Aluno concilia trabalho e estudo e passa em ciencias contabeis na UFG
Marcos Silva fazia Stoodi pela parte da manhã e durante o dia trabalhava com edição de vídeo
Existem histórias de aprovação no vestibular que nos inspiram por serem muito próximas ao nosso dia a dia. Por outro lado, existem histórias que nos motivam por nos fazer dar mais valor à vida que já temos. O depoimento de hoje faz parte desse segundo grupo.
Marcos Silva tem 19 anos e jamais imaginou que conseguiria entrar numa universidade federal. Ele, que trabalha desde os 13 anos de idade, mudou-se da zona rural de Goiás para a capital Goiânia. O estudante precisava de um colégio público para cursar o Fundamental II, com o ensino um pouco melhor.
Como sua família é muito simples, sua mãe não conseguiu arcar com os custos do aluguel e eles precisaram morar “de favor” com um tio. A condição para ficar naquela casa era simples: ele teria que trabalhar na produtora (do tio) editando vídeos.
“Eu trabalhava muito. Eu não tinha como estudar para a escola e eu fui desanimando, sabe? No colegial não teve um ano que eu passei sem recuperação e, às vezes, eu dormia na aula porque ficava cansado”, conta o estudante.
Quando ele prestou o ENEM pela primeira vez, em 2014, sua nota não foi uma surpresa: Marcos tirou 380 na redação e somou 420 pontos na média geral. Foi, então, que ele percebeu que precisaria estudar durante um ano.
“Eu queria fazer um cursinho, só que eu não acreditava em cursinho online. Eu pensava que era fraco. Eu tentei estudar pelo YouTube já que era de graça, mas não consegui me organizar – eu não sabia o que tinha que fazer em cada dia, nem qual matéria eu estudaria”, conta ele.
Quando o aluno prestou o ENEM em 2015, ele logo percebeu que não iria como esperava. “Eu tirei 560 e quase consegui uma vaga pelo ProUni. Das 5 vagas, eu fiquei em 6º lugar. Mas eu pensei ‘não tem problema, há males que vem para o bem’, e não desisti. Eu tava com foco de ProUni porque eu não sonhava alto – eu não acreditava que poderia passar numa federal”, confessa Marcos.
Foi quando ele conheceu e se matriculou no Stoodi. Marcos começou a estudar ainda em novembro para revisar os conteúdos de matemática básica. “Foi aí que eu me encontrei e vi que é preciso ser humilde e voltar na base”, declara.
Ele conta que até maio de 2016 foi muito difícil acompanhar o plano de estudos, pois estava com muito trabalho para fazer. A partir desse mês, ele pegou firme e conseguiu utilizar todos os recursos do site.
“Aí acabou meu medo, eu fui para o ENEM preparado mesmo, sabe? Eu fiquei tão tranquilo que eu até assustei”, comenta. Em 2016, sua média deu um salto para 677 pontos, alcançando 780 pontos na nota de Redação.
“Na minha realidade foi uma nota bem legal. Para quem tinha tirado 380 na redação em 2014, eu tirei 780 nesta última edição. Eu fiquei muito feliz porque eu passei na ampla concorrência, não precisei usar a cota”, afirma animado.
Hoje, Marcos Silva é o mais novo calouro de Ciência Contábeis da Universidade Federal de Goiás – curso que ele tanto sonhava em cursar. O recém-universitário não precisará trabalhar mais com seu tio e já está em busca de um estágio na sua nova área.
O ano de 2017 começou da melhor forma possível: com a oportunidade de sua família escrever uma nova história. Confira o nosso bate-papo com Marcos Silva e entenda um pouco mais de sua trajetória:
Stoodi: Como era a sua rotina de estudos?
Marcos Silva: Eu acordava às 4 da manhã e estudava até 10h. Eu decidi excluir facebook, foi pesado. Eu dormia umas 4 horas por noite, mas eu não me importava porque eu comecei a gostar de estudar.
Quando você vê que dá resultado, você passa a gostar de estudar. Eu comecei a dar conta de fazer os exercícios e comecei a ficar animado com os resultados. Eu nem me importava quantas horas eu ia dormir, eu só queria acordar no outro dia para estudar.
Stoodi: O que te motivava?
Marcos Silva: Era realmente mudar de vida. Por isso, a hora que o celular tocava eu já pulava da cama e não tinha preguiça. Porque eu sabia que se não fizesse aquilo, ia ficar sempre naquela mesma.
Stoodi: Você ficou doente com uma carga horária tão pesada?
Marcos Silva: Fiquei com problema no estômago de tanto tomar café. Eu não me importava porque eu não gosto de jeito nenhum do trabalho que eu estou, meio que eu fui “obrigado” a trabalhar com isso desde o começo.
Stoodi: Podemos dizer que a educação mudou a sua vida?
Marcos Silva: Nossa, eu sou outra pessoa. Eu não sabia nada do colégio. Para você ter uma noção, uma vez eu fui numa feira de profissões que foi na UFG. Eu olhei para a universidade e pensei “eu nunca vou estudar aqui, eu não passo nem na particular perto de casa, imagina aqui”.
Stoodi: Como vai ser agora?
Marcos Silva: Agora eu vou estudar e vou tentar um estágio para o segundo período. Aí vou morar sozinho com minha mãe e meu irmão.
Eu pesquisei muito e, na área de contábeis, é a melhor coisa você procurar estágio logo no começo para conseguir uma boa colocação no mercado depois. Eu assinei o Stoodi de novo porque eu vi que na federal tem cálculo. Vou ter que estudar funções e eu estou amando porque eu estou aprendendo como eu não aprendia.
Eu queria tanto contar a minha história porque você não tem noção do que o site fez na minha vida.
Stoodi: Qual o recado para os estudantes que trabalham?
Marcos Silva: Priorize os conteúdos.
Eu priorizei, porque eu realmente não tinha tempo para estudar. Pesquise muito sobre as matérias que tem mais peso, porque isso ajuda pra caramba. Tanto é que, por exemplo, eu tirei uma nota baixa em matemática, tirei 418, em compensação em humanas eu tirei 760.