Curso de Sexologia: o guia completo!

Nos últimos anos, muitas profissões ganharam destaque não só por oferecem boas oportunidades de trabalho, mas principalmente pelo impacto social que elas causam na vida das pessoas. Um grande exemplo disso é o segmento de sexologia que tem despontado não só dentro da área da saúde, mas também da educação, das ciências sociais e por aí vai.

Porém, quem se interessa por esse meio acaba se deparando com uma série de dúvidas a respeito de quais as etapas da formação de um sexólogo, o que é estudado na faculdade, com o que esse profissional trabalha, quais características ele deve ter para ser um bom profissional etc.

Portanto, acompanhe este post até o fim para esclarecer as suas dúvidas, descobrir como é o curso de Sexologia e saber porque essa é uma carreira tão relevante dentro do mercado!

O que é sexologia

A sexologia é um segmento da ciência que nasceu da mescla de pesquisas, debates e estudos de três áreas: a medicina, a biologia e a psicologia. Ela se originou da necessidade humana de ter uma maior compreensão sobre o próprio comportamento sexual que está longe de seguir uma fórmula mágica e definitiva.

Afinal de contas, o sexo não se resume a 8 ou 80. Ao contrário, existem diferentes padrões de se relacionar com o próximo, de atração física e emocional, de expressões de gênero, de estímulos que provocam prazer em fulano, mas não em ciclano e por aí vai.

Basta lembrar que nenhum ser humano é igual ao outro e cada um tem uma história e uma trajetória muito particular. Isso tudo sem falar nas doenças sexualmente transmissíveis, nos traumas psicológicos e nas disfunções físicas que afetam a qualidade de vida de milhares de pessoas. Ou seja, é assunto que não acaba mais!

Tanto é que a sexologia, como parte importante do ramo da saúde, foi pioneira em investigar, definir e catalogar os diferentes manifestações afetivas-sexuais. Muitos dos quais, vale ressaltar, foram consideradas como transtornos mentais e problemas desviantes ligados ao caráter e à personalidade por séculos ao longo da história.

Resumindo: a sexologia é um campo extremamente importante não só para um maior e melhor entendimento de quem somos, mas também para uma maior aceitação da diversidade, o alívio do sofrimento e a promoção do bem-estar generalizado.

O curso de Sexologia

O curso de Sexologia — que também pode ter outras variações de nome, como curso em Sexualidade Humana, dependendo da instituição de ensino superior — nada mais é do que uma especialização disponível para quem se formou em áreas afins e quer se aprofundar nesse campo de conhecimento.

Neste tópico, você vai saber quais são essas graduações, a diferença entre uma pós e uma extensão universitária no ramo, se há esse curso na modalidade EAD e, é claro, a duração da formação para você se tornar um especialista. Veja!

As faculdades que você pode fazer antes de se especializar em Sexologia

Embora tenha bastante conteúdo da área de saúde, especialmente quando se trata dos segmentos de Medicina e Psicologia, o curso de Sexologia não se trata de uma especialização exclusiva desse ramo. Ao contrário, ele também traz conteúdos e temáticas que têm ligações com outros campos do saber.

É por isso que se tornou comum ver profissionais com graduações distintas buscando essa pós-graduação para complementar o currículo, ter uma formação mais ampla e usar os conhecimentos obtidos no exercício da profissão que eles têm. Abaixo, você vai conferir alguns exemplos de faculdades que podem ser feitas antes dessa pós-graduação.

Psicologia

A primeira delas, como já é de se imaginar, é a graduação em Psicologia que dura cinco anos. Basta lembrar de como essa formação está diretamente relacionada com a Sexologia. Afinal, a primeira se aprofunda sobre a subjetividade do ser humano, o que inclui o comportamento, a personalidade, os pensamentos, as emoções e, é claro, a sexualidade.

Dessa forma, os profissionais do meio contribuem para ajudar as pessoas a lidarem com os problemas que enfrentam e a superarem angústias, sofrimentos, dores, perdas afetivas etc.

Já a segunda bebe na fonte de conhecimentos gerados pela Psicologia e se aprofunda no estudo do papel do sexo não só no contexto biológico, mas, acima de tudo, nos relacionamentos íntimos e no prazer pessoal com foco na qualidade de vida. Logo, quando combinadas, permitem uma atuação muito mais segmentada do psicólogo.

Medicina

A área da Medicina, que tem seis anos de duração, está lado a lado com a Psicologia quando o assunto é as faculdades que você pode fazer para se especializar em Sexologia. A razão disso é simples: além de ter um ramo dedicado exclusivamente à saúde mental, que é a Psiquiatria, ela conta com outros segmentos que tratam direta ou indiretamente da sexualidade e das relações sexuais, como é o caso da:

  • Ginecologia;
  • Proctologia;
  • Urologia;
  • Gerontologia;
  • Pediatria.

Isto é, campos de conhecimento que requerem uma formação contínua que vai além da graduação e demandam inúmeras especializações para garantir que os seus pacientes não desenvolvam problemas que afetem o corpo ou a mente deles.

Enfermagem

O curso de Enfermagem também entra nesta lista. A razão disso é que ele prepara os alunos durante quatro a cinco anos para que eles auxiliem pacientes que precisam de atendimento de emergência/urgência, fazem tratamento médico ou passam por procedimentos cirúrgicos.

Portanto, como muitas dessas situações podem estar relacionadas ao sexo, às cirurgias de redesignação sexual ou doenças provocadas pelo relacionamento íntimo, a pós em Sexologia pode ser o diferencial para que o enfermeiro preste uma assistência diferenciada e completa para quem precisa de suporte de alguém da área da saúde.

Fisioterapia

O caso da faculdade de Fisioterapia é bastante similar ao da Enfermagem, visto que universitários também passam por 8 a 10 semestres em uma instituição de ensino superior. Porém, aqui eles aprendem sobre as práticas fisioterapêuticas para tratar e reabilitar casos de lesões e fraturas temporárias ou permanentes em pacientes de diversas faixas etárias.

O que acontece é que uma parcela delas pode ser provocadas durante o sexo ou pior: serem decorrentes de acidentes avulsos que atingem o cérebro, a medula e outros órgãos do organismo — o que acaba tendo como consequência alguma disfunção sexual.

Logo, o fisioterapeuta, além de cuidar do processo de reabilitação desse indivíduo, pode realizar um acompanhamento como sexólogo para ajudá-lo a não passar por episódios depressivos, baixa autoestima e crises de ansiedade por ter a vivência da própria sexualidade interrompida de maneira tão abrupta e inesperada.

Serviço Social

Saindo da área da saúde, entramos nas ciências sociais. Aqui há um curso especial, o de Serviço Social, que também conta com a especialização em Sexologia como uma das alternativas de pós-graduação — e é fácil entender o porquê.

Com quatro anos de duração, ele prepara os profissionais que vão lidar com crianças, jovens, adultos e idosos carentes, vulneráveis e em situação de abandono que querem se reintegrar ao meio social, mas para isso precisam de auxílio e políticas de incentivo promovidas pelo Estado nesse processo.

Afinal, muitas dessas pessoas têm um histórico de violência afetiva-sexual e demandam acompanhamento personalizado. Logo, ao ter uma formação como sexólogo, você pode adotar medidas complementares no seu trabalho, criar projetos sociais e promover ações com ONGs e Secretarias da sua cidade para assegurar que o resultado final seja positivo e satisfatório para o seu cliente.

Pedagogia

Por fim, outro curso no qual você pode se graduar para, no futuro, se especializar em Sexologia é a Pedagogia que leva uma média de oito semestres para ser concluída. Isso porque essa área trabalha principalmente com crianças, pré-adolescentes e adolescentes tanto na coordenação de escolas quanto nas salas de aula.

Por esse motivo, essa formação é muito rica em conteúdos que abordam não só técnicas de aprendizado, como também desenvolvimento infanto juvenil em todos os aspectos (intelectual, cultural, social, emocional etc.)

Logo, a pós-graduação pode contribuir para que você, enquanto educador, consiga identificar, prevenir e lidar corretamente com situações de bullying por conta de orientação sexual e identidade de gênero no colégio e suspeitas de assédio ou abuso sexual contra menores, em especial aqueles casos cometidos no seio familiar.

Especialização vs extensão

Agora que você já sabe quais são as graduações que tem afinidade com essa pós-graduação e, justamente por isso, são o público-alvo dela, nós vamos responder a uma dúvida comum: qual a diferença entre curso de especialização e curso de extensão.

Isso porque quem faz Psicologia e Medicina, em especial, costuma se deparar com muitos cursos de extensão em Sexologia que são oferecidos ao longo dos semestres nas faculdades em que estudam. Logo, não é de se estranhar que eles se questionem se ambos são a mesma coisa. Portanto, saiba que a resposta é não!

A especialização, como já dissemos, é uma pós-graduação. Tanto que para fazê-la é preciso ter um diploma de graduação. Além disso, ao concluí-la, você obtém o título de especialista e e pode atuar nessa área que tem crescido bastante nos últimos anos.

Por sua vez, a extensão universitária nada mais é do que um complemento para a sua formação que permite que você amplie seu conhecimento sobre o tema. No entanto, ela não o qualifica como profissional, nem muito menos o capacita a trabalhar no ramo, ok?

Duração do curso

“Quanto tempo dura faculdade de Sexologia?”, essa é uma pergunta comum quando se fala dessa especialização. Por isso, é importante saber que a duração vai depender do conteúdo programático que é utilizado na instituição de ensino e principalmente da adoção de módulos práticos na grade curricular.

Ou seja, se há atividades de atendimento clínico a pacientes para ganho de experiência e desenvolvimento da prática profissional do sexólogo. Porém, geralmente, ela pode durar entre 18 e 24 meses — algo que é diferente do curso de extensão, por exemplo, que costuma ter entre 40 e 80 horas e é exclusivamente teórico.

Ensino presencial e a distância

A especialização em Sexologia pode ser feita de duas formas. O primeiro deles é no ensino presencial, no qual as aulas ocorrem em uma instituição de ensino, geralmente com aulas noturnas durante os dias úteis (segunda a sexta) ou aos finais de semana.

Porém, para quem trabalha em regime de turnos e plantões — como é o caso dos médicos que chegam a passar mais de 24 horas seguidas em hospitais — ou não encontrou essa pós em um centro de ensino superior da cidade onde mora, é possível se matricular em uma faculdade de Sexologia a distância.

Assim, o aluno assiste às aulas pelo computador de casa (ou do local que preferir) sem ficar preocupado em chegar atrasado ou não poder comparecer a elas. Além disso, elas ficam disponíveis para serem acessadas quantas vezes ele precisar. Maravilha, né?

Sexologia: grade curricular

A grade curricular de Sexologia é bastante diversa, uma vez que a sexualidade humana é uma área com diversos assuntos para serem explorados e estudados dos pontos de vista científico, social, cultural e antropológico.

Não é para menos que durante o curso, você tem disciplinas que envolvem conteúdos desde anatomia e biologia até doenças físicas e psicológicas e uso de medicamentos. Abaixo, você fica por dentro de algumas das matérias mais frequentes:

  • Fisiologia e Anatomia;
  • Prática Clínica;
  • Parafilias;
  • Abuso e Assédio Sexual;
  • Direitos Humanos;
  • Políticas Públicas e Sexualidade;
  • Disfunções Sexuais;
  • Educação Sexual;
  • Sexo nas Diferentes Faixas Etárias;
  • História de Sexualidade;
  • Antropologia do Sexo;
  • Sexualidade e Sociedade;
  • Compulsões Sexuais;
  • Dimensão Sociocultural da Sexualidade;
  • Dimensão Ético-Religiosa da Sexualidade;
  • Métodos Anticoncepcionais;
  • Desenvolvimento Psicossexual;
  • Papel social da Expressão de Gênero;
  • Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST);
  • Ética em Terapia Sexual;
  • Abordagens Terapêuticas.

O perfil do profissional de sexologia

O sexólogo (ou terapeuta sexual, como também é chamado quem trabalha com sexologia) é conhecido por ter um perfil com características que contribuem não só para um bom relacionamento com o paciente, mas também para a desmistificação de tabus e a promoção da saúde sexual como fator de qualidade de vida. Entre elas, estão:

  • estabilidade emocional: para não se deixar ser afetado ao lidar com pessoas que passaram ou ainda passam por episódios de disfunções físicas, traumas, problemas conjugais, discriminação, violência etc.;
  • ética profissional: já que tudo que é compartilhado com você durante as sessões é confidencial e não pode ser exposto ou levado a público;
  • boa oratória: para tratar de assuntos delicados e controversos, explicar aspectos científicos sobre sexo e se comunicar com colegas de trabalho e pacientes de forma clara, simples e compreensível durante o exercício da profissão;
  • interesse pela leitura: uma vez que, mesmo após fazer sua pós-graduação, você nunca deve parar de estudar, pesquisar e se atualizar sobre os diversos temas que envolvem a sexologia.

Mercado de trabalho

Para concluir nosso post, que tal discutirmos um pouco sobre o mercado de trabalho para os sexólogos? Afinal, se você está interessado nessa profissão e já começou a planejar a sua formação para futuramente se dedicar a ela, nada melhor do que saber em quais áreas pode trabalhar e como é o retorno financeiro no meio, não é verdade? Por isso, é hora de matar a curiosidade!

Sexologia: salário

Antes de falar do salário do sexólogo, é importante ressaltar algo: o profissional que se especializa em Sexologia não necessariamente vai trabalhar na área. Muitos educadores, por exemplo, tem essa pós como um complemento para ter uma abordagem mais completa no ambiente escolar e conseguir elaborar programas que tratam de educação sexual com mais domínio, clareza e conhecimento sobre o tema (o chamado “know-how“).

Por conta disso, eles naturalmente vão ter um retorno financeiro maior e ocupar cargos de maior destaque dentro das instituições de ensino. No entanto, ele não deixará de ser um educador, entende? Já aqueles que realmente querem atuar com atendimento clínico se tornam sexólogos.

Nesse caso, eles podem trabalhar em hospitais e principalmente em clínicas e consultórios particulares. Já em relação à média salarial dele, o valor ganho por um terapeuta é de R$ 2.615,53 para uma rotina de 33 horas semanais, de acordo com pesquisa do portal Salário.

Porém, essa é uma média geral levando em conta as vagas distribuídas nesse setor e identificadas ao redor dos cinco estados brasileiros. Tanto é que aqueles que trabalham em grandes organizações, mesmo que estejam no início da carreira, já ganham por volta de R$ 3.227,47. Para completar, como apontado pelo levantamento, na cidade de São Paulo os ganhos são bem superiores, chegando a R$ 3.990,30.

Áreas de atuação

Há pouco, nós falamos dos ganhos de quem decide não só se especializar em Sexologia, mas também atuar no mercado como um terapeuta sexual. Por isso, nada melhor do que nos aprofundarmos em algumas das principais áreas que esse profissional pode trabalhar e como elas podem beneficiar milhares de pessoas. Veja!

Disfunções sexuais

O sexólogo que se dedica ao ramo das disfunções sexuais atende um tipo de paciente muito específico: o que tem problemas psicológicos e principalmente físicos para se masturbar e/ou ter relações sexuais, como o vaginismo, a impotência, a ejaculação precoce etc.

Durante as sessões, ele vai trabalhar formas de minimizar ou mesmo reverter esses problemas — quando for possível, é claro — e evitar que as pessoas que o procuram acabam desenvolvendo transtornos mentais (como a depressão e a ansiedade).

Orientação sexual e identidade de gênero

Uma segunda área de atuação é o atendimento de pacientes (sejam eles jovens, sejam eles adultos) que estão em conflito quanto à orientação sexual e à identidade de gênero. Isso porque muitos enfrentam rejeição, preconceito e até violência física não só de desconhecidos, mas, inclusive, de amigos e familiares.

Por conta disso, vivem em constante negação da própria essência, sentem muito medo e sofrem com diversos transtornos mentais. Portanto, o profissional de sexologia será o divisor de águas nessa jornada de auto aceitação e superação.

Terapia de casal

A terapia de casal é, sem dúvidas, uma das áreas mais populares em que o sexólogo pode trabalhar (principalmente por conta da mídia). Nela, o terapeuta atende pessoas que estão enfrentando problemas conjugais e sexuais, mas que querem restabelecer a harmonia no relacionamento.

Para isso, ele faz um acompanhamento personalizado com esses indivíduos para que eles possam dizer o que sentem abertamente um para o outro, falando das frustrações sexuais, dos fetiches, das fantasias e das expectativas quanto ao namoro/casamento.

Sexo na terceira idade

Outra possibilidade de atuação do terapeuta sexual é a do sexo na terceira idade. Ou seja, quando ele volta a carreira exclusivamente para atender e acompanhar pacientes acima de 65 anos que querem redescobrir a própria sexualidade.

Esse é um nicho que tem crescido bastante na última década, justamente porque combate os estigmas e derruba preconceitos sobre liberdade sexual. Afinal, o fato de uma pessoa ser idosa não significa que ela deixa de sentir vontade de fazer sexo, de buscar prazer, de ter fantasias, de namorar e até se envolver com alguém sentimentalmente.

Sexualidade durante a gestação

Por fim, existe a área da sexualidade durante a gestação que, assim como a anterior, também visa romper barreiras e acabar com velhos mitos. Isso porque existem ideias incorretas que seguem sendo perpetuadas na sociedade de que a vida sexual da mulher deve ser deixada de lado durante a gravidez — o que é bastante errado!

Tanto que muitas mulheres têm, na verdade, um aumento da libido durante esse período e acabam sofrendo por conta dessa crença sem fundamento. Por isso, as consultas com um profissional do ramo ajudarão elas a vivenciarem a sexualidade delas e a expressarem para os parceiros as necessidades que elas têm quanto ao relacionamento íntimo nessa fase.

Viu só como a Sexologia é não só um curso, mas também uma profissão que amplia os seus horizontes, qualifica você para o mercado de trabalho, o coloca em contato constante com pessoas diferentes e ainda permite que você possa ajudar o próximo a lidar com problemas físicos e psicológicos. Portanto, se essa área o interessa, já sabe: invista na pós-graduação para se tornar um sexólogo!

Para tanto, comece já o seu plano de estudos para ir bem em todas as matérias do Enem e ingressar na faculdade e, posteriormente, fazer sua especialização. Como? Por meio da plataforma Stoodi que tem aulas e exercícios completos para potencializar os seus estudos!