Absolutismo: veja o que é, principais características, teorias e mais!
Você sabe o que foi o absolutismo? Sendo um assunto histórico que está presente em quase todos os vestibulares, inclusive no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o tema necessita de uma atenção especial.
Afinal, o absolutismo marcou a transição da Idade Média para a Monarquia, sendo extremamente importante do ponto de vista político e econômico.
Com o objetivo de ajudá-lo em sua preparação, elaboramos este post com as principais informações sobre o tema. Confira!
O que é absolutismo?
O absolutismo foi um sistema político que concentrava os poderes nas mãos do governante, o soberano. Dessa maneira, o rei comandava as ações sobre o Estado em várias partes da Europa.
Tratava-se de um sistema de governo que estava nitidamente ligado à formação dos Estados Nacionais (nações). Foi a centralização política das monarquias.
Assim, o rei detinha o poder absoluto e todos deviam obediência e respeito ao monarca. Abaixo dele estavam seus representantes e os súditos. A relação era marcada pela fidelidade e todos viam o rei como uma espécie de Deus.
Inclusive, obras de intelectuais da época, como “O Leviatã”, do inglês Thomas Hobbes (1588-1679) afirmavam que o rei não devia justificativas dos atos a ninguém, ou seja, os reinados eram totalmente soberanos.
Absolutismo monárquico
Como já estávamos explicando acima, o absolutismo monárquico é correspondido pelo poder total do rei sobre o Estado e seu povo. Por isso, o reinado não sofre críticas, contestações ou possíveis fiscalizações, ou seja, é uma espécie de endeusamento do ser supremo.
Na monarquia, o rei é o único que elabora as leis, inclusive tendo poder absoluto para tomar decisões e se relacionar com países exteriores. Além disso, não existe Constituição, ou seja, todo poder emana do rei.
É importante destacar que a monarquia foi apoiada pela Igreja Católica. Na época, os religiosos afirmavam que a pessoa escolhida para governar era um representante de Deus.
Respondendo somente a Deus, o monarca não podia ser substituído e nem retirado da função. Além disso, quem desobedecesse aos mandamentos do rei era visto como um descumpridor das leis divinas. Assim, podemos definir o absolutismo monárquico da seguinte maneira:
- o rei detém a supremacia e é o único que elabora as leis;
- o monarca conta com poder absoluto nas tomadas de decisões;
- a Constituição é inexistente, prevalecendo os privilégios de nascimento.
Surgimento do absolutismo
O absolutismo surgiu na Europa no século XVI após a crise do feudalismo. O princípio aconteceu na França no momento em que o rei Luís XIV, conhecido como “Rei Sol”, assumiu o poder depois da morte do seu primeiro-ministro, em 1661.
Assumindo com toda a pompa de que não aceitaria posicionamentos contrários, Luís XIV influenciou outros monarcas a adotarem o sistema, que se manteve até o século XVIII.
Foram quase 200 anos sob o poder dos reis em vários países. Os monarcas conseguiram o apoio da nobreza e da burguesia ao aplicarem medidas fiscais e monetárias que protegiam as propriedades das revoltas camponesas.
Ao longo desse período, houve altos e baixos. Um aspecto de destaque foi no reinado de Elizabeth I na monarquia britânica no século XVI, período do início da expansão marítima.
A queda desse sistema político só aconteceu após o movimento Iluminista impactar sobre os monarcas por meio dos ideais de liberdade, questionando a autoridade tradicional.
Contudo, a Revolução Francesa e Inglesa foram preponderantes na conquista de um sistema de governo mais sintonizado com as vontades populares. Além disso, o surgimento do capitalismo impôs uma série de mudanças nos meios produtivos, principalmente nos países ocidentais.
Características do estado absolutista
O absolutismo durou tanto tempo graças às influências de domínio. Entre as suas características, é notável a centralização política na figura do rei.
Dessa maneira, eles conseguiram enfraquecer os senhores feudais. Entre os meios de dominação, podemos citar a “compra” da nobreza e o monopólio da violência para inibir movimentos sociais ou indivíduos que tentassem contrariar as vontades e ideias do ser supremo.
O apoio tanto da nobreza quanto da Igreja Católica foram conquistadas por meio da concessão de vários benefícios, como isenções fiscais, nomeação de cargos, pensões vitalícias, indicações para cargos no Exército e vantagens econômicas.
Outro ponto que trouxe riqueza e poder foi o processo de colonização das Américas, trazendo muita riqueza às monarquias. Assim, foi possível manter os Exércitos e Marinhas, principalmente por meio da retirada dos metais preciosos de outros países. Resumindo, as principais características são.
- Ausência de divisão de poderes;
- Poder concentrado no Estado;
- Mercantilismo.
Formação dos estados absolutistas europeus
A formação dos estados absolutistas aconteceu justamente nos momentos em que ocorria o fortalecimento da burguesia. Ao contrário da Idade Média, onde os nobres tinham mais poder do que o rei, a transição do feudalismo para o capitalismo influenciou na ascensão econômica da burguesia por meio do mercantilismo.
Como era necessário um poder mais forte que fizesse valer as leis e evitasse o avanço da violência, a concentração do poder nas mãos dos reis foi a alternativa na administração estatal.
Assim, surgem os exércitos e a proibição das Forças Armadas particulares, centralizando o poder político, armamentista e econômico na figura do ser soberano.
Teorias do absolutismo
Inúmeras teorias surgiram ao longo dos 200 anos do reinado do absolutismo. O principal é Nicolau Maquiavel, que escreveu “O Príncipe”. A obra é sucesso até hoje e defende o poder dos reis. É de autoria de Maquiavel a frase “os fins justificam os meios”.
Outro intelectual da época é Thomas Hobbes (1588 – 1679), que abordava a teoria radical e pessimista em relação à humanidade. Segundo o autor, os homens nascem egoístas e ruins.
Jacques Bossuet (1624 – 1704) também foi um escritor de destaque. Era ferrenho defensor dos reis, alegando que os monarcas tinham influência divina para governar.
Autor de “A República”, Jean Bodin (1530 – 1596) abordava em suas palavras que o fortalecimento do Estado contribuía no combate à instabilidade política.
Principais monarcas absolutistas
Veja agora alguns monarcas absolutistas que ficaram na História.
Inglaterra:
- Henrique VII (Dinastia Tudor);
- Elizabeth I (Dinastia Tudor).
Franca:
- Luís XIII (Dinastia Bourbon);
- Luís XIV;
- Luís XV;
- Luís XVI.
Espanha:
- Fernando de Aragão e Isabel de Castela;
- Fernando VII (Dinastia de Bourbon).
Portugal:
- D. João V (Dinastia de Bragança).
Rússia:
- Nicolau II.
Atualmente, ainda existem monarcas absolutos, como no Catar, Arábia Saudita, Omã e Brunei. A Grã-Bretanha é um exemplo de monarquia constitucional, onde o poder fica com o primeiro-ministro.
De uma maneira geral, você está bem informado sobre o que foi o absolutismo: um governo centralizado, hierarquizado e marcado pelos privilégios, prevalecendo a desigualdade jurídica determinada pela condição de nascimento. Agora é com você. Aproveite e conheça nosso plano de estudos e assista nossas vídeo aulas para aprofundar seus estudos! Cadastre-se grátis: