Cólera: o que é, sintomas, prevenção e mais!
Aprender sobre epidemias que, muitas vezes, evoluem para pandemiase mudam a realidade de diversas nações ao redor do mundo é de suma importância para o vestibular, pois dialoga com várias matérias (Biologia, Química, Geografia e História, por exemplo).
Uma das enfermidades que se encaixa no que falamos é a cólera, que obrigou países a reverem não apenas os hábitos de higiene e cuidados com a saúde, mas também as políticas de vigilância sanitária, os fluxos de migração e a alimentação local.
Para falar mais sobre a cólera, preparamos um post especial que explica o que é essa doença, como os humanos a contraem, quais os fatores de risco, como se dá a prevenção e, inclusive, quantas pessoas foram infectados em território nacional — o que, sem dúvidas, ajuda a ter uma dimensão da gravidade dela.
Continue a leitura e saiba tudo a respeito da cólera!
O que é cólera?
Causada pela bactéria Vibrio cholerae, a cólera é um problema de saúde grave. Uma vez dentro do corpo humano, esse microrganismo age nosistema digestivo, provocando alterações consecutivas e graduais no seu funcionamento, mais especificamente na parte final dele: nas paredes internas do intestino delgado.
Basta lembrar que é lá que ocorre a última etapa da digestão dos alimentos antes da produção do bolo fecal — que ocorre no intestino grosso — e também onde a água e os nutrientes (vitaminas, proteínas, minerais etc.) ingeridos ao longo do dia são absorvidos e, em seguida, remanejados para a corrente sanguínea.
Logo, qualquer perturbação nessa área tem o potencial de afetar todo o organismo e nos deixar bastante debilitados.
Casos em território nacional
De acordo com o material de vigilância epidemiológica sobre a enfermidade, que foi produzido pelo Ministério da Saúde, a cólera ainda não foi erradicada nem no nível nacional, nem no global mesmo após sete grandes pandemias ao longo da história. Contudo, ela se encontra sob controle no nosso país.
Na prática, isso significa que, embora haja probabilidade de ocorrerem novos casos, atualmente não há um surto da doença, e o percentual de pessoas diagnosticadas com ela se mantém estável ao longo do tempo.
Inclusive, é interessante ressaltar que os casos da última pandemia de cólera no Brasil ocorreram em um intervalo de 15 anos, entre 1991 e 2006. Nesse período, foram registrados 168.625 indivíduos infectados.
Além disso, a publicação aponta que a região mais afetada foi o nordeste, que acumulou, ao longo dessas quase duas décadas, cerca de 155.389 — o que representa nada mais, nada menos que 92,15% do total. Já o pico de infecções, por sua vez, foi em 1993, quando houve 60.340 casos detectados.
Transmissão da cólera
Por ser uma bactéria que vive e se locomove em meio aquático, infectando desde a água (de açudes, lagos, rios, poços, lençóis freáticos etc.) até as plantas e os animais que se encontram nesses locais e/ou transitam por eles, esse microrganismo têm uma alta taxa de contaminação. Tanto é que, para contrair a doença, basta ter contato ou consumir essa água e esses animais e plantas.
Além disso, a exposição às fezes e ao vômito de seres vivos infectados oferece risco de contaminação, uma vez que o organismo deles expulsa a Vibrio cholerae a cada nova evacuação ou regurgitação, respectivamente.
Mas não acaba aí, pois a transmissão da cólera também pode ocorrer de pessoa para pessoa quando há contato direto com alguém que está com a bactéria.
Sintomas da cólera
“Quais os sintomas da cólera?”, você deve estar curioso para saber. Contudo, ao contrário do que você possa imaginar, nem sempre a doença manifesta sintomas que ajudem no diagnóstico. Na verdade, uma grande parcela dos infectados é assintomática — isto é, não apresenta qualquer indício do problema.
Esse, inclusive, é justamente um aspecto que agrava as chances de contágio entre pessoas, já que o indivíduo doente, que não tem ideia de que é portador da cólera, não toma os devidos cuidados no convívio com familiares, amigos, colegas de trabalho e afins, contaminando-os por tabela.
Por outro lado, entre os infectados que são sintomáticos, há um grupo de sintomas comuns. São eles:
- diarreia frequente;
- desidratação;
- febre;
- dores abdominais;
- ânsia de náusea e vômito.
Fatores de risco
Devido às características de transmissão da cólera, há alguns fatores de risco que aumentam potencialmente as chances de uma pessoa contrair essa enfermidade. Entre eles, podemos mencionar dois:
- residência em locais em que não há centrais de abastecimento básico e coletivo de água e esgoto para a população ou onde o serviço é pífio, o que obriga os cidadãos a recorrem a alternativas precárias de abastecimento de água em casa e a terem uma exposição prolongada aos próprios dejetos (urina e fezes);
- dieta rica em alimentos crus, o que inclui legumes, cereais, frutas e, em especial, proteína animal (carne, peixe, frutos do mar etc.). Afinal, sem cozimento, acaba-se ingerindo não só a bactéria que provoca essa doença, mas também uma série de outros germes (como bactérias, fungos ou parasitas) que se acumulam neles.
Prevenção da cólera
Embora existam vacinas contra a cólera, elas não são administradas em larga escala para toda a população, como acontece com outras mais populares (como a BCG, a tríplice viral, a da poliomielite etc.) porque a imunização que oferecem não é totalmente eficaz e a durabilidade dela ainda é consideravelmente curta. Por isso, o ideal é que sejam adotadas medidas de prevenção não só pelo Estado, mas por toda a sociedade para evitar a propagação da doença.
Como exemplo, podemos citar:
- completo serviço de saneamento e abastecimento de água;
- ingestão apenas de água potável ou devidamente fervida;
- precaução com o consumo de alimentos crus no lugar daqueles cozidos, fritos ou assados;
- higienização imediata de todos os objetos, alimentos e superfícies tocadas por quem está diagnosticado com cólera ou mesmo com suspeita da doença.
Como deu para ver, a cólera é uma doença grave que alcançou o status de pandemia mais de uma vez e infectou milhares de pessoas ao redor do mundo, atingindo severamente o nordeste brasileiro.
Por isso, é tão importante aprender sobre o histórico de evolução dessa enfermidade e como é possível preveni-la para evitar que novos surtos ou mesmo mutações tornem a doença mais perigosa e letal do que ela é atualmente.
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