Redação pronta: O dilema da doação de órgãos no Brasil

Tudo o que você precisa saber sobre o tema!

INTRODUÇÃO

Se preparando para o Enem e está preocupado com sua redação? Calma! O Stoodi trouxe uma redação quentinha sobre um dos possíveis temas de redação para você ficar despreocupado!

Para você mandar bem mesmo, eis aqui um modelo de redação que tiraria uma nota mediana segundo as competências do Enem. Vamos mostrar a análise desta redação, mostrando os pontos que estão corretos e quais são aqueles que poderiam melhorar. No final, essa dissertação estará corrigida, uma redação pronta para você ter um modelo e conseguir tirar nota mil!

Como as redações e sua qualidade têm a ver também com as relações estabelecidas com os textos motivadores, a coletânea do Stoodi foi usada na produção dessa redação modelo.

Está preparado? Então vamos lá!

correção de redação

Redação mediana:

O Brasil vive uma crise em relação à doação de órgãos em toda a sua sociedade. Apesar de a doação poder salvar diversas vidas, muitas pessoas continuam se negando a aderir ao método de adoção, já que existem alguns conceitos que são desconhecidos pelas pessoas, como a questão da morte encefálica. Motivados pelas emoções, os familiares acabam não permitindo que os órgãos sejam tirados por terem a esperança de que o parente ainda está vivo. Não há, além disso, campanhas que esclareçam à população como a doação de órgãos acontece e quais são os requisitos.

De começo, de acordo com a ABTO, de 6 mil pessoas que tiveram morte cerebral (em 2012), somente 1.800 se tornaram doadoras, ou seja, ainda existe uma aderência muito baixa por conta de parentes que negam e desconhecem os requisitos de doação. Por se tratar de uma situação muito delicada e que poucas famílias discutem, na hora em que o parente falece, a primeira reação é negar a doação. Isso acontece, também, por conta de uma abordagem pouco efetiva das campanhas, pois, se o assunto não surge espontaneamento dentro dos lares brasileiros, é dever do Estado proporcionar esse debate nos mais variados âmbitos sociais.

Um exemplo disso é que não observamos frequentemente cartazes nos ônibus e metrôs sobre o assunto e nem propagandas nos canais de televisão abertos para informar a população que tem menos acesso a instrução. Outro ponto é que, mesmo dentro das escolas o assunto não tem relevancia e fica esquecido. A pauta, portanto, na hora em que a família tem que discutir o assunto se torna um choque emocional que leva á negação. Com isso, muitas pessoas acabam alongando sua estadia na fila de espera para transplantes e correm risco de vida, vindo ate a obito.

Por isso, para combater a desinformação que vem da falta de medidas, o governo deve investir mais em campanhas que sejam feitas nas escolas, nos metrôs, ônibus e locais públicos, na televisão e nos meios de comunicação com o intuito claro de fazer com que as pessoas passem a ser mais abertas à ideia de doação de órgãos, salvando diversas vidas quando a hora chegar. Como disse o filófoso Immanuel Kant: “O homem é aquilo que a educação faz dele”. Assim, a problemática será praticamente resolvida no Brasil e as pessoas viverão mellhor e mais informadas sobre assuntos que são realmente relavantes a todos.

Análise:

Introdução:

“O Brasil vive uma crise em relação à doação de órgãos em toda a sua sociedade. Apesar de a doação poder salvar diversas vidas, muitas pessoas continuam se negando a aderir ao método de doação, já que existem alguns conceitos que são desconhecidos pelas pessoas, como a questão da morte encefálica. Motivados pelas emoções, os familiares acabam não permitindo que os órgãos sejam tirados por terem a esperança de que o parente ainda está vivo. Não há, além disso, campanhas que esclareçam à população como a doação de órgãos acontece e quais são os requisitos.”

A tese trazida é forte e o tema é afirmado logo de cara. O problema de negação da doação está bem explícito, junto à falta de esclarecimento. No entanto, a contextualização poderia estar mais crítica e completa.

Um sugestão para além de uma contextualização histórica, que não cabe em qualquer tema, é a utilização de dado ou notícia como forma de afirmar que o problema, de fato, existe. Assim, torna-se uma contextualização crítica, culminando em uma tese bastante sustentada.

Isso ajuda, também, a introduzir um repertório sociocultural que esteja diretamente relacionado ao tema. Também, houve uma imprecisão vocabular em “está”, que ficaria em melhor acordo caso fosse “esteja”.

Sugestão de reescrita:

“Vive-se, no Brasil, uma situação crítica com relação à doação de órgãos, visto que, segundo o jornal O Globo, as famílias não autorizam a doação em cerca de 50% dos casos. Isso acontece, em parte, porque tais familiares desconhecem os processos do procedimento e conceitos básicos como morte encefálica, duvidando da segurança da doação. Além disso, trata-se de uma pauta pouco explorada tanto em campanhas governamentais quanto em outras esferas, como a escolar, dificultando que a população assimile a importância desse ato e fique ciente dos pormenores do assunto.”

Primeiro parágrafo do desenvolvimento:

“De começo, de acordo com a ABTO, de 6 mil pessoas que tiveram morte cerebral (em 2012), somente 1.800 se tornaram doadoras, ou seja, ainda existe uma aderência muito baixa por conta de parentes que negam e desconhecem os requisitos de doação. Por se tratar de uma situação muito delicada e que poucas famílias discutem, na hora em que o parente falece, a primeira reação é negar a doação. Se o assunto não surge espontaneamento dentro dos lares brasileiros, é dever do Estado proporcionar esse debate nos mais variados âmbitos sociais.”

De início, percebemos o diálogo com os textos motivadores como forma de aproximar o problema da argumentação. A ideia é interessante e pode ser utilizada para introduzir a parte autoral, que é a argumentação. Há dois argumentos, em seguida: a falta de conhecimento das famílias e a falta de ação do Estado.

Os dois se complementam, mas precisam estar mais conectados. Por exemplo, se o Estado não atua de forma intensa, é relevante ressaltar a falta de campanhas e retomar o que foi dito na tese. Usar mais conectivos contribui, também, para passar a ideia que foi pensada. Ademais, a palavra “espontaneamente” acabou tendo uma ortografia equivocada.

Sugestão de reescrita:

“A princípio, é relevante ressaltar que uma parte muito pequena das mortes encefálicas é revertida em doação de órgãos. De acordo com a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), apenas 1.800 doações das 6 mil possíveis em 2012 foram autorizadas pelas famílias dos pacientes com morte cerebral. Dessa forma, é possível aferir que por conta da falta de esclarecimento desses indivíduos acerca do processo de retirada dos órgãos, a tendência natural é a negação, já que não é comum que campanhas sobre  o tema sejam veiculadas na televisão ou nas redes sociais. Diante disso, há as pessoas que acreditam até que pode haver até roubo dos órgãos como forma de corrupção nos hospitais, complicando a situação de quem aguarda na lista de transplantes.”

Segundo parágrafo do desenvolvimento:

menino escrevendo redação pronta

“Um exemplo disso é que não observamos frequentemente cartazes nos ônibus e metrôs sobre o assunto e nem propagandas nos canais de televisão abertos para informar a população que tem menos acesso a instrução. Outro ponto é que, mesmo dentro das escolas o assunto não tem relevancia e fica esquecido. A pauta, portanto, na hora em que a família tem que discutir o assunto se torna um choque emocional que leva á negação. Com isso, muitas pessoas acabam alongando sua estadia na fila de espera para transplantes e correm risco de vida, vindo ate a obito.”

Pode-se notar que o primeiro argumento ficou dividido entre o parágrafo anterior e esse. Isso não é recomendável, pois as ideias ficam incompletas. O ideal é deixá-lo mais conciso e concentrado em um único parágrafo, iniciando um novo assunto que siga a linha de raciocínio em seguida.

Aqui, o novo assunto é a falta de debate do tema dentro das escolas, por isso ele se torna uma surpresa quando os indivíduos precisam, de fato, decidir sobre ele. É interessante aprofundar esse ponto de vista e comprová-lo, novamente, com algo que esteja diretamente dentro do tema.

Há alguns desvios de acentuação em “relevância”, “até” e “óbito”. Uma dica de conectivo que ajudaria nesse caso seria o “Outrossim”, que equivale ao “Igualmente”. Como a argumentação continua em uma mesma linha de raciocínio, é perfeitamente cabível utilizá-lo aqui.

Sugestão de reescrita:

“Outrossim, apesar de existir um bom funcionamento da instituição de saúde quanto aos transplantes de órgãos, considerando que, ainda segundo o jornal O Globo, 93% dos procedimentos são feitos pelo SUS, pouco investe-se na assimilação individual acerca da importância da doação. Esse assunto e seus devidos esclarecimentos não são pautas comuns nas escolas, desde o ensino fundamental até o ensino médio, nem mesmo nas aulas de biologia. Por conta disso, a temática fica pouco explorada e em um eventual momento de decisão, a família reage com surpresa ao sugestionamento dos médicos sobre a importância da retirada dos órgãos, não autorizando-a devido ao desconhecimento e ao choque de uma situação delicada.”

Conclusão:

“Por isso, para combater a desinformação que vem da falta de medidas, o governo deve investir mais em campanhas que sejam feitas nas escolas, nos metrôs, ônibus e locais públicos, na televisão e nos meios de comunicação com o intuito claro de fazer com que as pessoas passem a ser mais abertas à ideia de doação de órgãos, salvando diversas vidas quando a hora chegar. Como disse o filófoso Immanuel Kant: “O homem é aquilo que a educação faz dele”. Assim, a problemática será praticamente resolvida no Brasil e as pessoas viverão mellhor e mais informadas sobre assuntos que são realmente relavantes a todos.”

A estrutura solicitada pelo Enem foi seguida, pois há a presença de uma proposta de intervenção. Alguns dos elementos estão bem claros: o agente (governo), que poderia ser mais específico, em forma de ministério, por exemplo; as ações (campanhas em vários âmbitos) e efeito (tornar as pessoas mais abertas à ideia de doação de órgãos).

Os meios, entretanto, não estão presentes na medida. Outro ponto importante é que há uma citação na conclusão que acaba sendo prejudicial, pois além de ser um assunto novo, vem no fim do texto, ficando sem explicação. Não é necessário citar filósofos caso outro repertório mais relevante esteja sendo utilizado. Retirando a citação, há, ainda, mais espaço para detalhar a proposta trazida e aumentar a nota na competência 5. Por fim, a questão de gramática aparece de novo nas palavras “filósofo”, “melhor” e “relevantes”.

Sugestão de reescrita:

“Logo, é visível que o obstáculo da desinformação e do desconhecimento precisam ser superados com o fito de aumentar a quantidade de doações de órgãos. Assim, é dever do Ministério da Educação, por meio da modificação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), incluir o ensino detalhado do procedimento e da importância da doação de órgãos nas aulas de biologia destinadas ao Ensino Médio, com o intuito de introduzir previamente o conhecimento aos cidadãos brasileiros e garantir que em uma possível decisão que tenham de tomar sobre o assunto, estejam em plenas condições de decidir conscientemente.

Redação Pronta

Vive-se, no Brasil, uma situação crítica com relação à doação de órgãos, visto que, segundo o jornal O Globo, as famílias não autorizam a doação em cerca de 50% dos casos. Isso acontece, em parte, porque tais familiares desconhecem os processos do procedimento e conceitos básicos como morte encefálica, duvidando da segurança da doação. Além disso, trata-se de uma pauta pouco explorada tanto em campanhas governamentais quanto em outras esferas, como a escolar, dificultando que a população assimile a importância desse ato e fique ciente dos pormenores do assunto.

A princípio, é relevante ressaltar que uma parte muito pequena das mortes encefálicas é revertida em doação de órgãos. De acordo com a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), apenas 1.800 doações das 6 mil possíveis em 2012 foram autorizadas pelas famílias dos pacientes com morte cerebral. Dessa forma, é possível aferir que por conta da falta de esclarecimento desses indivíduos acerca do processo de retirada dos órgãos, a tendência natural é a negação, já que não é comum que campanhas sobre o tema sejam veiculadas na televisão ou nas redes sociais. Diante disso, há as pessoas que acreditam até que pode haver até roubo dos órgãos como forma de corrupção nos hospitais, complicando a situação de quem aguarda na lista de transplantes.

Outrossim, apesar de existir um bom funcionamento institucional quanto aos transplantes de órgãos, considerando que, ainda segundo o jornal O Globo, 93% dos procedimentos são feitos pelo SUS, pouco investe-se na assimilação individual acerca da importância da doação. Esse assunto e seus devidos esclarecimentos não são pautas comuns nas escolas, desde o ensino fundamental até o ensino médio, nem mesmo nas aulas de biologia. Por conta disso, a temática fica pouco explorada e em um eventual momento de decisão, a família reage com surpresa ao sugestionamento dos médicos sobre a importância da retirada dos órgãos, não autorizando-a devido ao desconhecimento e ao choque de uma situação delicada.

Logo, é visível que o obstáculo da desinformação e do desconhecimento precisam ser superados com o fito de aumentar a quantidade de doações de órgãos. Assim, é dever do Ministério da Educação, por meio da modificação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), incluir o ensino detalhado do procedimento e da importância da doação de órgãos nas aulas de biologia destinadas ao Ensino Médio, com o intuito de introduzir previamente o conhecimento aos cidadãos brasileiros e garantir que em uma possível decisão que tenham de tomar sobre o assunto, estejam em plenas condições de decidir conscientemente.

NOTA: 960

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