A agricultura sempre foi um dos pilares do desenvolvimento da humanidade. A capacidade de plantar o próprio alimento fez com que os humanos pré-históricos deixassem de ser nômades para fixar moradia de acordo com a disponibilidade de terras para plantar e se sustentar.
Milênios se passaram e, hoje, o agronegócio ocupa uma posição de destaque na economia de diversos países. No Brasil, por exemplo, praticamente metade do faturamento nacional em exportações vem da agricultura.
Por isso, cada vez mais são necessárias profissões especializadas, capazes de aumentar o potencial e a produtividade das lavouras. E, neste cenário, a figura do agrônomo ganha um grande destaque.
Se interessa pela área? Tem vontade de cursar Agronomia? Então este guia é para você. Continue lendo para descobrir tudo sobre a profissão!
Dentro das Ciências Agrárias, a Agronomia é um campo bastante multidisciplinar que trabalha com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre a agropecuária e, ao mesmo tempo, aperfeiçoar as técnicas e práticas agrícolas e da zootecnia.
Esse esforço parte do princípio da utilização de tecnologias que visam um aumento na produtividade dos cultivos, minimizando o gasto energético e se adequando à realidade do meio ambiente.
Como citamos, é possível regredir milênios na história para determinar o início da Agronomia.
Entretanto, com o avanço da tecnologia, os últimos séculos e até mesmo as últimas décadas resultaram em um grande salto para essa ciência, de modo que hoje a Agronomia se tornou uma área extremamente abrangente e importante para o cenário econômico e social, em escala global.
O curso superior de Agronomia tem como objetivo a formação do profissional agrônomo, com um ciclo básico nos primeiros semestres da graduação.
Durante esse período, o aluno entrará em contato com disciplinas básicas e generalistas, como Matemática, Química, Biologia, Informática e Estatística. Essas matérias ajudam a formar a base para os conhecimentos específicos que virão a seguir.
Falando nessas disciplinas, o aluno de Agronomia entra em contato com áreas muito aprofundadas, como Engenharia Rural, Engenharia Florestal, Agroecologia, Pedologia, entre outros.
É a partir desse momento que o estudante começa a descobrir seu nicho de atuação profissional, se identificando com alguma das várias áreas disponíveis no campo da Agronomia.
Além das aulas teóricas, o aluno de Agronomia ainda entra em contato com aulas práticas e, como não poderia deixar de ser, trabalhos de campo. Esse tipo de atividade é fundamental para o desenvolvimento completo dos estudantes, que passam a colocar em prática tudo aquilo que aprendem dentro da sala de aula.
Assim como todos os cursos superiores no Brasil, o curso de Agronomia é regulamentado pelo Ministério da Educação – MEC, que determina um mínimo de 3.600 horas como carga horária a ser completada para a formatura. Para a maioria dos cursos oferecidos ao redor do Brasil, essa carga horária é dividida em cerca de 5 anos.
Algumas universidades, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pregam um mínimo de 4 anos e um máximo de 8 anos para integralização de todas as disciplinas necessárias para se obter o diploma. Mas, via de regra, a média nacional é de 5 anos.
Segundo o Ranking Universitário Folha – RUF, existem mais de 250 cursos de Agronomia espalhados pelo Brasil. Devido à alta demanda por mão de obra especializada, os cursos da área se proliferaram, principalmente nas regiões onde a atividade agrícola é predominante.
Isso explica, inclusive, o domínio de Universidades Federais como as de Viçosa (MG) e Lavras (MG) no ranking das melhores do país.
No cenário de necessidade de formação de agrônomos em todo o país, uma opção válida surgiu nos últimos anos: o curso de Agronomia a distância. Apesar de ainda serem poucos, é possível encontrar algumas opções de Agronomia nessa modalidade.
Os cursos de graduação a distância são ideais para quem precisa conciliar trabalho e estudo, adequando um conteúdo de qualidade com a flexibilidade dos horários montados pelo próprio aluno. E, como boa parte da necessidade pela mão de obra especializada de agrônomos vem do interior do país, nada melhor do que contar com o curso a distância.
Assim como o curso presencial, o curso de Agronomia a distância tem uma duração de cinco anos, agraciando o formando com um grau de bacharelado. Até o ano de 2019, apenas instituições de ensino superior particulares ofereciam o curso de Agronomia a distância. São elas:
No curso de Agronomia a distância, o aluno tem as aulas teóricas no conforto de sua casa, sendo necessária a presença física em algumas atividades, como provas e aulas de laboratório. Apesar de mais reduzidos, esses momentos são fundamentais para uma boa formação do estudante de Agronomia, assim como os trabalhos de campo.
Por ser um curso com teor mais prático, é possível que seja necessário separar um ou dois dias durante a semana para a realização das atividades presenciais. Geralmente, essas aulas são ministradas na própria faculdade ou, então, nos polos de apoio.
Atualmente, a forma mais ampla de conseguir uma vaga em uma universidade no Brasil é o Sisu por meio da nota do Enem. E a dificuldade varia de acordo com a instituição escolhida, sendo medida, principalmente, pela nota de corte.
Portanto, para ajudá-lo a escolher a faculdade dos seus sonhos, listamos abaixo as dez maiores e dez menores notas de corte para o curso de Agronomia em faculdades de todo o país.
Como é possível perceber, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará ocupa um lugar de grande destaque no curso de Agronomia, com 4 das 10 maiores notas de corte de todo o Brasil.
Por sua vez, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso domina o cenário das menores notas de corte para o curso de Agronomia, ocupando nada mais nada menos que metade das 10 menores notas de todo o país.
A grade curricular do curso de Agronomia é bastante específica, trabalhando conhecimentos da área, além de oferecer a possibilidade de o aluno enriquecer o currículo com disciplinas optativas e eletivas.
Para ilustrar esse cenário, listamos abaixo a grade curricular completa da Universidade Federal de Viçosa – UFV. O curso de Agronomia da UFV é considerado, segundo o Ranking Universitário da Folha (RUF) o primeiro em avaliação do mercado no Brasil, além de liderar, também, o ranking nos critérios de qualidade de ensino.
Abaixo, você confere a matriz curricular de 2018 para o curso de Agronomia na Universidade Federal de Viçosa, utilizado atualmente:
O profissional de Agronomia é o agrônomo, responsável pelo planejamento, coordenação e execução das atividades e dos projetos que visam a utilização dos recursos naturais renováveis e ambientais para fins agrícolas.
Além do envolvimento direto nessas atividades, o agrônomo também orienta produtores terceiros, fiscaliza atividades de fazendas e elabora documentos técnicos e científicos, necessários para a execução da prática agrícola.
Assim, a prestação de serviços de assistência e consultoria técnica são uma realidade muito comum na rotina de um agrônomo.
Caso trabalhe em indústrias ou laboratórios, o profissional agrônomo se dedicará ao estudo da composição de solos ideais para o plantio de determinadas culturas e a adequação e o uso de defensivos agrícolas e fertilizantes.
O agrônomo apresenta, geralmente, um perfil bastante singular. Em primeiro lugar, é fundamental gostar do campo. Afinal de contas, é nele que o agrônomo passará boa parte de seu tempo. Justamente por isso, muitos jovens que fazem o curso de Agronomia são provenientes de famílias proprietárias de fazendas, vivendo da agropecuária.
Como crescem em contato direto com essa realidade, nada mais comum do que seguir essa lógica e se formar em Agronomia, dando continuidade, muitas vezes, ao negócio da família já bem estabelecido.
Além de gostar da vida no campo, o agrônomo precisa ter uma boa dose de consciência ambiental. Dentro do cenário atual em que vivemos, é fundamental que o profissional da Agronomia apresente um perfil de responsabilidade socioambiental, uma vez que toda sua atuação se traduz em impactos diretos no meio ambiente.
Por isso, se interessar por técnicas que visam a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente é um pré-requisito essencial para a construção do perfil de um bom agrônomo. Além, é claro, de ser uma característica ligada diretamente ao caráter e aos valores pessoais do profissional.
Por fim, espera-se que um agrônomo seja capaz de focar em uma realidade de melhoria constante, tanto para sua atividade quanto para seu próprio perfil profissional.
Como boa parte do trabalho dessa pessoa tem como objetivo encontrar novos caminhos para aumentar a produtividade de uma atividade praticada pelo homem há milênios, é fundamental que o agrônomo consiga “pensar fora da caixa” para encontrar soluções inovadoras.
Segundo a Lei 4.950-A, de 1966, profissões ligadas às áreas de Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária são regulamentadas e têm seus salários conectados a uma tabela salarial, que varia de acordo com o salário mínimo vigente e a jornada de trabalho diária do profissional.
Dessa forma, independentemente de onde o agrônomo atuar, seu piso salarial deve seguir a seguinte regra:
Entretanto, como sempre ocorre para qualquer profissão, é normal que os salários variem de acordo com a experiência do profissional e o cargo ocupado, o que não é diferente para os agrônomos. Assim, de acordo com o site de vagas de emprego Catho, um agrônomo brasileiro ganha, em média, R$ 4.878.
Podendo atuar também no setor público, os concursos são uma ótima opção para agrônomos. Concursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já ofereceram cargos com salário de R$ 12.539 para Fiscais Federais Agropecuários, devendo cumprir uma jornada semanal de 40 horas.
Já na indústria agropecuária, é possível que o profissional alcance cargos como gerente ou diretor. Dessa forma, um gerente industrial pode chegar a ter rendimentos de até R$ 25.000. Um diretor industrial que trabalhe, por exemplo, na indústria alimentícia, pode receber até R$ 52.000.
Segundo a Tabela de Salários da Consultoria Robert Half, um agrônomo com mais de 10 anos de experiência, trabalhando em uma indústria de grande porte, pode ganhar salários que variam para os seguintes cargos:
Vale ressaltar que, para os cargos de Engenheiro, é necessário fazer o curso de Engenharia Agronômica, que apresenta algumas variações para o curso de Agronomia.
O mercado de trabalho para os profissionais de Agronomia encontra-se aquecido já há alguns anos, sem previsão para retrair. A demanda por agrônomos é muito alta, principalmente devido à pouca oferta de mão de obra qualificada disponível.
E é justamente por isso que não basta ter um diploma de Agronomia nas mãos. Apesar de repleto de vagas, o mercado para agrônomos é bastante exigente, de modo que se qualificar e buscar uma formação complementar, além de uma pós-graduação, é fundamental para conseguir as melhores oportunidades de trabalho.
Além de enriquecer o currículo, o profissional agrônomo precisa buscar um registro profissional para atuar. Tal registro se dá no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, o famoso CREA.
Para conseguir esse registro não é necessário fazer nenhum tipo de teste, apenas apresentar os documentos exigidos pelo órgão além, é claro, de estar em dia com as anuidades do Conselho.
Um bom exemplo de como o mercado para agrônomos está movimento é analisar as projeções trazidas pelo Outlook FIESP 2026, um estudo que mostra projeções feitas para o agronegócio entre os anos de 2017 e 2026. São elas:
Os números apresentados acima mostram, claramente, como o agronegócio é importante para o Brasil — e como o cenário parece melhorar a cada ano. Nesse sentido, contar com o conhecimento técnico e inovador de bons agrônomos é fundamental para a manutenção do mercado da produção agrícola brasileira.
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