Atualidades: a saida do Reino Unido da União Europeia
Prof. Érico faz um resumo dos principais pontos do BREXIT
Você já deve ter percebido que os jornais estão movimentadíssimos com essa história do BREXIT – a saída do Reino Unido da União Europeia. Esse é um assunto bem quente que pode cair no vestibular, já que se trata das relações políticas e econômicas globais.
Para facilitar, o prof. Érico preparou um super resumo com todas as informações necessárias para mandar bem nesse assunto. Dá só uma olhadinha:
Tudo começou em 2015, quando o então Primeiro-Ministro, David Cameron, disse em sua campanha que faria um referendo para perguntar à população inglesa sobre a possibilidade de permanência ou saída da União Europeia.
O termo “Brexit” é uma junção das palavras “Britain” – que se refere à Grã-Bretanha – e a palavra “exit” – que significa saída. Nessa consulta à população, era preciso votar entre o Remain (permanecer na União Europeia) e o Leave (sair da União europeia).
O referendo foi realizado no dia 23 de junho de 2016. Resultado: A retirada britânica do bloco foi confirmada com a votação de 52% dos votos, contra 48%.
Mas esse não é um processo rápido, alerta o professor: “Após a fase de consulta com a população, o resultado segue para o Parlamento britânico, que pode bater o martelo positiva ou negativamente sobre o resultado da votação”.
Existem algumas questões que precisam ser discutidas, como as mudanças econômicas e de relacionamento internacional ou, até mesmo, o Tratado de Lisboa.
O que é o Tratado de Lisboa?
Desde o dia 01 de dezembro de 2009, o Artigo 50 do Tratado prevê as condições para que uma nação saia do bloco. Para isso, além da decisão parlamentar local, o Conselho Europeu precisa ser notificado.
Quais são essas mudanças?
Em caso de saída, muitos parâmetros precisam ser revistos, como os acordos comerciais, os tratados, parte da legislação – já que foram feitos em nome da União Europeia. Isso obriga a uma revisão e, ao mesmo tempo, um novo relacionamento do Reino Unido com os paísesmembros.
Resultados diferentes
Existe outro ponto muito importante para prestar atenção: apesar do resultado geral, em algumas regiões do Reino Unido, a preferência por continuar no bloco foi maior:
Escócia: 62%
Londres: 59,9%
Irlanda do Norte: 55,8%
– Ok, mas o que isso significa?
A Escócia, por exemplo, já cogitou a possibilidade de fazer um referendo para perguntar a sua população se ela deseja se desligar do Reino Unido para se integrar sozinha à União Europeia.
Quem são as pessoas que defendem o remain? (A permanência na União Europeia)
● O então PrimeiroMinistro, David Cameron, concordava com a permanência do Reino Unido na União Europeia porque ele entendia que algumas vantagens como o livre comércio eram favoráveis ao Reino Unido. É importante ressaltar que ele acabou pedindo a renúncia quando soube do resultado do referendo.
● Alguns partidos de base trabalhista e liberaldemocrática também defenderam o remain.
● Notou-se que a maioria dos defensores dessa permanência era por parte dos jovens.
Por que eles gostariam de continuar no bloco?
Eles acreditavam que era melhor permanecer por conta do livre trânsito, do livre comércio, da possibilidade de trabalhar e estudar em qualquer país da UE, bem como a padronização da gestão pública, da economia e da redução das distorções sociais entre os membros.
Quem são as pessoas que defendem o leave? (A saída da União Europeia)
● Partidos de base nacionalista (o partido UKip, por exemplo).
● Uma parte dos membros mais conservadores do Parlamento.
● Movimentos e correntes descontentes com as políticas neoliberais praticadas no âmbito da União Europeia (parlamentares ligados a partidos de esquerda, por exemplo).
● Notou-se que a maioria dos defensores da saída era por parte de pessoas com idade mais avançada.
Por que eles gostariam de deixar o bloco?
Eles destacavam como problemas a entrada de imigrantes (especialmente os de fora do bloco), a concorrência com a mão-de-obra mais barata de países mais empobrecidos do bloco, a concorrência comercial com produtos importados mais baratos que os nacionais, a necessidade de custear parte do desenvolvimento dos países mais empobrecidos do bloco, o insuficiente protagonismo do Reino Unido na UE, questões de soberania e defesa.
Consequências
É preciso lembrar que o Reino Unido compõe economicamente uma das principais áreas do continente europeu e concentra a maior parte das empresas – os maiores bancos do mundo, por exemplo, estão justamente lá por ser um país da União Europeia e ter algumas vantagens que permitem uma gestão compartilhada com outras nações.
Boa parte dessas empresas já estão sinalizando que talvez saiam do Reino Unido, caso ele deixe de fazer parte do bloco.
O que pode acontecer com a saída?
Circulação de pessoas: as regras de trânsito de pessoas entre Reino Unido e a União Europeia podem ser alteradas – eliminando a passagem livre, por exemplo.
Circulação de bens, serviços e livre comércio: podem ser rompidas, caso não entrem em acordo termos comerciais e econômicos alternativos.
Retração econômica: saída de empresas, deslocamento de capitais para outros países da UE, desvalorização da Libra. Analistas afirmam que pode ocorrer uma retração de 6% do PIB nos próximos anos, além de déficit público de £30 bilhões (cerca de R$150 bilhões)
Saída de países do Reino Unido: Escócia e Irlanda do Norte sinalizam que podem realizar um referendo para decidir pela separação do Reino Unido e, assim, poderem continuar integradas à UE.
Servir de exemplo: pode estimular que outras nações deixem o bloco. A Grécia já discutiu essa possibilidade, por exemplo. Além dela, a França tem levantado o questionamento sobre essa questão.