Atualidades: Crise na Grécia
Entenda como surgiu e descubra a atual situação do país em relação ao mundo
Gregos se manifestam contra as medidas de austeridade. Foto: reprodução portal r7
Você sabe por que a Grécia está vivendo uma crise econômica? Confira algumas informações importantes para dominar esse assunto.
Como surgiu a crise?
A crise imobiliária americana, de 2008, repercutiu no mundo inteiro e a Europa, como grande parceira comercial, também sentiu seus reflexos. Os cinco países mais atingidos foram chamado de PIIGS (fazendo uma referência a porcos). São eles: Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha.
Os PIIGS foram atingidos porque, no momento em que a crise de 2008 ocorreu, suas respectivas economias não estavam estruturadas de maneira suficientemente forte para aguentar os abalos econômicos.
Já em situação de déficit público (gastando mais do que arrecadando), eles precisaram pedir empréstimos ao Banco Central Europeu e ao Fundo Monetário Internacional.
Grécia em especial
A Grécia foi o país que mais sentiu essa crise. Ela estourou de vez em 2010 e desde esse período, o país recebeu 240 bilhões de euros do FMI e da União Europeia. Hoje, sua dívida global é de 320 bilhões de euros, cerca de 180% acima do seu PIB (quase o dobro).
Para receber os empréstimos, os credores exigiram que o país adotasse algumas medidas, chamadas de Austeridade Fiscal. Dentro das novas recomendações, estavam a redução de gastos públicos, cortes de direitos trabalhistas, benefícios e aumento de impostos.
A população, acostumada a viver com uma qualidade de vida maior, revoltou-se e foram protestar nas ruas. Mesmo com as manifestações políticas, as medidas de austeridade foram cada vez mais enrijecidas (pois o governo não conseguia pagar as parcelas de sus dívida).
Em janeiro de 2015, o partido Syriza, considerado de esquerda, venceu as eleições prometendo o combate às medidas de austeridade, levando ao poder o primeiro-ministro grego Aléxis Tsípras.
Foto: reprodução portal Itele
A crise ganhou tanta repercussão porque em junho os gregos anunciaram o primeiro calote de um país considerado desenvolvido. A parcela que deveria ser paga era equivalente a 1,6 bilhão de euros. No dia 5 de julho, o primeiro-ministro convocou a população para um plebiscito para saber se deveria concordar com as novas condições para receber novos empréstimos.
A população foi às urnas e 61% dos gregos responderam: não. O político que havia sustentado sua campanha no fim das medidas de austeridade ignorou esse “não” e optou por um novo programa de resgate financeiro.
Em 14 de agosto de 2015 foi realizado um novo acordo e a comissão europeia aprovou um novo empréstimo de 96 bilhões de euros. Este fato gerou mais instabilidade política, refletindo na saída de Aléxis Tsípras do cargo.
Atualmente as negociações seguem em curso. Alguns credores, como o FMI, acreditam que a Grécia não pagará a dívida, pois o país não possui recursos disponíveis para isso.
Porque a exclusão da Grécia da União Europeia não é a melhor solução?
Se a Grécia optar por sair do bloco, ela não se sentiria mais obrigada a honrar sua dívida. Isso representaria um prejuízo muito grande para a UE. Só que mesmo fazendo isso, o país teria vários problemas internos como desvalorização da antiga moeda dracma e inflação alta.
Essa atitude poderia, também, estimular a saída dos outros países do PIIGS, provocando um efeito dominó.
O que causou a instabilidade econômica grega?
A Grécia sempre foi considerado desenvolvido, levando em conta que seu IDH elevado.
No início dos anos 2000, a Grécia aproveitou que sua economia se mantinha estabilizada e passou a fazer uma série de investimentos de alto custo. Para isso, foi necessário realizar alguns empréstimos.
Deste tempo para cá, o país começou a gastar mais do que arrecadava e tornou-se um devedor – já que além das parcelas, ele precisava pagar os juros. A União Europeia decidiu, então, fazer uma sindicância e investigar as contas do país.
Descobriu-se que o governo grego havia mascarado uma série de dados e que os custos eram muito maiores do que os estipulados para participar da União Europeia. Desde então, o país vive dificuldades em relação a sua economia.
Tentativas de ajuste da Crise da Grécia
- 2010: Pacote de 110 bilhões de euros. Condições para o empréstimo: cortes salariais, aumento de impostos, redução de investimentos e revisão previdenciária.
- 2011: Novas Medidas de Austeridade: foi recomendado que a Grécia fizesse mais privatizações, aumentasse novamente os impostos e reduzisse a dívida em cerca de 50%.
- 2012: União Europeia concede um novo crédito de 130 bilhões de euros.
Consequências da crise global grega
A crise gerou o encolhimento econômico de mais de 25%, o que refletiu na retração dos sistemas financeiros do país, como o fechamento de bancos.
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