanto a palavras quanto a frases, orações e até mesmo para a linguagem não verbal e os símbolos (semiótica). Existem inúmeras vertentes possíveis de apreensão desses elementos, mas vamos nos restringir aqui ao aspecto mais gramatical do conceito.

Ele costuma ser muito associado à sintaxe, que é a forma como as palavras se comportam e se relacionam na construção de frases. Podemos pensar na sintaxe como a forma objetiva das palavras e dos símbolos, enquanto a semântica já está relacionada ao seu conteúdo. A partir desses direcionamentos, vamos estudar um pouco sobre alguns aspectos da semântica.

Sinonímia e antonímia

Como os próprios nomes já sugerem, eles se referem aos sinônimos e antônimos e suas propriedades. Os sinônimos são palavras que carregam um sentido similar, que podem ser substituídas uma pela outra sem que a expressão perca seu significado original.

Como exemplos de sinônimos, podemos destacar os seguintes grupos de palavras:

  • feliz, alegre, contente, radiante;
  • córrego, riacho, rio;
  • bruxa, feiticeira, maga;
  • oposição; antítese.

É interessante observar que, a despeito da sintaxe, as palavras ainda podem ser sinônimas. Ou seja, mesmo palavras de classes diferentes podem representar o mesmo sentido.

O mesmo pode ser dito sobre os antônimos. Mas, nesse caso, trata-se de palavras semanticamente antagônicas. São duplas de palavras ou expressões que significam o contrário uma da outra. Os próprios conceitos de sinonímia e antonímia são antônimos um do outro, por exemplo. Outros exemplos são:

  • claro e escuro;
  • fraco e forte;
  • baixo e alto;
  • simpático e antipático.

Homonímia

Quando falamos em homonímia, estamos nos referindo a um fenômeno muito comum na Língua Portuguesa, que pode confundir os navegantes desavisados. Ela diz de quando duas ou mais palavras têm uma forma de serem escritas ou pronunciadas, mas que na verdade carregam valores semânticos diferentes.

Vale ressaltar que esse fator diz respeito não apenas à forma de escrever as palavras, mas também ao jeito como elas são ditas. Vamos ver dois exemplos de homonímia:

Paronímia

Ela ocorre quando temos palavras que têm uma grafia diferente mas com uma pronúncia muito parecida, mas que na verdade tem sentidos diferentes. Como exemplos de paronímia podemos citar:

  • discrição e descrição; no primeiro caso significa fazer algo sem ser notado, já o outro refere-se ao ato de descrever alguma coisa, fazer um relato
  • eminente e iminente: o primeiro se refere a algo importante, já o segundo diz respeito a algo que está prestes a acontecer.

Polissemia

Já a polissemia vai a uma direção diferente. Também ocorre com muita frequência, exigindo que os leitores e ouvintes tenham de fazer uma leitura do contexto da palavra para extrair seu verdadeiro significado.

A polissemia ocorre quando temos uma palavra que é escrita e pronunciada da mesma forma, entretanto carrega pelo menos dois significados distintos. Podemos observá-la nos seguintes exemplos:

  • graça: pode significar tanto algum tipo de benção espiritual quanto algo engraçado ou até mesmo a gratuidade de alguma coisa;
  • vela: pode ser a parte de um barco, o objeto que usamos para iluminar ou até mesmo um verbo que se refere aos ritos funerários de um ente querido;
  • letra: pode ser uma unidade do alfabeto, o texto cantado em uma canção, a forma como alguém escreve.

Fora dos contextos oficiais da Gramática, a polissemia é muito frequente no uso de gírias ou expressões cotidianas. “Vela”, por exemplo, também é uma gíria comumente usada para se referir a alguém que está próximo a um casal de namorados, como se estivesse atrapalhando a troca de afetos entre eles.

Denotação e conotação

Outro ponto interessante sobre semântica diz respeito à diferença entre sentido denotativo e conotativo. Denotação é quando as palavras utilizadas em uma mensagem carregam um sentido objetivo, significam literalmente o que está escrito, assim como o significado do dicionário.

Já a conotação ocorre quando os termos carregam um sentido diferente do usual. É normalmente utilizada para poesia ou formas de expressão pouco formais, como gírias. Podemos estabelecer então que a denotação é o modo literal de se expressar, enquanto a conotação diz respeito ao modo figurado.

Exercícios de semântica

Agora, vamos apresentar alguns exercícios resolvidos sobre semântica. Mas não se preocupe, as respostas estarão apenas no final do texto, para que você possa tentar por si mesmo e testar o que aprendeu até aqui. Caso queira resolver mais questões sobre o assunto, dê uma olhada em nosso banco de exercícios!

1. (Enem 2017) Nuances

Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa.

Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar: quando ele quer deixar claro que não é de televisão.

Grávida: em qualquer ocasião. Gestante: em filas e assentos preferenciais.

Guardar: na gaveta. Salvar: no computador. Salvaguardar: no Exército.

Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã: na horta ou no suco de abacaxi.

Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando você está em cartaz com ele.

DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado).

 O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos. Essa diferença é apresentada considerando-se a(s)

a. alternâncias na sonoridade.

b. adequação às situações de uso.

c. marcação flexional das palavras.

d. grafia na norma-padrão da língua.

e. categorias gramaticais das palavras.

2. (Enem 2001) Nas conversas diárias, utiliza-se frequentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias situações. Leia os exemplos de diálogos:

I – A Vera se veste diferente!

– É mesmo, é que ela tem um estilo próprio.

II – A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão maravilhoso assim.

– É que ele é próprio para adolescente.

III – Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível!

– Relaxa, Tânia! É próprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda.

Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente,

a. adequado, particular, típico.

b. peculiar, adequado, característico.

c. conveniente, adequado, particular.

d. adequado, exclusivo, conveniente.

e. peculiar, exclusivo, característico.

Podemos ver até aqui que o tema da semântica é bastante amplo e útil de ser levado a sério por quem está entrando no mundo acadêmico. Quando pensamos em semântica, é bom ficar atento a conceitos como o de sinônimos e antônimos e também aos diferentes tipos de homônimos.

Quer aprender mais sobre o uso da Gramática? Confira nossas videoaulas e aprofunde cada vez mais na matéria e arrase nos vestibulares!

Resposta dos exercícios

1. b; 2. b.

Stoodi

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