A Engenharia é, ao lado da Medicina e do Direito, uma das áreas de maior procura dos concluintes do ensino médio. Entre as engenharias menos conhecidas, está a Naval. Você já ouviu falar dela, mas não sabe o que significa?
Neste guia completo, você vai entender tudo sobre o curso de Engenharia Naval, onde estudar, qual é o perfil desse profissional e o que ele faz, além de muitas outras informações!
Continue a leitura para descobrir se a carreira de engenheiro naval é o que você deseja para o seu futuro!
A formação em Engenharia Naval está disponível na modalidade bacharelado apenas. Isso significa que o curso forma profissionais aptos a atuar no mercado de trabalho. Quem quiser seguir carreira acadêmica, dar aulas no ensino superior e desenvolver pesquisa na área precisa continuar estudando e cursar mestrado e doutorado.
Esse profissional bacharel em Engenharia Naval faz o quê? Na prática, no dia a dia da profissão, ele vai projetar, coordenar e fazer manutenção em embarcações e seus equipamentos. Desde a seleção da matéria-prima até a supervisão da produção de uma peça, o engenheiro naval acompanha todo o trabalho.
É responsabilidade do engenheiro naval cuidar de cascos, motores, máquinas e sistemas de bordo de embarcações de todos os tipos: navios de apoio marítimo, transporte fluvial, navios porta-contêineres, rebocadores portuários e de reparo são alguns exemplos.
Engana-se quem está pensando que esse profissional só pode trabalhar na Marinha: há vários campos de atuação, como órgãos de fiscalização, plataformas de petróleo, indústrias e muito mais!
Caso você prefira se graduar em menos tempo (2 a 3 anos), existe a opção pelos cursos tecnológicos em Construção Naval e em Sistemas Navais. Eles são mais restritos do que a Engenharia em relação a aprofundamento em teorias, porém há mais oferta de vagas. O salário, obviamente, é um pouco menor também.
Quer saber quanto ganha um engenheiro naval? Continue em frente!
Se a formação do engenheiro naval é demorada e nada fácil, a recompensa depois de formado chega bem rápido. Existe um piso salarial mínimo, válido para todo o país, que estabelece valores mensais para o salário do engenheiro de acordo com a jornada diária de trabalho:
O salário médio de um engenheiro naval, segundo dados do site Love Mondays, é de R$ 9 mil. É claro que haverá variações de acordo com o tempo e o tipo de experiência, o porte da empresa e a função exercida ou o cargo ocupado.
Quem está iniciando a carreira não chega a tanto, mas, com o passar do tempo e o acúmulo de adicionais, pode chegar a receber R$ 20 mil mensais.
Na Petrobras, a média salarial do engenheiro naval fica em R$ 14 mil e, na Marinha, R$ 10 mil. Nada mal, não é mesmo?
Mas, se você optar pela graduação em menos tempo e conseguir o diploma de tecnólogo, os rendimentos (assim como as responsabilidades do trabalho) são menores.
O Sistema Nacional de Empregos (Sine) aponta entre R$ 2.263 e R$ 5.700 para um tecnólogo em Construção Naval, dependendo do tempo de experiência e atuação no mercado e do tamanho da empresa.
Então, está se animando? Vamos ver o que mais o curso reserva para você!
É obrigatório, como em todos os cursos de Engenharia, que o estudante cumpra uma carga horária realizando estágios, a fim de se preparar melhor para o mercado de trabalho e adquirir vivência da profissão.
Sob a supervisão de um professor orientador e de um profissional na área em alguma empresa, o estudante aprende, na prática, a desempenhar sua função e vivencia o dia a dia da realidade de um engenheiro naval.
O estágio curricular obrigatório normalmente começa depois do segundo ano do curso, quando o aluno já teve contato com as matérias mais básicas da área. Depois de cumprir essa etapa, o estudante pode se dedicar aos estágios não obrigatórios — remunerados ou não. Já pensou quanta experiência pode ser acumulada nesse período?
Na modalidade tecnológica, o estudante precisa cumprir também as 240 horas obrigatórias.
No bacharelado, são dois anos de disciplinas básicas, incluindo Matemática, Física e Cálculo. Depois desse período introdutório, vêm as matérias mais específicas: Mecânica, Termodinâmica e Resistência dos Materiais são exemplos de disciplinas comuns a todas as engenharias.
Estruturas Navais, Projetos de Navio, Transporte Aquaviário e Hidrodinâmica Portuária são algumas das disciplinas específicas da Engenharia Naval. Ao todo, o curso pode ter duração de 4 a 5 anos, dependendo da instituição.
Na modalidade tecnológica, são 2440 horas, divididas em 3 anos de estudo.
Temos hoje, no Brasil, cinco instituições certificadas pelo MEC que oferecem o curso de bacharelado em Engenharia Naval, todos presenciais e em período integral.
Veja onde você pode estudar:
Por enquanto, nenhuma instituição privada oferta o curso de Engenharia Naval, talvez pelo alto custo de manutenção de seus laboratórios ou pela complexidade das disciplinas que o compõem.
O fato é que, se essa for a graduação de sua escolha, não há opção de contar com Financiamento Estudantil (Fies) ou Programa Universidade para Todos (Prouni) para estudar em faculdades particulares.
Porém, na opção tecnológico, com menor tempo de duração, algumas das faculdades são privadas. Veja a lista de instituições aprovadas pelo MEC que oferecem Construção Naval:
Conheça, agora, um pouco mais sobre as universidades públicas que têm Engenharia Naval e veja qual é a melhor para o seu caso!
Para estudar na USP, é preciso prestar o vestibular da Fuvest ou entrar em uma das poucas vagas reservadas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
O curso existe desde 1956, quando a Marinha do Brasil precisou formar engenheiros para compor seu quadro de ativos e escolheu a Escola Politécnica da USP para isso. Posteriormente, a instituição passou a formar profissionais para o mercado em geral.
A duração do curso é de 10 semestres e as disciplinas específicas são oferecidas a partir do 5º período:
Viu a variedade de disciplinas? Além delas, o aluno precisa cumprir as horas de estágio e laboratórios — Tanque de Provas, Infraestrutura Portuária, Análise e Avaliação de Risco, Otimização, Mecânica da Fratura e muitos outros — além de preparar a monografia para conclusão de curso.
Denominado atualmente de Engenharia Naval e Oceânica, o curso da UFRJ forma profissionais relacionados à área de projetos e construção naval desde 1959. São 10 períodos necessários para o estudante cumprir a carga horária e de formar, passando por disciplinas mais voltadas à área, como:
O estudante da UERJ precisa escolher disciplinas optativas, como:
Essas são algumas das opções que o aluno pode cursar, desde que complete as 3.600 horas totais do curso, incluindo laboratórios — de ponta! —, estágio não remunerado e outras atividades de extensão.
Conheça alguns dos melhores laboratórios da UFRJ:
Apenas 25 vagas são disponibilizadas por semestre para quem deseja se tornar um Engenheiro Naval pela Federal de Santa Catarina. Para entrar, é preciso ser aprovado no vestibular da Coperve ou pelo Sisu.
O curso é bastante eclético em relação à formação que oferece — e bem puxado também: são 4.320 horas, distribuídas em disciplinas obrigatórias, complementares, práticas, estágios etc.
No Centro Tecnológico de Joinville, o estudante tem 4 eixos para escolher:
As aulas práticas se voltam para os seguintes temas:
Vamos tomar como base a grade curricular do curso da UFSC para ter uma noção geral do trajeto a ser percorrido do primeiro ao último ano:
No 5º e último ano de curso, o estudante deve se dedicar ao Trabalho de Conclusão de Curso e às Atividades Complementares. Ao longo da graduação, também devem ser contempladas disciplinas optativas, distribuídas por eixos:
Você sabia que pode usar a nota do Enem para ingressar em uma universidade portuguesa? A Universidade de Lisboa tem o curso de Licenciatura em Engenharia Naval e Oceânica (campus Alameda, 3 anos de duração).
Para exercer a profissão o que equivale ao nosso título de bacharel, é preciso cumprir o 2º ciclo de estudos: mestrado em Engenharia e Arquitetura Naval.
A Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e o Instituto Politécnico de Setúbal também têm oferta de vagas para estudantes estrangeiros. Vale a pena se informar mais, pois o mercado de trabalho está aquecido!
A educação a distância (EAD) é uma ótima ferramenta para quem não pode se deslocar para a universidade todos os dias. Ela amplia e facilita o acesso dos alunos ao ensino superior, que podem estudar de forma semipresencial. Mas isso só pode acontecer quando o processo online de ensino/aprendizagem não é prejudicado.
Como a Engenharia Naval é um curso que demanda muitas aulas práticas e em laboratórios, não é viável fazê-lo na modalidade a distância (EAD).
A nota de corte corresponde à nota mínima que o candidato deve ter para ingressar no curso, seja pelo vestibular, seja pelo Sisu. O curso de Engenharia Naval é bastante concorrido e, por isso, a nota de corte é alta: média de 783 pontos.
As maiores notas são:
Quando são aplicados os bônus de cotas (renda, cota racial e escola pública), as notas ficam mais baixas: em torno de 673 a 716 pontos.
Para se ter uma ideia, as maiores notas de corte de Medicina do país ficam em torno de 800 a 900 pontos e as notas de Engenharia, de modo geral, não ficam para trás. Dá para perceber que não é fácil conseguir uma vaga na Engenharia Naval, mas também não é impossível!
Na UFRJ, que oferece Engenharia Naval e Oceânica, a nota de corte é 751 pontos.
Para o Prouni 2018, sistema adotado pelas universidades particulares, valem as seguintes notas para o curso de Construção Naval: na ampla concorrência, a maior nota é 605 pontos e a menor, 528. Valendo o sistema de cotas, a maior passa para 520 e a menor, 471.
O curso é relativamente novo, como falamos no início deste post, mas, se você pensar bem, desde as civilizações mais antigas, passando pelo período das grandes navegações, o homem sempre se aventurou pelos rios e mares. Até as civilizações indígenas desenvolveram algum tipo de embarcação.
A profissão é regulamentada pela Lei nº 4.950/A, de 22 de abril de 1966. É ela que estabelece critérios para a jornada de trabalho e o piso salarial de engenheiros, agrônomos e arquitetos. Por isso, depois da colação de grau, é preciso se registrar no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA).
O profissional de Engenharia Naval está envolvido em todas as etapas e processos de produção de sistemas flutuantes, como navios, veleiros e lanchas, mas também de plataformas de petróleo.
Ele atua em conjunto com outros engenheiros — elétrico, mecânico etc. — e em outras áreas, além da construção e da manutenção navais, como no gerenciamento de logística, cuidando do embarque, desembarque e armazenamento de cargas, e na Engenharia Oceânica, projetando e fazendo manutenção de tubulações e plataformas de petróleo e gás, por exemplo.
O primeiríssimo ponto que deve estar presente no perfil do engenheiro naval é gostar de navegação. Sem isso, será muito difícil se adaptar à carreira. Imagine um mecânico que não goste de carros ou um médico veterinário que tenha aversão a animais? Nada a ver, não é?
O futuro engenheiro naval também precisa saber trabalhar em equipe, afinal, ele vai lidar no dia a dia com outros engenheiros e com profissionais de outras áreas.
É recomendável que ele tenha, ainda, visão empreendedora, para vislumbrar soluções para problemas antes que eles aconteçam. É uma responsabilidade e tanto projetar um navio ou um estaleiro em que centenas de pessoas ficaram no meio do oceano, não é mesmo?
Se essa cena fez você se lembrar de Titanic, dá para imaginar o tamanho da responsabilidade de um engenheiro naval!
Todas estas atividades, relacionadas a esse universo, são de interesse do profissional da área:
O tecnólogo em Construção Naval também precisa cumprir esses requisitos, embora sua ênfase seja, como o nome do curso indica, a construção. Ela engloba um conhecimento inovador, pois o profissional deve usar seus conhecimentos para colaborar com o desenvolvimento tecnológico do setor, seguindo os conceitos de qualidade e segurança.
Quem não quiser trabalhar na área de construção naval, projetando e supervisionando processos de produção e manutenção de embarcações, pode atuar em gerenciamento de transporte, planejando etapas de comércio fluvial e marítimo.
Outra opção é lidar com projetos de sistemas oceânicos, desenvolvendo tecnologias e propondo soluções para transporte de cargas e pessoas, ou adotar a vida acadêmica, trabalhando com ensino e pesquisa em universidades.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval) aposta que o setor está em crescimento, desenvolvendo-se independentemente de crises pelas quais o país pode passar.
O Rio de Janeiro, pela sua história e pela recente descoberta da reserva pré-sal, é o Estado brasileiro que mais forma e emprega profissionais, seguido do Amazonas, pela importância do transporte fluvial para a economia da região amazônica.
É mesmo fascinante o universo da Engenharia Naval, concorda? Além de toda a responsabilidade e complexidade que estão envolvidas com a profissão, quem quer seguir nessa área sabe que vai enfrentar um cotidiano atarefado, muitos problemas a resolver e, para isso, precisa ter capacidade de concentração e liderança.
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